terça-feira, 20 de novembro de 2012

A Marmita abandonada... Parte 1

De acordo com o Aurélio (o Mini Aurélio, uma edição de 2001, da Editora Nova Fronteira, na página 02):

Abandono, substantivo masculino, é o ato ou efeito de abandonar (-se). Abandonar, por sua vez, é, além de um verbo transitivo direto, (começando pelos mais sutis e voluntários dos significados, não é a ordem que está na edição) entregar-se, dar-se;   os outros significados são: desistir de, desprezar, desamparar, menosprezar, deixar, largar.


Pois é! Não sei quanto a você, mas ao menos para mim esse substantivo que se transforma em verbo tem um peso maior. Tanto o substantivo quanto o verbo ... (cursor piscando... é difícil falar sobre isso...)  são termos por demais pesados, difíceis de serem aceitos, difíceis de serem compreendidos... pode até ser que haja alguma compreensão, algum entendimento, mas, convenhamos, essa compreensão e entendimento parecem distantes da realidade do abandono, do abandonar. Talvez caberiam aqui algumas pontuações filosóficas, sociológicas, antropológicas, mas convenhamos, o que eu entendo (?), o que eu sei sobre filosofia, sociologia, antropologia ou ciência? Francamente! Não devo, não posso, e não quero entrar no mérito desses ramos de conhecimento e entendimento da sociedade como um todo, da sociedade enquanto um grande (e deprimente! diga-se de passagem) organismo. Talvez caberiam sim, mas antes de mais nada, antes de todas essas (e outras pontuções que poderão surgir), há pontuações mais importantes - pontuações particulares, individuais! Logo, devo escrever sobre essas, sobre as que eu conheço - (como se eu conhecesse muita coisa, mas enfim!)


Quem ou que você já abandonou? Já foi abandonado (a)? (Aaah sim! Quer saber um detalhe sórdido?! Eu detesto ter que colocar esse parêntese com uma vogal dentro para indicar que me refiro tanto ao masculino quanto ao feminino... mas é importante fazê-lo, eu sei quando escrevo, quero me referir a ambos os sexos, mas o (a) leitor (a) não sabe disso! E, alguns, tem preguiça de entender isso. Tudo bem, não é obrigação de quem lê entender o que alguém escreve. Mas penso que é obrigação de quem escreve se fazer entender! Parece que até nisso o sexo masculino se tem que se sobressair né?! É que nem sempre dá para colocar o gênero feminino primeiro, e ele termina dentro de um parêntese!... ok! Sei que isso é irrelevante - para você, claro! - mas me irrita e eu detesto mesmo!) ... Então, continuando os questionamentos... Como se sentiu ao ser abandonado (a)? Como se sentiu abandonando algo ou alguém?


Penso que essa coisa de abandonar / abandono é inerente ao ser humano, desde o primórdio até o final da existência de cada indivíduo mas, embora seja necessário, é um tanto cruel.
Um espermatozóide tem que abandonar um saco, atravessar um canal, percorrer um túnel "gosmento", "nadar" o mais rápido possível como se  isso valesse sua vida - ráh! Vale uma vida, claro!, depois encontrar uma bolinha solitária, e ultrapassar uma camada um tanto resistente! Eis que há o segundo momento de abandono, a cauda do espermatozóide fica de fora da festinha! Bem, e aí o resto da história já sabemos, depois de alguns meses há um terceiro abandono e, como se fosse um inquilino inadimplente, o serzinho é despejado do local onde foi gerado. Inicia-se então a jornada rumo ao mundo de inúmeros abandonos... sejam eles voluntários ou involuntários...


E no meio dessa "patuscada" toda (patuscada soa mais "bonitim" do que desgraça!) é que vai se formando a personalidade de cada um.
Há abandono material e imaterial, já pensou nisso? Já pensou nas consequências do abandono?

...

17:58, vigésimo dia do décimo primeiro mês de 2012






Um comentário:

  1. E, por falar em abandono, isto aqui está abandonado, hein?!

    Espero que retome à escrita, é um modo tão saudável de manter as mãos ocupadas.

    D.

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