Pouco tenho lido... então, escrever não será fácil. Só que
ainda ouço e vejo. Não tanto quanto deveria, mas estas duas funções vitais
ainda funcionam. Sendo assim penso ser possível redigir algumas linhas
desafiando minha postura passiva diante de alguns fatos...
Nesta mesma época, há (dois) anos [passados], o Brasil
parava em determinada hora do dia – e da noite - para manifestações
patrioticamente legítimas (dentro da defesa dos direitos de alguns cidadãos
zeladores da moral e dos bons costumes!).
E nas costas o peso verde-amarelo de uma bandeira (que todas
as vezes me fazia errar a medida dos traços, mesmo tomando cuidado para o
amarelo representante das nossas riquezas não invadir o verde das matas
extensas). No rosto cores idênticas as carregadas nas costas, no peito, no
coração, nas bocas, nos olhos, nos ouvidos, pés e mãos, para quem quisesse ler,
ver e ouvir!
Emocionei! Admito! Emocionei sim com algumas imagens, com
milhares de pessoas cantando, ao mesmo tempo, nosso belo hino nacional! Como não
se emocionar?? E então muito de nós pensamos: Agora vai! "Avante Brasil! Mais de
90 milhões em ação!" ...
[Posso rir?!]
Hoje, ao ir a um mercado perto do meu trabalho, atravessei a
rua sem ir até a faixa de pedestres que fica poucos metros acima de onde eu
estava. Olhei para a rua e não tinha nenhum carro. Estavam parados no semáforo
lá embaixo. Atravessei a rua e lembrei de uma amiga de longa data: “A Ana é tão
caxias que só atravessa a rua na faixa de pedestre!” Eu era assim mesmo! Hoje
fiquei ligeiramente sem vergonha! Quando estou por conta – na maioria das
vezes! Sim, na maioria das vezes! Caminho os metros acima e atravesso na faixa.
Espero o sinal ficar verde para eu passar, contorno o prédio público e chego
onde quero.
E pós essa lembrança da Lê, veio o soco no estômago e uma
risada! Eis a pauta para o blog! Qual é o tema da vez? Qual é a palavra da
moda? Como diriam alguns mais letrados do que eu: o que está em voga? (tem umas
palavras engraçadas, né?... outras feias, outras estranhas, mas enfim, pode ser
pauta de outro texto!)... Vamos lá! Dicas:
- “sensação que a luz provoca no órgão de visão humana, e que
depende, primordialmente, do comprimento de onda das radiações.”;
- “via pública de circulação urbana, total ou parcialmente
ladeada de casas”;
- tem no pato, no pé, na pizza, no poço de petróleo e na
Petrobrás também tem;
- é designada por um verbo;
- Ou, franca e simplesmente, o “ato de induzir a realizar ato(s)
contrário(s) ao dever, à ética.”
Então, já sabe?! [Até a gata dorminhoca aqui de casa sabe
essa!]
A culpa não é de quem votou na “atchilma”! A culpa é nossa! A
culpa é nossa que corrompemos direta ou indireta, dia e noite, faça sol, chuva,
ou frio! (Falando em frio! Que frio gostoso que está fazendo!!!!, mais de duas
da manhã e meus pés geladinhos enquanto escrevo!) tsc... voltando ao texto...
Ouço quase que “direto e reto”, há mais de três meses, que estamos
em crise! É! É a crise! “é a crise!” “A culpa é da ‘atchilma’!” e então vejo
adesivos: “a culpa não é minha, eu votei no ‘Alécio’!”... “ÔÔh amiguiinhooo!
Amiguiinhaaa!” Sem querer estragar sua ilusão mas já estragando! Lamento, mas a
culpa é sua sim! A culpa também é minha! A culpa é nossa, “fiótindicruzcredo”!!!
Vem! Segura minha mão e vamos! Deixa eu te contar! Sabe por
que a culpa é nossa? Quem é que para em frente a uma garagem, (MESMO QUANDO TEM
A INFORMAÇÃO EM LETRAS ENORMES E AMARELAS FORMANDO A PALAVRA GARAGEM) e ainda
tem coragem de perguntar: “pode parar aqui que não sai carro né?!” (cara de pau
em extinção, desmatamento em alta!)
Quem é que joga lixo no chão, mesmo com uma lixeira há pouco
menos de 100 metros, ou para fora do carro ou da janela do ônibus? Quem é que
fura fila? Quem é que quer levar vantagem em tudo? Quem é que não divide o pão ou
pensa: ninguém está vendo mesmo!”. “Ah tem o outro vai fazer mesmo!” ?; Quem é
que não dá seta e ainda acha ruim do outro buzinar raivosamente depois de quase
bater o carro?? – e quem bate na traseira está errado! (Pode isso produção?!). “ÔH
véi! Será que dá pra quebrá essa pra mim? Valeu hein, véi?!”; Quem é que diz em
tom de superioridade arrogantemente estúpida (e clássica!): “você sabe com quem está falando?!”;
“pro senhor tomá um café, senhor!”?? Quem é que vai pelo acostamento para fugir
do engarrafamento? Quem é que come mais com os olhos do que com a barriga? Quem
é que atravessa a rua fora da faixa (além desta hipócrita pessoa que redigi
este)? Quem fura o sinal? Quem sonega imposto? Quem dá um jeitinho brasileiro?
Quem se cala diante de uma inverdade? Quem fecha a porta, quem finge que não vê
outra pessoa ser agredida seja física ou psicologicamente? Quem tem vergonha de
fazer o que é certo? Quem acha que é bonito fazer errado? Quem é que não lê as
regras e pede pra falar com o gerente? “A regra é clara!”, enfim... Quem é que
estava gritando há dois anos no meio da rua carregando um cartaz padrão fifa?
(Até a FIFA caiu né?!) Cadê? Cadê o povo que, um ano antes da tão esperada
world cup 2014 e do fudequinho tatu, gritava, berrava, cantava, caminhava,
carregando bandeiras e frases de efeito? Pois é! Exemplos tem “a rodo!” do
quanto corrompemos, do quanto somos corrompidos, e do quanto permitimos que
haja corrupção! E aí, agora vem encher a boca pra falar da corrupção!?! Vai à
merda!!!!!! Memória de ervilha! Memória de lentilha!
Somos um país forjado pela corrupção, pela exploração, pela
falta de educação, pela falta de conhecimento histórico, geográfico, biológico,
além de conhecimento cultural! Somos analfabetos, ignorantes, cegos e surdos
por medo de descobrirmos o quanto somos cúmplices da “tchilma e sua renca de
seguidores”! O sociólogo foi tão bom que um “analfabeto cachaceiro” conseguiu
assumir seu lugar!!! ... E agora, companheiro?! A culpa é do povo que não sabe
votar? Pateticamente cômico!
A culpa é do povo que para o país para chorar a morte de um
cantor após um acidente de carro, que chora uma semana de gols da Alemanha, mas
que não chora a morte de pessoas em porta de hospitais ou pela ausência deles,
que não chora a morte da educação pública, que não chora a fome dos esquecidos
sertão adentro, que não chora o abandono e o descaso para com doentes
psiquiátricos em instituições insalubres, que não chora a seca no interior do
Nordeste e norte de Minas, mas chora a seca do volume morto do Sudeste! A culpa
é do povo que vai pra rua para lutar contra o aumento abusivo da passagem do transporte
coletivo e alcançado o objetivo volta para sua vidinha confortável de “feicibuqui
e insta” – reschtegue “a vida segue”, reschtegue “não me importo com você”. A culpa
é nossa por calar o não e dizer o sim só para não desagradar “excelências” ou
para fazer “média” com meia dúzia de formadores de opinião!
A culpa é nossa! “A gente não sabemos escolher presidente, a gente
nem sabemos escovar os dente!”
Na Argentina tem panelaço! E eu na minha mediocridade vou
começar pela Marmita, porque “o gigante acordou, deu aquela espreguiçadinha
básica, apertou o botão soneca e voltou a dormir outra vez, só mais cinco
minutinhos!”
Observação: desculpe-me pelos erros gramaticais e verbais! Mas
nem dará tempo para revisar mais um dos devaneios da Ana na Marmita! Ah! Se a Vigilância passar por aqui, phudeu!
03:39, nono dia do sétimo mês de 2015.