sábado, 3 de novembro de 2012


Mergulho na insensatez escura dos pensamentos
afogo nas idéias que levam ao longe
minhas palavras sufocam os olhos
e não posso contê-las
as decisões embaraçam diante da certeza do próximo dia
quão injusto é feri-lo?
quão injusto é não querer permanecer
quando asas despedaçadas tentam voar?
A quem devo devotar honra e força?
Sim... exalar sorrisos às distâncias incompreensíveis
apenas para satisfazer os desejos alheios
quando os lábios suplicam para ficarem cerrados.
 

Culpa?
Poupe-a.
Simplesmente um substantivo feminino que chantageia emoções
Egoísmo?
Talvez.
Quão é mais forte que os demais?
Dúbio.

 
Putrefação inevitável
Palavras de enjôos
e desespero por pensamentos e vontades acuadas sob a lua
Questionamentos ...
respostas ausentes da minha capacidade de compreensão
e, obviamente, falha no que cerca.
 
Quão distante é o lugar de paz imaginária?
Quão distante é "Shangri-lá" que absorve os devaneios que corromperam a inocência?
Quantos adjetivos, substantivos, números, advérbios, verbos e locuções?!?!
Quanto tempo flutua à frente das pupilas apáticas do meu ser?
E jamais encontro o segundo de libertação
 
Sem o frenesi de manhãs tranqüilas
A insônia é companheira fiel
E em vão, tento outra vez
Deixar claro a expressão e cor dos verdadeiros sentidos que fantasmagoricamente
Insistem em carregar meu peso nos braços.

Ana F., Janeiro de 2006.


 
Estava procurando alguns textos e deparei-me com os versos acima. Escrevi esses versos há mais de seis anos,  durante uma das inúmeras madrugadas de inquietação, e francamente, ainda continuam atual...  infelizmente!


Haja Marmita para tantos devaneios!
 

 18:18, 03 de novembro de 2012.
 

2 comentários:

  1. Versos como esses, jamais ficam velhos para nós, podemos ler daqui a mais 6 anos e ainda vão descrever com precisão nossos sentimentos.

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    1. Oi Nagib! Bom vê-lo por aqui outra vez!:)
      Pois é! Há certas palavras que, uma vez escritas, nem o tempo consegue fazer com envelheçam. Não sei se isso é bom ou ruim; além do que, não sei dizer se são as palavras que ficam fiéis aos sentimentos ou se são os sentimentos que se tornam fiéis às palavras. Uma coisa é certa! Preciso de uma gramática! Esse novo acordo ortográfico não entra na minha cabeça mesmo depois de tanto tempo... acho que meus sentimentos não são fiéis a ele! (risos)

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