sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Verbos... semanais!

- Sextou!? 

- Cê besta, sô?? Num vô ti falá isso não, uai!

- Sextou!! Hoje é sexta-feira, dia de aproveitar! Modo de dizer! Entende?

- Uai! E pode um trem desse? Sexta-feira é sexta-feira! 

- Pode, uai!! 

- Cê besta, sô! Cuméquié isso?! 

- São as ressignificações que a vida dá! 

- ... o que?! Num sei falá esses trem não

- É assim como se desse um novo nome para uma coisa que já tem nome, entende?

- Huuum... é igualim côisá um trem e chamá di outro trem

- Por aí... 

- Tem gente qui inventa de fazê pão de queijo, fala que é pão de queijo, só qui é um trem ruim da disgrama, cheim de porvio qui num tem gosto de nada... Esse trem é um bsurdo!!! 

- Não!!!! Isso não pode ser considerado ressignificação não, isso é um crime contra a culinária mineira!!! 

- Uai! Então tá bão! Mais, sô! Até agora num tendi que qui é esse trem que cê tá falando não, sô

- Hoje é sexta-feira... final de sexta-feira praticamente!!! Há um ano a "moçaiadinha" tava saindo pra balada, pra curtir o famoso "sextou!"... finalmente, a tão esperada sexta-feira para curtir... farrear... beber até fazer a cama girar , girar como um carrossel de cenário de filme de terror, com aquela musiquinha sedutoramente inocente ao fundo... gentedocéu!!!! As pessoas falam que "sextou" no sentido dia de alegria, de comemorar. 

- Uai, bão, sô! Eu pensei otras coisa quando cê falou esse trem aí

- Pensou o que? 

- Tava pensando que cê tava quereno saber se ocê tava sexy, uai!!! 




23:25, décimo oitavo dia do décimo segundo mês de 2020.

domingo, 29 de novembro de 2020

2020 - as avalanches fora do Everest e os potes de sorvete

Com certeza 2020 já é capa, título e tema para novos livros. Engraçado, só me recordo de um ano ímpar como título de livro... 1889. Os demais anos que lembro como sendo título de livro são pares: 1968, 1984, 1808... 2020 [ops! 2020 ainda não, talvez!]

Não foi preciso escalarmos uma montanha gelada para sentirmos quão aterrorizante uma situação aparentemente tranquila pode ser. Como dizem os memes criados ao longo deste ano, "os roteiristas de 2020 não 'dormiram no ponto'!". O medo do "bug do milênio" foi apenas um rascunho se comparado aos acontecimentos do doiszerodoiszero

Fico imaginando quantos roteiros cinematográficos teremos [só] baseados na base governista atual! Fico imaginando o elenco de Chigaco Fire de queixo caído com corpo "bombeiril" do Pantanal liderado pelo  excelenti(incompeten)tíssimo sr. Males...  E da série "as Fezes que deixamos ficar", poderemos ter o surreal O Excrementonaro concorrendo ao oscar de "Miordiárreia verborréica na categoria Nesciência presidenciável! Sério, não vou falar nada... "mas, só acho engraçado que...

Ok! Eu poderia escrever agora sobre como o 2020 do Brasil está pior do que certas áreas de esgoto a céu aberto, poderia escrever que ainda falta 01 mês para o ano acabar e, em pleno caos social, econômico e de censura cultural, o país do "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos" deixou que um estado da federação literalmente apagasse! [onde está o Brasil com seu escudo "acima de tudo"? Acima de tudo, não é o Brasil, é o céu, minha gente?! Onde está o Deus acima de todos?! Será que Ele puxou a coberta e deixou os pés de alguém descobertos?] Oi?! Então, apagou! E não foi por falta de pagar, pois o "a pagar" já esteve nas contas passadas e estará na conta dos próximos meses!!! Pasme! Uma avalanche atrás da outra, sem tempo para recuperar e preparar um abrigo... Triste! 

Mas o intuito deste post é falar de como estou lidando com minhas avalanches mentais. 

Particularmente, não lembro de ter um ano tão "montanha russa" assim na minha vida [desconsiderando o contexto geral em relação a humanidade]. Aprovação em um curso, hospital, demissão, distanciamento e isolamento social, desafios virtuais - adequação a um nova [mas não tão nova assim] forma de interagir. O trem foi tão (e ainda está) tenso que até mesmo a pessoa aqui que adorava ficar sozinha começou a ter pequenos surtos de abstinência social. 

Logo eu que gosto de abraçar, de dar um aperto de mão firme... 

[[risos] faço um parêntese entre colchetes aqui: abraço é muito bom, receber um aperto de mão firme é muito bom também! Agora me vem aquele povo que abraça como se estivéssemos cheios de espinhos, mal encosta na gente e ainda dá aquele tapinha desnecessário nas nossas costas... abraço farjuto! "Me poupe! Se poupe! Nos poupe!" Se você está nessa categoria de pseudo abraçador, melhor só ficar no aceno de mão mesmo! Mais fácil e menos frustrante para quem realmente gosta de abraçar! Ôh preguiça que tenho disso, desse abraço que não é abraço! Eu ía fazer uma comparação assaz libertina* aqui, mas o horário não permite - permitir, permite - mas... sabe quando você abre o congelador e vê o pote de sorvete?! Então! Esse tipo de pseudo abraço é o arroz, o feijão, ou qualquer outra coisa - sem ser sorvete - no pote de sorvete! Se bem que, no momento em que estamos, um pote de sorvete com arroz dentro do congelador da geladeira está mais para um cofre do que para um abraço patético! E o aperto de mão!?! Gentedocéu! Qual é a dificuldade de um aperto de mão firme?! Duas coisas frustrantes: aquele aperto que não é aperto, só um encostar de dedos, a impressão que tem é que a mão da pessoa vai cair do antebraço... já tiveram essa impressão também?! Desnecessário a pessoa fazer isso, faz só um aceno com a cabeça então, solta um "e aí, bão?!" "Cê tá boa?" Pronto! Ninguém se incomoda e pronto! A segunda frustração é quando ouço: "Nossa, desse jeito você quebra minha mão, uai!" Dá impressão que estou estrangulando a mão da pessoa... tem uma cena de um filme de terror - não sei qual filme é, só lembro que esse filme passou a tarde naquele "cinema em casa da vida". O carinha lá, o que era o vilão assassino, estrangulava um adolescente que segurava uma banana em uma das mãos, na mesma intensidade em que o menino ía sendo estrangulado, a banana também era! [risos] Eu tenho a mesma sensação de que, ao apertar a mão de alguém que reclama da força que coloco nesse aperto, eu sou as duas mãos que estrangulam o pescoço e a banana simultaneamente! Tem base um trem desse? Não me perguntem que filme é esse, eu não sei, só lembro dessa cena... e nem sei se ela existe em algum filme  mesmo... Se algum leitor aqui for fã de filmes trashes de terror e identificar essa cena, favor deixar nos comentários! Então, fechando o parêntese, em pleno 2020, esses abraços e apertos de mãos [pateticamente desnecessários] se tornaram necessários devido ao contexto pandêmico! Na verdade, eles nem podem existir... mas ainda existem, infelizmente!] 

... logo eu que, contraditoriamente, gosto do meu isolamento v-o-l-u-n-t-á-r-i-o, sinto falta de abraços, de apertos de mãos sinceros, recíprocos e sem nenhuma reclamação. Não sei quando poderemos fazer isso com quem gostamos... não sei até quando seremos privados de tais gestos de afeição, carinho, respeito e doação. 

Um tanto de trem acontecendo e eu pensando que sabia como lidar, até que veio a suspeita de estar infecctada pelo corona vírus. Parece que ali virou uma chavinha que há muito estava emperrada! Foram praticamente 15 dias de angústia, de medo, de raiva... de solidão... eu era como um rato que aparece quando não tem ninguém por perto... Sério! Só quem passou por essa situação entenderá minha comparação [para muitos] asquerosa. E, ao virar essa tal chavinha, "meu mundo caiu" [e olha que estou longe de ser a Maysa hein?!] Não consegui mais acompanhar o ritmo remoto da faculdade, duas crises de ansiedade com parada obrigatória no P.S. e consequente receio de ficar desempregada. 

Francamente, é um estar sem chão! Lidar com pensamentos autodestrutivos, ter que lutar dia e noite contra eles é exaustivo! Aí vem a medicação, consulta com psiquiatra, os questionamentos [alheios] sobre minha relação com o cara que vaga no Universo. A mente em espiral rumo ao Buraco Negro [sentindo que sou uma leitora assídua do Carl Sagan, sóquenão!!]. Eis que surge um edital para um projeto na faculdade! 

Aqui começam minhas reflexões sobre minhas autosabotagens ao longo de 38 anos: "Não vô dá conta disso não!" "Isso não é pra mim não!"... Aquele "Anem" também não era para mim... fui convocada para um curso superior!!! Muita coisa, na minha mente, não era para mim! Quebrei a cara muitas vezes com as coisas que eu pensei que eram! [[risos]... ironia que chama?!] Então por que não arriscar? Eu, na minha humildade também patética [convenhamos, muitas vezes sinto estou na fase "vitimisma fraca"], conversei com uma amiga supercorajosa! Corajosa em todos os sentidos! Expresso aqui minha IMENSA ADMIRAÇÃO E INSPIRAÇÃO pela Corpinho!!!!! [assim chamada carinhosamente (por mim) desde 2008 - ano em que nos conhecemos]. Ela merece um post só para ela, um capítulo, quiçá um livro inteirinho só dedicado a relatar quão especial e forte minha amiga é! Amiga, quando eu crescer quero ter um tiquim dessa sua determinação!!! Então, fechando essas válvulas lacrimais, essa minha amiga meio que "intimou" para eu fazer a inscrição nesse projeto! E sim, fui convocada para participar! Resultado: pouco mais de 30 dias depois da convocação, cá estou escrevendo este na ansiedade de escrever meu segundo post para publicar no blog do projeto! Ráh!!! Imaginando a cara e a fala da minha psicóloga quando eu contar para ela: "o que é que eu te falo?!"[risos]

Se bem que seria meio infame fazer uma comparação libertina, uma vez que estar quase chegando ao ápice de um sussurro audacioso, de deixar a boca seca e o corpo trêmulo e esse momento ser drasticamente interrompido, é pior do que um pseudo abraço e/ou aperto de mão de pessoas potes vazios de sorvete no congelador.

E se você chegou até aqui, obrigada por ser esse potão de sorvete cheio de arroz dentro do congelador!!! Uma pessoa Caríssima por tamanha paciência em me ler!!!!

22:59, vigésimo nono dia do décimo primeiro mês de 2020

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Fazendo o Para Casa

 Quem diria que eu iria me expor assim... na cara dura?! Me expus lá, pra toda turma. 

Segue minha nudez dentro da sala de aula virtual... 

Vigésimo quarto dia do décimo mês de 2020.

Quem sou? 
Quando sou? 
Para quem sou? 
Onde sou?
Acordo eu única
Durmo carregada de eus
Como as nuvens mudam com o tempo e o vento
Meu sou forjado no tempo 
Meu eu grita em pensamento
Meu sou busca livramento 
Meu eu conflito 
Meu sou aflito
Quem sou? 
Meu eu aberto
Meu sou incerto 

Reticências 

23:22, vigésimo sexto dia do décimo mês de 2020.

quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Parede esquecida

A tarde estava quente. Atrapalhada, ela saiu com o celular numa mão e a caixa organizadora na outra. Parou sobre a calçada, esperando o carro chegar. O carro parou ao seu lado, cumprimentou o motorista, abriu a porta de trás e colocou a caixa sobre o banco e fechou a porta. O carro saiu. 
- Moço! Moço! Moço! 
Chamava num tom de voz que ela pensara ser suficiente para que ele pudesse ouvi-la. O carro continuou subindo a rua deserta. Ela meio sem entender, e já rindo envergonhada pela situação, começou a digitar uma mensagem "Moço, você me largou para trás!"  
E a reação dela, ali no meio da rua, foi continuar rindo sem parar. Rindo porque ela sabia que ele jamais teria ouvido aquele discreto "Moço! Moço! Moço!" Se ao menos ela tivesse gritado "MOÇO! MOOOÇÇÇÇOOOOO!!!!! MOOOOOOOOOOOOÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!!!!!!" Mas não, ela não conseguiu gritar! Ela só sabia rir de si naquela situação inusitada.

"Uai, gente! Como assim? Como assim ele me largou para trás?" Ela pensava num misto de vergonha e indignação enquanto ela olhava pelo GPS o carro seguindo normalmente. 

Uns 2 minutos depois:
- Moça! tem uma rota de preferência ou pode seguir o GPS mesmo? Tem uma rua interditada ali... Moça!? MOOÇÇAAA?????
- Acho que você esqueceu ela...  ou está me sequestrando??? 
- Como assim???
- Como assim??? Eu quem te pergunto!!! Fiquei assustada, achei melhor não me mexer!!! 

A rota do carro mudou. A risada aumentou. 

- MOÇA! DESCULPA!!!! TÔ VOLTANDO, CÊ TÁ AÍ????

Ele voltou para buscá-la! Ela entrou no carro rindo, ele rindo de nervoso, explicou que a viu com a caixa e abrindo a porta de traseira. E depois colocando a caixa sobre o banco. Ouviu o "Boa tarde!" e a porta fechar. E que como era  de costume não ficar olhando para os passageiros, principalmente se forem mulheres, ele olhou rapidamente pelo retrovisor , viu a caixa no banco e saiu com o carro. Só se deu conta de que a passageira não estava no carro quando foi perguntar sobre a rota que fariam. Ele ria de nervoso e vergonha. Ela ria de si mesma, dele e também do quão louco  e engraçado era aquele momento. Continuaram rindo, os dois, por mais quase 8 minutos. 


Chegaram excitados. Entre amassos e fantasias, tiraram as roupas na pressa que o momento exigia. Respiração afoita, beijos intensos. Sussurros prazerosos. Queriam uma transa intensa. Sorriam provocando um ao outro. 

Toques, lambidas, sussurros, beijos, abraços, amassos. A jogou na cama com mesma intensidade de querer sentir todo o calor que irradiava daquela mulher. Ela, na mesma vontade, o puxava para si. Beijos intensos. Movimentos íntimos, que não vem ao caso serem descritos, foram aumentando. 

O tesão dos dois corpos, os sorrisos provocantes, foram interrompidos por barulhos igualmente cheios de tesão, embora com um tom mais alto e mais agressivo. Agressivo no sentindo de mais ousado. 
- Que isso?!
- Nossa! Tá ouvindo? Estão fazendo tão gostoso! 
- Mas, nossa! Precisa de tanto?! 
- Precisa! Isso me deixou louco de tesão!!! 
-  Quer fazer igual? 
- Quero... quero fazer melhor que isso! 
- Aaaahhh éééééé???? Vem... 
- Vou sim, minha delícia gostosa!!! 
A partir deste momento só se ouviam gemidos altos, barulhos fortes, batidas. 

Desejo maximizado versus tesão contra a parede. 

Os casais, instintivamente excitados pela circunstância, aumentaram a disposição em tornar aquele encontro inesquecível. Os movimentos ficaram mais intenso... 

Um gemido... 
Dois gemidos...
Uma batida contra a parede... 
Quatro sustos... 
Quatro vergonhas... 
Quatro risadas de desespero... 
Uma parede de dry wall no chão...
O tesão deu lugar às risadas e foi embora... Uma lagartixa correndo pelo chão, esbravejando:
- Malditos humanos idiotas!!!! "Me joga na parede, me chama de lagartixa!?!?!" Patético!!! Bem feito!!!!

Encontros desconhecidos que resultaram em risadas... risadas altas...

A beleza das situações...  
pessoa esquecida
parede caída... 
lagartixa aborrecida... 
Risada garantida...


O cotidiano nas ruas e dentro de quatro paredes... Encontros numa tarde não mais vazia de risadas! 

16:46 nono dia do nono mês de 2020.










Sobre nossos desertos e sorrisos

Quantas vezes o cotidiano nos engole e deixamos de rir? Caímos numa rotina que as risadas passam a ser risos, os risos passam a ser um "esticamento" tenso de lábios resultando num discreto movimento do cantim da boca. E quando percebemos os lábios ficam tristes e não gargalham mais.

O tempo passa. E em tempos pandêmicos, máscaras não mostram mais as risadas, nem os risos, nem o cantim da boca. Os lábios ficam tensamente encostados um no outro. E os dias passam, e as noites também. 

Quantas risadas fantásticas guardamos para nós? Quantas vezes achamos que não nos acontecem muitas coisas engraçadas diariamente? Talvez porque esquecemos o quão gostoso é rir alto. Talvez porque ficamos com vergonha de rir até soltar ronco de porco ou engasgar. Talvez porque nossa risada seja como um motor falhando que começa e para. Talvez porque perdemos o fôlego. Talvez porque alguém não riu, muito menos sorriu, quando contamos algo que nos faz sorrir só de lembrar. Já ouviu risada de criança?  [Você está rindo? Eu também estou! Estamos rindo juntos]. 

"Conte-me algo engraçado sobre você."  

Penso que talvez não esperemos por esse tipo de pedido. Quem é que hoje pede algo assim? Talvez alguém que procura no desconhecido dos algoritmos e códigos alguma razão para continuar dando risadas de si. Ah! Mas procurar no desconhecido? Por que não procurar no conhecido? 

Estamos há dias em um deserto! Areia, areia, areia, imensidão de céu azul, imensidão de estrelas, calor e frio, alternados pelas horas. Estamos exaustos, sem vontade, cansados de nós mesmos, cansados de lutar contra nossa mente caótica. O deserto é conhecido por nós, por nossos olhos. Simplesmente caímos de joelhos, e deixamos a areia nos abraçar.  Fechamos os olhos. E, perdendo a noção de tempo, os abrimos novamente. Lá no horizonte sentimos uma brisa fresca, uma paisagem colorida em tons verdes que não diferenciamos  com exatidão. A paisagem está trêmula. Hesitando em levantar, o cansaço nos prende. Contudo, a lembrança do conhecido nos revigora. Precisamos chegar até lá. E se for só uma peça da nossa mente??? A incerteza nos aquece. Levantamos rumo ao desconhecido. Passos trôpegos, escorregões, queremos ir mais rápido. E então sorrimos sob a sombra de palmeiras. 

15:15, nono dia do nono mês de 2020 

segunda-feira, 20 de julho de 2020

Amizade com F!

Agora as Amizades com eFe de Família! 

Há um ano estive na festa de aniversário da Matriarca de alguns primos da minha mãe, e consequentemente meus primos também. Muitos deles vi num encontro de carnaval [pois é, eu num encontro de carnaval, acho que teve pipoca, mas não teve trio elétrico, felizmente!] também no ano passado. Alguns eu já conhecia, outros eu não lembrava que conhecia, outros eu realmente eu não conhecia. Muitos de nós não nos conhecíamos pessoalmente, mas nos reconhecíamos no gênio temperamental! Não negamos a "raça" nem aqui, nem na China ou nem em quaisquer outras partes do mundo. Somos difíceis, teimosos, "ciumentinhos", mas temos bons corações!!!

Família é o nosso primeiro referencial de amizade. E essa festa marcou porque, além de sermos muito bem recebidos, foi um exemplo de superação e união para comemorar todos os dias vividos, e principalmente, os dias de dedicação da Tia para com a família e amigos! E o brilho no olhar dela refletia o quanto todo trabalho, por muitas vezes árduo, não foi em vão. No meu canto observava e ouvia os demais, a felicidade dos presentes na comemoração de uma data tão importante. A forma como conseguiram fazer com que estivessem presentes os que já não estão entre nós foi belíssima! A alegria das minhas primas da nova geração, os priminhos também da nova geração, o respeito para com cada um de nós foi marcante! A cumplicidade entre eles. As lembranças dos primos mais velhos. As lembranças de alguns deles na casa dos meus avós. 

Uma maravilhosa passagem de 2019 para deixar resgistrada em 2020! 

Que 2020 seja para nós o exemplo do quão ruim é ficar longe da nossa família, dos nossos amigos. Que 2020 seja para nós o exemplo de que não importa a distância ou as dificuldades que temos, há alguém que zela ou já zelou muito por nós, seja em presencialmente ou em orações. É por isso que muitas vezes consideramos nossos amigos como parte da nossa família, porque apesar de não termos o mesmo dna, tem tanta consideração e importância quanto um familiar nosso. 

Que 2020 seja para nós uma reflexão de como queremos estar com os nossos familiares e amigos daqui em diante! 

Sim, sinto saudade da minha família. Mesmo daqueles que moram aqui tão próximo. Ontem meu irmão esteve aqui em casa, mas não quis entrar, ficamos conversando lá no portão. Por respeito à saúde, principalmente dos que estão nos grupos de risco, optamos por ficarmos distantes fisicamente! Sinto saudade também de estar com minhas amizades. Sinto saudade de rirmos juntos, de cozinhar e comermos juntos. Sinto saudade de abraçar! 

Parabéns, Tia, por mais um ano se fazer esteio para a família! Parabéns aos que se dedicam com paciência, amor, amizade e que cuidam da Tia!!! 

Aos nossos familiares e aos nossos amigos [os seus e os meus], minha gratidão por estar conosco nos bons e maus momentos da vida! 

Tão logo espero poder revê-los pessoalmente... até breve, Cambada

22:51, vigésimo dia do sétimo mês de 2020.

Amizade com A!

Amigos
Marcam
Intensamente,
Zueiras 
A parte,
Diversas
Emoções.

Para muitos, os amigos podem ser contados nos dedos de uma mão, no máximo das duas. Só que ao pensar no que escrever, penso que não seria justo eu delimitar assim. Há amigos diversos. Há pessoas que considero como amiga ou amigo porque, em diversas etapas da minha vida, fizeram a diferença e estou aqui para deixar isso registrado. 

Há amigos da época da escola, que conheci láááá no século XX. [risos, muitos dirão que esta informação seria desnecessária, mas não é! Isso é significativo demais!]
Lembro de uns trem que eu rio sozinha. Se rirmos juntos é porque foi significativo também para a outra pessoa. 

Não apenas eu tenho esse privilégio de amizades. As amizades estão em casa, estão na escola, no transporte público [sim, testemunho atitudes dignas de amigos], no trabalho [embora seja um ambiente não muito propício]... os amigos estão ao longo da nossa vida. E eu delimitar aqui meus amigos [leiam MINHAS AMIGAS E MEUS AMIGOS] seria muito simplório diante da grandiosa satisfação que tenho ao pensar em cada uma das pessoas que eu sei que fizeram e fazem ainda a diferença na minha vida! 

Momentos de alegrias, partidas, casamentos, saraus, faculdade, trabalho, terapia, fóruns, momentos de perda, lágrimas em áudios de mais de dois minutos, choro desesperado do outro lado da linha e o silêncio reconfortante dizendo "pode chorar, estou aqui!", cartas, e-mails longos, brigas, viagens, caminhadas longas, banho de chuva, porres, idas ao pronto socorro, jantares, sorvetes, sopa na hora do recreio, lanche dividido - um sacão de pipoca; brigadeiro de colher; piruás, tortas "baratas", filas do R.U. debaixo de sol só pra almoçarmos todos juntos, "msn" de papel, "whatsapp" de papel, emotions feitos a caneta e a lápis, tardes de trabalhos com bolo de cenoura [com cenoura né?!], horas ao telefone, jantar a distância, filmes a distância, músicas a distância, amigos divergentes, amizades com ciúmes, amizades sonolentas com pó de alface , shows, palhaços, tardes de filmes, cinema, arroz frito com schweppes citrus, esportes [quase radicais], churrascos, cachorro quente, pastel de feira, amendoins correndo pela avenida abaixo, colos, pães de queijo e cuzcuz com carne seca, café docim com pão e mortadela, doce de mamão com cravo, alecrim com macarrão, correios elegantes, amores platônicos, risos abafados, risadas escancaradas, risadas contagiantes, madrugadas em claro, abraços "Felícia", infâncias misturadas, eventos, orações, preces, benzições, amuletos, cantigas, cuidados, casais, família, "vou com você até a esquina", "vou com você até o ponto de ônibus", fé, compreensão, perseverança, distâncias, ausências, presenças reais e virtuais, charadas cinematográficas, livros, animais, sol, chuva, lua, céu, vento, grama, asfalto, clubes, carnaval, natal, semana santa, virada de ano, halloween, aniversários, balões, dores compartilhadas, forças reforçadas, coragem dividida, palavra franca, amizades diversas, amizades que não encontram substituições. Amizades caras, Amizades com A! Amizades que gostaria de ter quantas vezes fossem necessárias. Amizades que me fizeram chorar de tanto rir, Amizades que me fizeram rir para parar de chorar. Amizades que alimentaram meu corpo e meu espírito. Amizades que me carregaram literalmente. Amizades que me viram no meu momento mais tosco e fétido! Amizades de todas as cores, horas e sabores. Amizades azedas, Amizades barulhentas, Amizades silenciosas, Amizades pintosas, Amizades gostosas, Amizades calóricas, Amizades agora de balança, Amizades recentes, Amizades idosas, Amizades juvenis, Amizades familiares, Amizades atemporais...

Para minhas amizades ao longo dos meus trinta e oito anos, Obrigada por tudo e mais um pouco!!!! 

21:48, Vigésimo dia do sétimo mês de 2020

segunda-feira, 1 de junho de 2020

As palavras contam...

Carta aos missionários

Como vovó já dizia
O dia em que a terra parou
Da lama ao caos
As profecias

Gospel
Conversa para boi dormir
Caroço de manga
Pastor João e a igreja invisível

Bichos escrotos
Até quando esperar?
Comida 
Desordem

Aluga-se
As minas do Rei Salomão
Ouro de tolo
Inútil

O pulso
Conserve seu medo 
Filho da pátria iludido
Admirável gado novo

Não pare na pista

Meu amigo Pedro
Quando acabar o maluco sou eu
Carpinteiro do universo

O que se cala
Fé cega, faca amolada
Por quem os sinos dobram
Perfeição

Esquerda, grana, direita
Senhor cidadão
Anos de luta
Proteção

Heróis da liberdade
Esperanças perdidas
Canto das três raças
Disparada

Que país é esse?

O cio da terra
Brasis
A cidade

Pra não dizer que não falei das flores

Uns e Outros; Raul Seixas; Chico Science; Marcelo Nova; Ultraje a Rigor;  Titãs; Plebe Rude; Gabriel o Pensador; Zé Ramalho; Elza Soares; Milton Nascimento; Tom Zé; Legião Urbana; Originais do Samba; Clara Nunes; Pena Branca e Xavantinho; Geraldo Vandré 

Um mosaico musical cantado antes de 2020 para 2020. Coragem, força, sutileza crua e rasgada! 

Minha contribuição e reflexão no intuito de sairmos desta apatia submissa!!!! 

As palavras contam!
As palavras cantam!
As palavras gritam!
As palavras marcam!
As palavras correm!
As palavras choram!
As palavras caem!
As palavras levantam!
As palavras mudam!
As palavras escondem!
As palavras escancaram!
As palavras rasgam!!!
As palavras vivem!
As palavras sobrevivem!
As palavras resistem!
As palavras ecoam!
As palavras voltam!
As palavras votam!
As palavras libertam!
As palavras perdoam!
As palavras lembram!
As palavras lavram!
As palavras limpam!
As palavras purificam!
Palavras... lavras... larvas
Palavram... palavrão!

21:45 Primeiro dia do sexto mês de 2020

segunda-feira, 25 de maio de 2020

CAOS?! Parte 4

Como Aguentar Ouvir Sandices?!

[voltei... 02:48... quase caguei de medo! Sério! A gata apareceu do nada, que susto!] 


Spoiler: Adivinha?!


Como eu disse no texto anterior, quero falar sobre um vídeo mais diplomaticamente engraçado... Vamos à pérola [mais uma, claro!] de 2020.

Francamente, ainda não sei como ficará a edição deste texto, não sei qual formato o apresentarei! Pensei em colocar o vídeo, depois em transcrever as falas. Enquanto transcrevia as falas, observava as imagens. O medo deu lugar à tristeza! Sério! Coloquei as mãos na cabeça! Sinto aqui uma árdua tarefa. Sei que muitas pessoas já se expressaram por conta dessa aberração chamada progaganda do Enem 2020 - a chamada para as inscrições. E eu também quero expressar a minha! Tenho a OBRIGAÇÃO de reforçar o que já foi dito e comprovado por muitos desde o início da pandemia, e que ficou mais intenso quando a propaganda entrou em circulação. 

Transcrição: 
Fala 1: "E se uma geração de novos profissionais fosse perdida? Médicos, enfermeiros, engenheiros, professores. Seria o melhor para o nosso país? A vida não pode parar. É preciso ir à luta. Se reinventar, superar. Dias melhores virão!"

Sério?! Eu rio ou choro?! Oooiiii!! Quando será que gravaram essa propaganda? Quem foi a mente brilhante que escreveu esse texto? E se uma geração de novos profissionais fosse perdida?! Já  perdemos gerações de profissionais ATUANTES, desde o início da pandemia!!!! Obviamente que não excluo aqui profissionais que morreram ou foram afastados de suas atividades devidos as consequências da profissão. Aos profissionais da saúde e aos professores [relembremos]: péssimas condições de trabalho, exaustão, dependência química para aguentar a rotina louca; agressões, desrespeito, depressão, além de outras doenças desenvolvidas ao longo da carreira, cobranças da sociedade, suicídio! Quanto aos engenheiros, o que posso relatar aqui é o sofrimento na formação acadêmica... cálculos?! Socorro!!! 

Ainda em relação aos profissinais da saúde e professores, falo com propriedade porque desde o meu nascimento até dois meses atrás fui atendida também pelo SUS! [Acredite, a realidade de quem paga convênio médico não é muito diferente da de quem utiliza o SUS]. Tirando alguns semestre de cursinhos pré vestibulares pagos pelos meus pais e meu tio, estudei a vida toda em escola pública! Estudei em escola rural-municipal e escola urbana-estadual. Minha mãe foi merendeira de escola, minha madrinha é professora aposentada. Tenho primas professoras, primo também professor. Tenho amigos professores. Quando é que as gerações desses profissionais foram respeitadas nesse tom de "e se perdermos vocês, o que será do país?" Mais um vez reforço que não tenho muito o que falar dos engenheiros, mas isso não significa desmerecimento da minha parte! Pelo contrário, não tenho conhecimento de causa.  A propaganda se refere a qual país??? Citaram os professores?! Excelente! Contraditório à valorização dos mesmos! 

Claro! Não é que a vida possa parar, a vida NÃO para! Quem disse que não há luta diária?? Quem disse que não há reinvenção, (re)adaptação, superação? Quem disse isso vive em qual país, ou melhor, vive em qual planeta??? 


Fala 2: E, por isso, eu quero fazer o Enem este ano. Pra entrar em uma universidade. Estude, de qualquer lugar, de diferentes formas, pelos livros, internet, com a ajuda a distância dos professores. 

Não, não queremos fazer o Enem por causa das gerações que foram perdidas ou que estão se perdendo [Correção: elas não se perderam e não estão perdidas, elas morreram ou estão morrendo!!! Vamos usar o verbo mais adequado né?! [[Ah, eu fiz o Enem ano passado, mas me solidarizo com as pessoas que ainda fazem essa prova desgraçada!]]... responder e passar na prova do Enem tem se tornado, nos últimos anos, o meio de ingresso exigido pelo MEC para ter acesso às instituições principalmente públicas! Muitas universidades descartaram o vestibular e adotaram o Enem como forma exclusiva de ingresso em seus cursos. Ou seja, o aluno não faz porque simplesmente quer fazer!!! É uma obrigação, caso queira ter acesso ao ensino superior público. 

"Estude!" Aqui a palhaçada acentua!!! Essa propaganda foi feita para alunos cujos pais tem condições de pagar escolas particulares, cujos pais tem recursos para dar uma boa infraestrutura digna de isolamento social: livros, computador, celular, internet decentes! Vamos pensar o mais básico que seria o livro. Sabe quão caro é um livro?! Claro, não é interesse do Estado ter cidadão instruido, quanto menos acesso, quanto menos facilidade ao conhecimento, melhor é para o Estado. Assim há a liberdade de se esbaldar às custas do povo! Qualquer semelhança com o Brasil é mera coincidência, ok?! Lembro das dificuldades dos meus pais para comprar nossos livros na época da escola. Lembro da expressão deles de "vamos ver"...  e faziam das tripas coração para comprar os livros. Por isso eles me são tão caros, meus pais e os livros. E os pais que não tem como comprar livros para os filhos?! E os filhos que tem que cuidar dos pais e nem sequer tem condições mínimas de um espaço sossegado para estudar? Preciso falar algo mais ou já consegue dimensionar quão fundo é o buraco da exclusão educacional?


Fala 3: Faça já sua inscrição no Enem, de onze a vinte e dois de maio, pelo "saite"enempontoineppontogovpontobr . Além da prova em papel, este ano também terá o Enem Digital, feito em computador pelos locais indicados pelo Mec. 

A maioria dos alunos que farão a prova do Enem não tem computador nem internet em casa para estudar, sequer tem um celular para "quebrar um galho", e terão computadores disponíveis para fazer a prova??? Nossa! Estou emocionada!!! Depois que uma das figuras mais importantes do mundo em 2020 [fala essa que ouvi num vídeo "gadista" se referindo ao atual presidente do Brasil] usou palavras de baixo calão, vulgo palavras no aumentativo, dá vontade de baixar o nível aqui!!! Issso é revoltante!!!! Mas que eu seja educada! Vamos ser exemplo, não apenas crítica!


Fala 4: As provas serão no final do ano. Até lá, estude. Seu futuro já está aí.

A palavra nojo representa meu sentimento agora!


Fala 5: Ministério da Educação. Governo Federal. Pátria Amada, Brasil!

Ministério da FALTA DE ACESSO À EDUCAÇÃO!!! Pátria Amada?? Onde? Por quem? Amada pelo governo é que não é!!!


Detalhes do vídeo: Preciso comentar? Em cada fala há uma bandeira do Brasil ao fundo... quanto patriotismo né?! Comovente se não me causasse tamanha indignação! Tenho certeza de que a indignação não é só minha!!! E o espaço de cada um dos "estudantes"? Que espaços iluminados, arejados, limpos, confortáveis?! Um sonho né?! Claro! Estavam lá para representar os estudantes do Brasil, os estudantes do Oiapoque ao Chuí!!!


Acertou quem pensou em ironia ao ler o Spoiler!!!  

04:35, vigésimo quinto dia do quinto mês de 2020.

CAOS?! Parte 3

Como Aguentar Ouvir Sandices?!

Será que teremos aqui uma sequência digna de A hora do pesadelo?? Uai, sô, num sei!!! Mas do jeito quiu trem laivai, é bem capaz! 



Não quero fazer piada com a situação do Brasil! Quero escrever um texto leve. Sim quero mesmo! Mas não sei quais serão as palavras que sairão pelos meus dedos. É que estou muito indignada! Entendo, não vivo num conto de fadas, tenho contas para pagar, assim como as demais pessoas. Tenho obrigações, deveres e direitos assim como todos os cidadãos. E só posso responder pelas minhas atitudes, pelos meus valores. 

O assunto da vez é o vídeo do aumentativo de palavras gravado no dia em que respresenta o descobrimento do Brasil. , [ops! Quero dizer, gravado no dia 22 de abril de 2020]. Mas não vou falar dele hoje, tenho um vídeo mais diplomaticamente engraçado para falar! Até o Pennywise diria "Ei criança  idiota, Não, não caia nessa!" [Meudeusdocéu! Por que que só vieram essas referências na minha mente? São mais de 2 da manhã, e inventei de procurar o nome desse palhaço que não sei o nome... não! Não é o nome do "Cair", muito mesmo do "Vantrauber!" [[coloquei Pearl Jam pra tocar agora e quebrar o clima. Por mais que pense na reação hilária do meu amigo Luigu ao ler o que escrevi acima, e ouvindo mentalmente as risadas dele, não deixo de sentir medo!]] O frio na espinha não é frio dos 11 graus que está fazendo agora... é o frio do medo só de lembrar daquela cara branca com aquele cabelo de mau gosto e aquele nariz vermelho!! SOCORRO!!! Admito que já olhei umas 200 vezes para trás enquanto escreve este... lá na segunda linha eu ignorei o "Um dois... três quatro...", mas agora não consigo ignorar os dois juntos...] 

Foco! Foquemos no texto, Ana! Então... 

[pausa para ir ao banheiro, espero que eu volte] 

Caso eu não volte... já sabem... estou congelando de medo! Sério!!!

02:42, do vigésimo quinto dia do quinto mês de 2020.

sábado, 23 de maio de 2020

CAOS?! parte 2

No post anterior citei o medo.
Hoje eu tenho medo de (do) que? Hoje você tem medo do (de) que? Hoje temos medo d(o)e que? 


Francamente, há uma ferida que não foi curada e, infelizmente, não sei qual será a medicação para ela. Cloroquina e Tubaína tenho certeza que não são!!!

Em matemática, quando tinha um problema para resolver, lembro que anotava as variáveis num cantim da folha e assim conseguia encontrar o caminho para a resolução.  Nas atividades de português "despedaçava" uma frase, orações, períodos, parágrafos, para identificar quem eram os sujeitos, quais verbos, apontava preposições e tempo que ocorriam as ações.

Na História, os acontecimentos. Na Biologia, dissecava células com lápis de cores [melhores desenhos, sem formas especificamente definidas... Complexo de Golgi, ribossomos... e os órgãos?! Lembro-me do professor Frazão. Ele cuidadosamente desenhando um coração no quadro com gizes coloridos enquanto, nas costas dele, a sala era uma algazarra pura! Sim, a realidade da escola pública, dos alunos (a maioria) sem a noção da importância daquele trabalho tão desmerecido por nós alunos, moleques sem preocupações com o futuro].

Na Geografia, a paisagem, o clima, o relevo, o solo, a cultura, a localização para compreender a sociedade. E por aí vai!
Teoricamente, na escola aprendemos a observar quais são os aspectos, as variáveis, as situações de um determinado assunto e assim chegar a um resultado, aprendizado. Será que esquecemos disso?

Não preciso levá-los para dentro de uma sala de aula de escola pública, posso simplesmente levá-los para a cozinha... vamos fazer um bolo?! Ah, vocês não cozinham? Vamos abastecer seu carro? Vamos assistir algum jogo de futebol, sim, de preferência com o seu time favorito? Não gosta de futebol! Vamos ouvir música ou assistir algum filme da sua preferência?

Para todas essas situações e inúmeras outras situações, nós avaliamos, nós pensamos! Nós nos questionamos!!! NÓS NOS QUESTIONAMOS!!! Quais ingredientes usar no bolo? Não vamos colocar pimenta num bolo [até então eu não tinha pensado nessa possibilidade - risos]; vocês não abastecem os carros no primeiro posto que encontram pela frente [digo vocês porque não tenho carro]; vocês ficam furiosos com as "cagadas" do seu time, xingam o juiz por discordar das punições ou falta de punições dentro de campo, vibram pra "CARALHO!", gritam: "POOORRRAAA!", "CHUTA, TOCA ESSA BOLA FILHODAPUTA!", "CARAI!", "VAITOMARNOCU!", "JUIZ LADRÃO!"; detestam o ator que reinterpretou seu super-herói favorito, não gostam da trilha sonora, ficam putos com o final tosco, defendem esse ou aquele diretor, etc.

Enfim, percebem que cotidianamente expressamos nossas opiniões sem medo, pelo simples fato de impormos nossas vontades? No nosso mundinho a coisa funciona, avaliamos, destacamos o que nos convém! Sim, ok! É válido!! É importante termos nossa opinião, nossa identidade! Mas isso é importante para todos! E aqui entra, penso eu, o BEM ESTAR COLETIVO! 

Olha, não vou entrar no mérito de correntes de pensamento! Só quero dizer o que é óbvio!!! Todos merecem ter condições para terem um mínimo de bem estar. [Ok, não sou perfeita, estou anos luz distante da Madre Teresa de Calcutá, tem alguns que ficariam fora desse "todos merecem", MAS...] O artigo I da Declaração Universal dos Direitos Humanos: "Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade." 

Bem, é assim que agimos em relação ao outro ou é assim que esperamos que o outro aja em relação a nós?? Temos medo de sermos atingidos individualmente, mas quando pensamos no coletivo, voltamos para nós mesmos! É assim que somos, infelizmente!! Somos "territorialistas"! Quando é para pensarmos no outro, nos calamos!

E assim passo a me sentir envergonhada da nossa condição atual! Envergonhada de ter sido uma aluna medíocre (no sentido de não valorizar aqueles que se dispunham a lecionar para nós numa escola pública); envergonhada por não conseguir expressar quão ignorantes somos em pleno século XXI, com toda essa tecnologia a nossa disposição. Estou envergonhada porque estamos com medo de passar fome por causa dos impactos da pandemia. Estou envergonhada porque somos um dos maiores países agroexportadores do mundo e mesmo assim ainda acreditamos nesse discurso pífio de que ficaremos na miséria e passaremos fome. Acordem!!! Se vocês não sabem, há brasileiros famintos há décadas. Há um livro chamado Geografia da fome, escrito pelo médico Josué de Castro.

Estou envergonhada porque a cada ano o abismo entre pobres e ricos aumenta mais. Exemplo? O vexaminoso comportamento do Ministério da Educação  em insistir na realização do Enem 2020 nas datas previamente estipulada antes da pandemia. Estou envergonhada pela propaganda que circula nas redes abertas de televisão: "Estude!" ... estudar?! Como um aluno sem infraestrutura básica conseguirá estudar para aquela prova extensa denominada Enem? Estou envergonhada porque, apesar de termos um dos melhores sistemas de saúde pública do mundo, muitas pessoas já morriam nas filas sobre leitos (alguns nem isso) esperando vagas em UTIs, esperando por cirurgias, tudo porque não é do interesse dos governantes que tenhamos qualidade de vida!! Se tivermos qualidade de vida nosso medo diminui, se o medo diminui somos capazes de raciocinar de maneira efetiva, e se raciocinarmos de maneira efetiva enxergaremos os governantes escondidos sob suas máscaras! 

Sim, o governo espalha o medo da miséria, da fome, da falta de segurança pública, para se eximir de zelar pelo bem estar da sociedade.  E, com medo, aceitamos submissos, passivos, essa pouca vergonha estatal que me enoja! E com essa submissão, acusamos governos anteriores pelo caos atual. Olhamos para o passado não para aprender, mas para justificar as falhas atuais. Olhamos e julgamos o passado. E assim esquecemos de cobrar mudanças no presente para termos um futuro melhor. Como é que chama? Cortina de fumaça!!! 

02:35, vigésimo terceiro dia do quinto mês de 2020

sexta-feira, 22 de maio de 2020

CAOS?!

Como Aguentar Ouvir Sandices?!

Assisti ao Jornal de Casa 10, do @Victorcamejo, e nos comentários sobre o mesmo expressei um pouco dos meus sentimentos. Assistir a edição de ontem, quinta-feira, 21/05/2020, me fez rir alto aqui em casa. Contudo, ao final o sentimento de tristeza veio devastador. Senti que estamos em uma montanha russa com os parafusos soltos [só de assistir aos vídeos com montanha russa  eu sinto mal, não vejo graça alguma nesse "brinquedo", aliás não vejo graça em parques de diversão!]. 


Escrevi um texto aqui me referindo ao coronavirus, admito que eu estava muito mal informada. Ou talvez eu não quisesse admitir, como muitos ainda não admitem, quão devastador ele seria... a verdade é que eu o subestimei!! Sim, fui ignorante! E penso que ainda estou ignorante em muitos aspectos. Algumas semanas depois que publiquei o texto, fui demitida. Não! A demissão não teve a ver com o texto [risos]. A demissão teve a ver com os impactos econômicos da pandemia. 

O distanciamento social proporcionou encontrar virtualmente pessoas que trouxeram uma explicação, digamos que, mais assertiva, para a forma como observo as coisas.  "Assertiva" penso que não seja a palavra exata para representar a ideia que está em mente, mas no momento é a que veio [qualquer coisa depois edito! Sigamos!]. Tenho um pequeno "distúrbio" de enxergar as coisas de uma forma mais objetiva, mais crua.  Sei lá! Minha mente está tão cheia agora, tão triste que estou me perdendo com as palavras.  Vou direto ao ponto, sem rodeios, pronto!! 

Estou farta, enjoada, triste, com raiva, deste governo que está no comando do Brasil! Aliás, um DESGOVERNO!!! Em comentários que fiz nos vídeos que assisti no YouTube, algumas vezes o chamei de louco. Mas hoje, 22 de Maio de 2020, chamá-lo de louco é de uma afronta e desrespeito absurdo da minha parte para com os loucos do mundo!!! Não encontro palavras gentis agora para expressar o que sinto, em relação ao governo e também em relação a nós enquanto meros fantoches da mídia e desse mesmo "desgoverno" que desprezo! 

Estamos caminhando para o precipício! Ironicamente, em muitas crises depressivas, estive prestes a pular. Só que era só eu. E eu pensava que não teria mais jeito! Mas, hoje, sei que não posso pular; sei que não poderemos pular. E o jeito de evitar o precipício é enfrentando o que nos empurra para ele. No meu caso, a depressão, a ansiedade. 

Estou indignada como estamos agindo passivamente diante de tantos absurdos acentuados gravemente nesses primeiros cinco meses de 2020. A maioria está dominada pelo medo. E o medo, no meu pensamento, é uma das piores, senão a  pior, armas que o homem forjou. Do ponto de vista científico, não sei se posso dizer que o medo é uma arma forjada pelo homem, porque medo é um sentimento. Mas a apropriação que se faz desse medo talvez possa ser entendida como o medo forjado pelo homem [anotado para eu pesquisar e refletir mais sobre essa ideia]. Que fique bem claro! Esta é uma percepção minha, e estou aberta a conversarmos sobre ela. 

Enfim, 
O mundo vive hoje o medo do amanhã. As pessoas acordam e logo cedo sabem que o que vão enfrentar não será nem paz nem tranquilidade. [...] O medo hoje é nosso companheiro diário, e para controlá-lo basta decifrá-lo para que ele não nos devore lentamente, impedindo nosso progresso. [...] Um cidadão de um local pobre e que tenha dificuldades financeiras pode ter medo de passar fome. Já um alto executivo de Wall Street, que tem todo tipo de conforto, possivelmente dirá que seu medo é de perder dinheiro na Bolsa de Valores ou de sofrer um infarto [...]  Trechos extraído da Introdução do livro MEDO - O controle em suas mãos, escrito por Rodrigo Batalha; publicado pela Editora Saraiva, em 2010. E agora, dez anos depois, o cito para explicar grosseiramente o que percebo! 

Ok! Estamos enfrentando uma pandemia. Os impactos já sabemos: sanitários, econômicos, psicológicos e culturais. Mais de 20 mil mortos em menos de 90 dias, fora os casos que não sabemos! Gente! Peloamordequalquercoisa!!!! Isso não é normal!!! Por que estamos agindo como se fosse??? Por medo???? Francamente, não sei explicar!!!

Referências: 



[Continuarei...]
02:11, vigésimo segundo dia do quinto mês de 2020.

domingo, 10 de maio de 2020

Dia das mães...

Dia de todos os dias das nossas mamães...
Mães novas
Mães velhas
Mães sensatas
Mães de sangue, corpo, alma e coração
Mães de fibra, mães de ferro, mães diamantes...
Mães caseiras, mães guerreiras
Mães amigas, mães reservadas
Mães silenciosas, mães barulhentas
Mães das nossas mães e dos nossos pais
Mães, duas, três, quatros, muitas vezes mães
Mães que suam, mães que enxugam
Mães... muitos adjetivos, muitos verbos e advérbios para um único substantivo.


Mãe, FELIZ DIA DAS MÃES!!! Mesmo que distantes fisicamente, te abraço em pensamento!!! Amo muito você!! E sou muito grata por todas as vezes que abriu mão de você para cuidar de nós três aqui em casa!!! Obrigada por tamanha entrega e amor!! Espero que de alguma forma eu consiga retribuir tamanha prova de amor e resignação!!! Feliz 10 de Maio de 2020!! Feliz dia das Mães!!! 

00:00, décimo dia do quinto mês de 2020.

sexta-feira, 27 de março de 2020

Uma pedra no meio do caminho... Parte 3

- Oi Fuluna! Você já vai? 
- Sim, vou bater meu ponto! 
- Me espera pra me dar uma carona! Tenho aula, se não vou atrasar! 
- Tá bom! Te espero! 
- Viu só como sou abusada? Ela falou olhando para mim!
- Eu te entendo, você está atrasada! Mas não é por minha culpa! Cheguei aqui por volta das 17:15 e ela falou para eu esperar. Só me chamou naquela hora. 
- Eu sei que não é por sua culpa. Elas sempre fazem isso, já estou acostumada! É difícil menina, difícil!! 
Vira aqui, vira ali. Eu batendo os dedos uns nos outros. E olhando para o teto!
- Oi! Tudo bem? Prontinho! Boa cirurgia! Fica tranquila, Ana, vai dar tudo certo! [Ao chegarmos numa sala "cubículo", ela cumprimentou um homem que estava sentado lá com todas as vestimentas adequadas, ele sorriu para nós e nos cumprimentou. Agradeci a moça bonita e retribuí o cumprimento do homem!]

[Silêncio]

Na sala "cubículo", eu deitada na maca, o homem sentado em uma das seis cadeiras, e um crucifixo num tom dourado envelhecido acima da porta de entrada para o centro cirúrgico. Pensei, olhando para o crucifixo: "é pra você que eu confesso meus pecados aqui e agora?" . Ri comigo mesma, "não faça isso, Ana!"
- Oi! É você que vai me levar lá pra dentro? 
- Não! Estou esperando minha mulher, vou assistir o parto! 
- Aaah! Me desculpa! É que ela me colocou aqui com você e não falou nada, pensei que era algum tipo de protocolo.  
- Tudo bem! Eles também não me falaram nada, só falou pra colocar a roupa e esperar. Estou esperando, aí trouxeram você! 
- Menino ou menina?
- Menina! [Ele mais nervoso do que eu!]
Eu que não me continha, continuei:
- Parabéns! Como se chama? 
- Siclana! 
- Nossa quase minha Xará!! Muito bonito o nome!!! Que Deus abençoe o parto e vocês também!! [O Cara lá do crucifixo piscou para mim!]

 o.O Parei!!! 
brincando! Não piscou não, o crucifixo continuava lá quieto, mudo!! Foi uma resposta espontânea! É que ele estava mais nervoso do que eu! Eu posso fazer uma ideia. Se fosse eu, eu estaria "Me cagando", Deusdocéu!! O mundo uma loucura e o povo fazendo filhos!!! Isso, para mim, é apavorante! Contudo, ao mesmo tempo,  deve ser indescritível o sentimento naquele momento, acredito que nem se lembram que tem um mundo lá fora!! Pais tão inocentes quanto a bebezinha que estava para chegar ao nosso convívio!! Francamente, tem que existir um Deus mesmo! E que Ele não seja sádico!! Mas se Ele existe, qual a lógica disso tudo?? Sim!! O medo do desconhecido faz isso, traz alguns devaneios, alguns questionamentos!

Eu estava um tanto apreensiva sim! Sabe a lei de Murphy né?! Pois é! Era só o que eu pensava!! É que de repente muitas coisas começaram a dar certo! E pensava que meu tempo estava esgotando. Naquele cubículo pensei um pouco na vida. Tentei acalmar a mente porque fui avisada de que a cirurgia agradaria um pouco devido a demanda no centro cirúrgico. O pai entrou. 

Veio outro homem, este um senhor, também todo paramentado, grisalho, olhos claro, com voz grave e rouca, parecia o mordomo do Batman!!! Mas não tão simpático quanto o Alfred.  Ele tinha um tom arrogante a cada pergunta! Passei outra vez pelo Serasa da Saúde! Um questionário pior que interrogatório! E ao final, a surpresa:
- A senhora vai fazer cesárea né?! [Ele com meu prontuário na mão]
- Uai!!! NÃO!!! [O meu espanto foi o dele, contive minha vontade de rir porque, convenhamos, que constrangedor! Para não dizer: "Mas não é possível!!" Quanta falta de atenção, hein?!]

Minha quase mini xarazinha saiu do centro cirúrgico para ir ao berçário!! Que coisinha mais pititinha! Cabelo pretim, e muito cabelo!! A enfermeira que estava acompanhando disse que ela parecia ter o olho claro!!! Fiquei emocionada!! Olhei pro crucifixo e não fiz nenhuma piadinha! Espero que o Cara lá de cima tenha entendido meu pedido!! Que privilégio vê-la antes que os avós a pudessem ver!!! Elas foram embora. Chegaram respectivamente, dois casais mais idosos, os homens passariam por procedimento cirúrgico também, e as mulheres estariam lá para acompanhá-los. Chegou mais um casal para parir também! A moça novinha e brava. O pai, de primeira viagem, nervoso! 

Veio o Alfred novamente: 
- "essa porta fica fechada, ou você entra ou você sai!", grosseiramente falou com o pai. O pai gaguejou, coitado! Ele não sabia para onde ir para vestir a roupa de assistir ao parto! Claro que ele não sabia, as pessoas que são responsáveis por informar o que, onde e como fazer não informam!! Isso me dá uma indignação absurda! Comecei a pensar que não era só na minha rotina que essas coisas aconteciam! É lamentável! Depois do esporro, Alfred orientou o pai e levou a mãe para o centro cirúrgico.

Eu já  estava quase que em estado claustrofóbico naquele cubículo, deitada na maca, de barriga pra cima, com aqueles quatro idosos me olhando. Mesmo com aquele avental minúsculo e verde e um cobertorzim velho por cima de mim, me sentia nua e muito desconfortável!! Então, como se fosse a visão de um anjo [risos, aaah eu não poderia deixar essa passar!], veio outra moça bonita falar comigo numa docilidade tão doce que acalmou minha mente.
- Oi Ana, desculpa a demora! Mas vai demorar um pouco mais, por isso vou te levar pra ficar de castigo lá dentro junto conosco. 

Por uma questão ética, em respeito aos profissionais e pacientes, não descreverei o que aconteceu lá dentro. Calma! Apesar da demora, tudo certo! Pessoas muito gentis, educadas e humanas, correndo para dar o melhor a cada minuto e brigando com outros setores para conseguirem agilizar todas as cirurgias que ainda estavam por vir. Essa última moça bonita estava chefiando naquela noite! Queria poder vê-la outra vez!! Uma excelente profissional!!

Entrei na sala para a cirurgia as 21:35. As 21:50, apaguei! As 02:32 da manhã estava indo para a enfermaria! As 08:30 da manhã recebi alta! As nove e pouca da manhã já estava em casa, com minha pedra retirada do meio do caminho.

22:30, vigésimo sétimo dia do terceiro mês de 2020.

Pós-créditos
# No interrogatório do  Alfred:
Eu, humilde:
- Que horas são?
Ele, com voz aquela voz de dublador:
- Está em jejum?
- Sim!
- A que horas comeu e bebeu pela última vez?
- As 10:45 comi e as 11:03 bebi o último copo de água.
- [[Em Brasília]] são dezenove horas!!! 

# conheci a mãe da minha quase Xarazinha, e contei da minha gafe com o marido dela. Rimos muito! Ela me contou da dor da anestesia!

# maldito avental estúpido com abertura nas costas!
Anestesista fanfarrão que não gosta de berinjela mas precisa comê-las por causa da dieta:
Informação 01: - Vamos fazer um tomara que caia em você, mas pode ficar tranquila, só preciso que braço fique livre assim...
Informação 02: - Você não vai sentir nada durante a cirurgia, ok?! Mas agora vai doer, e vai doer muito.
PQP!!! Doeu mesmo, doeu muito!!! E quando eu começava a ter noção de como se sentia uma pessoa na hora da execução da pena de morte por injeção letal, virei o pescoço romanticamente para olhar mais uma vez para o relógio. Sabe o Alex de Madagascar quando foi alvejado com tranquilizantes e tudo começou a rodar?! Então, só lembro dos números 21:50.

# levar meias foi inútil!

# no quarto-enfermaria:
- se precisar de alguma coisa, é só apertar essa campanhia que alguém vem te ajudar!
- ok! Obrigada!!
Vontade absurda de fazer xixi, cadê que eu conseguia alcançar a campanhia?! Me senti naqueles filmes de terror!
É agora que faço xixi na cama! Tentava controlar minha vontade, eu estava no escuro, sem calcinha, não alcançava a campanhia, não conseguia nem poderia me levantar sozinha. Phudeu!! Finalmente alguém veio. Depois de uma eternidade de minutos, a enfermeira me levou ao banheiro. É extremamente horrível depender de alguém estando nessas condições e com o risco de ficar com a bunda ao vento!! Um misto de vontade de rir e chorar!