quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Telefonema e mais um pouco...

Um sonho estranho, caminhando num deserto que não era deserto, pessoas que não conhecia... As vezes, meus sonhos tem uma cor estranha, uma noite em tons amarelos envelhecidos. Sabe aquelas imagens de câmera com visão noturna? As imagens tem uma tonalidade verde, outras cinzas (não sei explicar ao certo e com preguiça de pesquisar sobre!)... pois é, meus sonhos, as vezes, tem a tonalidade de uma noite amarelo envelhecido. 

Não lembro o início do sonho, não lembro o contexto do sonho, apenas o que eu disse no início do texto. 

O celular tocou, não tinha lembrado de colocá-lo para despertar, quis não atender. Mas já tenho recusado atender algumas ligação há mais ou menos duas semanas. Procurei o celular, estava embaixo do travesseiro, era um amigo ligando... raramente ele liga (e eu "rarararamente" ligo), já ficamos quase (ou cerca de) um ano sem nos comunicarmos. Ele é um dos pouquíssimos que não se afastaram mesmo. Entende minha ausência, e não cobra por ela. Tá!! Não cobra tanto. Ele já passou em casa, e mesmo eu de pijama e dando as desculpas mais esfarrapadas, já me empurrou para dentro do banheiro e fechou a porta: "toma banho que estou esperando no seu quarto, vamos almoçar na casa da minha mãe!"... francamente! ¬¬ 

Nos conhecemos há dezessete anos! Dezessete anos! Na última vez que nos encontramos, o marido dele e eu fizemos as contas (conheço o marido dele há dezoito anos!)... nossa amizade está saindo da adolescência e se tornando jovem! Nossa amizade é mais madura do que minha mente! (risos) Nossa amizade é alcoólatra... "údois, údois, údois"! (boas e engraçadas histórias dos nossos porres juntos!) Nossa amizade é silêncio... nossa amizade é caminhada... nossa amizade é cuscuz, pão de queijo, panquecas, pão de queijo quente da Dona Cida, jantares simples e divertidíssimos... nossa amizade são risos, lágrimas, crises, desabafos, chuva... nossa amizade é, de certa forma, espiritualizada! 

Sabe aquele tipo de pessoa que não fica jogando seus erros na sua cara?! Sabe aquele tipo de pessoa que não fica dizendo todos os clichês quando você reclama, chora, esperneia, briga da (por causa da) vida ou de alguém?! Sabe aquele tipo de pessoa que depois de você falar "horrores" e choramingar até não ter jeito mais diz "E agora?!" ou fica em silêncio esperando que conclua suas reflexões?! Se tem uma pessoa que me ensinou a aceitar o silêncio, essa pessoa é este meu amigo! Seria bom se as pessoas pudessem ter um amigo como ele! Aaaah! E sabe aquela pessoa que completa seu sarcasmo e/ou ironia?! E que ri junto com você das suas desgraças e das dele também?! Pois é! Este é o amigo que ligou hoje de manhã e que, num primeiro momento, quis não atender! Se eu não tivesse atendido, sei que ele entenderia também, logo minha consciência não ficaria pesada. 

- Oi! 
- Acooorrrdda! Eu te acordei... êêêê... tem muitos dias que eu queria te acordar!
- (risos) ... pois é! Me acordou! Bom dia!
- Bomdia! O que tem feito além de dormir muito?
- Além de dormir, nada de interessante e útil.
- O que vai fazer hoje?
- (sentei na cama, o coração disparou, "não deveria ter atendido") ... então, tenho algumas coisas para resolver, mas acho que até à noite já terminei (de fato! Tenho muitas coisas para resolver! Outra pauta!)... por que?!
- Vamos ao cinema comigo hoje?! (foi o que entendi!)
- Hoje?! Uai, vamos! (seria bom distrair a mente um pouco) Que horas?
- A sessão é sete e quarenta! Tenho um compromisso até sete e meia. Daí nos encontramos e vamos. 
- Mas não é sete e quarenta? Não dará tempo... em qual cinema é?
- Cinema?! Não é cinema não menina! (risos)
- Uai!
- Centro, eu disse centro! (risos)
- Ah tá! Vamos...(risos) 

Marcamos o local para nos encontrarmos. Sinto que isso "não vai prestar"! ... Isso é que dá atender telefonemas às 08:13 da manhã. 

Uma observação: nos reencontramos todas as vezes que estou num momento bastante crítico, ele parece adivinhar. Hoje não foi (não será) diferente!

10:46, décimo nono dia do nono mês de 2013.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Então...

Quando criei este espaço, a intenção era postar de maneira assídua... contudo, apesar de ser um espaço para eu expressar e externar opiniões e pensamentos, um espaço para compartilhar coisas "normais" do cotidiano, sinto uma certa (enorme) dificuldade para escrever. E não posto com a frequência que eu gostaria.

Não é que falta "assunto", tenho algumas pautas ali rascunhadas no papel... mas transcrevê-las para cá é que complica. 

Tem momentos em que penso em relatar alguns pensamentos que passam pela minha mente, mas são cruéis, que incomodam. Um exemplo? Certo! Hoje de madrugada, se eu tivesse uma arma de fogo daria um tiro na minha cabeça. Pois é! 

... 

Hoje completam sete dias sem ir para o curso que iniciei em Agosto. O curso é bom, interessante, os colegas são legais (embora algumas discordâncias que não vem ao caso), mas não consigo sair da cama, tomar banho e simplesmente sair de casa. Isso me irrita, e irrita mais ainda saber que as pessoas pensam que não estou nem aí para a vida! Se eu não estivesse "nem aí!" para a vida, essas coisas não me incomodariam e eu postaria por aqui "cagadas" musicais do momento. 

Nem ao menos consigo conversar com pessoas que estão próximas a mim (família, amigos, colegas)... "estou feita mesmo", não consigo conversar, não consigo escrever! Outro dia comprei um caderno de capa azul (azul é uma cor que me agrada!) e pensei "escreverei aqui, talvez seja mais fácil"... mais fácil?! Abri, dobrei a primeira folha e fiquei batendo a caneta que estava entre meus dedos na folha em que deveria começar a escrever... não escrevi sequer uma linha.

Já me disseram que eu preciso arrumar o que fazer. Francamente!!! Coisas para fazer é o que não faltam! Estou empregada (contudo, de licença médica!), estou matriculada em um curso interessante, tenho amigos (tudo bem que eu os afastei há algum tempo!), tenho família, tenho animais de estimação, tenho um guarda roupas cheio de roupas para passar, tenho as plantas da vovó para cuidar... e ainda tenho que ouvir que estou assim por falta do que fazer?? "Ah, então faça essas coisas, ora!" ... caramba! Que desgraça! Se fosse tão simples assim eu não estaria aqui "mimimizando" sobre isso, sobre minha dificuldade de "não fazer as coisas"! 

Lembrei que a pia está cheia de louça suja... 


13:13, décimo sétimo dia do nono mês de 2013.


sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Silêncio...

Em muitos momentos incomoda, em outros é absolutamente necessário. 

Neste momento o silêncio incomoda tanto que chega a doer. 

02:27, trigésimo dia do oitavo mês de 2013.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Bolo de aniversário na Marmita!

Hoje é aniversário de uma amiga! Penso que ela pensa que eu não lembro mais desta data, mas eu lembro sim! Ano passado eu também lembrei, só não disse a ela que tinha lembrado! :(

Mas lembra que no post anterior eu disse ser uma pessoa relapsa, procrastinadora??

Então! Esses meus defeitos interferem na minha relação com as pessoas. Eu sei das datas de aniversários, sei que deveria mandar cartões, ou presentes, ou flores, ou mesmo dar um telefonema e dizer: "Feliz aniversário!"... muitas pessoas acham esse simples gesto um grande presente! Claro, teoricamente, expressa que você se importa com a pessoa, que gosta dela. Pode não parecer, mas eu gosto, tenho carinho, tenho vontade de estar perto, de ligar e tal. 

Para essa amiga que está fazendo aniversário hoje, por exemplo, já fiz um bolinho simples e levei até à casa dela, já dei presente e com aquela célebre frase "É humilde, mas é de coração!" - já rimos muito dessa frase! -, já fizemos (outros amigos e eu) festa surpresa para ela. Enfim... me comprometo até o final do dia, ligar ou mandar uma mensagem e dizer "feliz aniversário!". Outra amiga também fez aniversário no início do mês (há exatamente 10 dias), e foi a mesma coisa, fiquei ausente! E me sinto péssima com isso! "Ah! e por que não as procurou então?" Você pode estar se questionando aí! Certo, seu questionamento é válido! 

É delicado falar sobre isso agora, primeiro porque o tempo para escrever este está curto. Segundo, entraria em questões que necessitariam de explicações mais detalhadas, e como não tenho tempo agora, é um tanto complicado. Terceiro, a intenção deste é que se eu não conseguir falar com ela hoje (minha amiga que está fazendo aniversário), já deixei registrado que não esqueci que hoje é aniversário dela, e que eu me importo, e que eu gosto, e que tenho saudade do tempo em que eu estava presente na vida dela. E para que saiba que minha ausência também me incomoda! 

Mas enfim... para minhas amigas aniversariantes deste mês de Agosto: 


[Fonte da imagem: http://www.recadosonline.com/feliz-aniversario-engracado.html]

Sabe como é né?! Não resisti! hahahahaha... 

14:18, décimo sexto dia do oitavo mês de 2013. 

Ãh... pisando em ovos?!

Tem certas coisas na vida que irritam mesmo! Convenhamos! Algumas pessoas pensam que sou boazinha, eu não sou boazinha! Infelizmente, vou armazenando certos acontecimentos, certas palavras, certos gestos, atos, enfim... isso na Análise Transacional (uma vertente da Psicologia) é chamado de "colecionar selos" e quando o "álbum fica cheio", sem espaço para mais "selos" ou, popularmente dizendo, sem espaço para mais "figurinhas", a coisa fica feia. Eis aí um grave defeito meu. Algo a ser corrigido o mais rápido possível!
[Será que é só mineiro que tem mania de falar "coisa"?! Nossa! Como eu gosto de usar essa palavra "coisa"!]

Pois bem! Sou uma pessoa desorganizada, relapsa, procrastinadora até falar "chega!". Acho que procrastino até o ato de procrastinar, mas enfim... mesmo assim, ainda consigo me sobressair em algumas situações. Claro, isso é bom! Ruim seria se nem isso eu conseguisse! O que estou querendo dizer?! A verdade é que, o que quero dizer de maneira bem explícita, não posso dizer, pois com certeza compraria briga, estaria "pisando em ovos"... logo, preciso encontrar uma forma sensata, discreta, indireta, branda, para discorrer sobre o assunto. 

Há pessoas que se comprometem e há pessoas que não se comprometem - e estas, por ironia do destino, "demonstram" estar comprometidas. Francamente?! Isso me irrita! E já me aconselharam: "não tem que irritar com isso", "você não precisa absorver essas coisas", e blá blá blá... 
Os pensamentos que ficam rondando minha mente são assim, como se alguém me dissesse claramente: 
1- "Ana, se você é comprometida com o que faz, ótimo, você não faz mais do que sua obrigação em comprometer-se mesmo com algo que assumiu e pronto!" 
2- "Ah é mesmo! Fulanos, Siclanos, Beltranos, não são comprometidos com o que fazem... é difícil lidar com isso, depois conversarei com eles a respeito disso..." 
... (algum tempo depois, dias, semanas, meses) ... e as coisas continuam do mesmo jeito! Então, resultado: tudo bem não ser comprometido com o que se propõe a fazer?! É isso mesmo que estou entendendo?

Penso que seja melhor eu parar por aqui, e depois escrever, em outro momento, sobre este assunto de forma acadêmica, científica, escrever sobre a diferença entre inaptos e ineptos, escrever sobre o que é ser proativo! 
Durante a madrugada comecei a escrever outro texto referente ao mesmo assunto, na dúvida, compartilhei com meu amigo e não diferente do que eu já esperava, ele disse: "Você seria considerada chata, e mais ainda, como puxa saco". Retruquei dizendo que esse rótulo de "puxa saco" eu já tinha, mas que rebatia dizendo que há uma enorme diferença entre "puxar o saco" e fazer meu trabalho bem feito! E para os que fazem o trabalho bem feito e para os "puxadores de saco" (de plantão!), creio que saibam do que estou falando!

No momento minha intolerância para com algumas pessoas e com alguns comportamentos estão "à flor da pele"... pelo visto, ficou perceptível!

13:51, décimo sexto dia do oitavo mês de 2013.



quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Marmita Acadêmica

Poucas horas de sono, menos de três horas... um engraçado "bomdiaflordodia"... banho rápido, café (forte) com leite... passos apressados rumo ao suplício diário - o ônibus! 

Felizmente consegui um lugar para sentar, INFELIZMENTE era do lado do corredor... o ônibus foi ficando cheio, ficando cheio, até que um homem começou a espirrar. Não eram aqueles espirros simples, discretos, não sei descrever aquele som. A sensação é que tudo que saía naqueles espirros viam parar em cima da minha cabeça... que nojão! Já assistiu aqueles filmes sobre epidemias, nos quais mostram os caminhos que os vírus fazem pelo ar, passando de uma pessoa para outra?! Pois é, a sensação é aquela! E o cidadão nem para ter um lenço! 

Cheguei ao terminal, ao invés de ir para a plataforma E, fui parar na A (pensando que estava indo para um lugar), quando percebi o equívoco fui para a outra, a C, francamente! Errada outra vez! E finalmente me situei, mas perdi o ônibus. O jeito era esperar, e esperar, e as pessoas chegando, e esperar, e mais pessoas se aglomerando à minha volta... e eu sem jeito, sem lembrar de nenhum rosto que vira no dia da prova, nada, e mais pessoas. Enquanto isso... tentava adestrar meus pensamentos, eles estavam bem insanos. Finalmente o ônibus, e para meu alívio momentâneo, consegui um lugar para sentar! Dessa vez sem direito a espirros! Aliás, livre de espirros e tosses! 

Cheguei ao destino, até que foi bem rápido! Rostos desconhecidos, para onde ir, onde ficar, com quem falar? Sentir-se deslocada é péssimo! Então, eis que uma "alma" bondosa resolve perguntar sobre a sala de aula, eis que ouço a informação, aproximo dela e pergunto "você é do curso 'tal'?!" e ela, prestativa e sorridente, "sim, você também?", "sim, eu também. Não lembro de você no dia da prova..." e o assunto começou, eu não estava mais deslocada, perdida, eu já não era mais "uma alcateia de um lobo só" (risos... aquele filme é engraçado! E eu sou fã do Alan!). 

Piadinhas à parte, parece que vai ser interessante! Daqui a pouco tem o segundo dia de aula... veremos! 

Sabe o que que é phoda?! Estou corroendo por inteira para fazer um comentário sórdido - isso desde o dia da prova! Mas não posso, não devo! Imagino eu contando isso para alguns amigos e eles rindo absurdo, mas não contarei. Guardarei o riso só para mim. Para os momentos tensos que estão por vir! 

Sentei, claro, no fundão da sala, lá não fico no campo de visão de todos. 

Enfim, tinham outras coisas a serem ditas, mas estou tão cansada, a "senhorita fibro" não quer me dar uma trégua, meus pensamentos estão em desordem... desisti de adestrá-los! Há outras coisas incomodando, só que não vem ao caso agora... e o texto não está me agradando. 

Aaaah! ... pôxa! Vi uma palavra escrita errada, fui consertar, e esqueci o que eu iria escrever! ...
Ah sim! Então, pela conversa do coordenador do curso, terei que me render ao tal do "feicibuque" - francamente! Será?! Será que contato por e-mail não seria suficiente?! Vou enrolando enquanto dá para enrolar, no trabalho já respeitam minha opinião. Esperarei! 

É isso... preciso dormir... 

02:17, sétimo dia do oitavo mês de 2013.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Moeda da Coragem

... sonhos são loucos, são estapafúrdios (que palavrão!), são literalmente sem noção, ora bons, ora ruins. 
E cá entre nós, detesto sonhos... e aqueles recheados com doce de leite então?! São os piores, verdadeiros pesadelos! [apesar da mineirice, não sou fã de doce de leite!] 

Outro dia vi uma coisa pior do que sonho, o tal do "croassaint" (o negócio é tão ruim que eu nem sei escrever o nome, e estou com preguiça de procurar a grafia correta!) numa mistura com o tal do sonho  - isso sim é um pesadelo, e dos mais terríveis... enfim, mas não é para falar sobre essas guloseimas "massentas" que escrevo este...


O ônibus estava cheio, e eu tinha que chegar até a roleta (catraca), coloquei o cartão no leitor - aquele leitor de cartões eletrônicos, (não lembro o nome daquilo), apareceu o valor da passagem e minha foto, o cobrador do ônibus então entregou uma moedinha estilo aquela de dez centavos, eu comecei a rir. Veio um homem, colocou o cartão no leitor, apareceu o valor e a foto dele, então o cobrador entregou uma moedinha estilo aquela de dez centavos, e eu observando, e o ônibus cheio, e o homem: "o que é isso?" e o cobrador: "é a moeda da coragem! Essa é a moeda da coragem para as pessoas feias" (risos), não aguentei e comecei a rir alto, aquela situação toda era engraçada, francamente! Moeda da coragem?! Imagina! Acho que faltariam moedas no mercado! E o homem começou a brigar comigo, achando que eu estava rindo pelo fato dele ser feio (o sistema eletrônico o considerou assim, assim como considerou a mim também...), não ria pelo fato do homem ser feio ou não, eu ria pelo absurdo da situação e pela "moeda da coragem". E quanto mais o homem falava, mais eu ria, e mais ele ficava bravo. Mas, francamente! Não tem base, tem?!
Tem noção disso?! Era o que nos faltava neste mundo louco... acordei rindo desse sonho, acho que isso faz uns dez dias mais ou menos, (risos), não tem como não rir quando lembro (ao menos isso para me fazer sorrir nesta madrugada adoravelmente fria). 

A partir da semana que vem, passarei a utilizar mais o transporte coletivo, logo, estou pensando aqui (já articulando para não sofrer mais do que já estou sofrendo), carregarei comigo a "Moeda da Coragem" e toda vez que eu sentir mal, sufocada, estressada ou qualquer coisa do gênero, segurarei a "Moeda da Coragem"... ai ai ai! Nessas décadas de existência, não lembro de ter tido um sonho tão ironicamente engraçado! É preciso ter coragem para ser feia (o)?! ¬¬

É rir para não chorar! E você, precisa ganhar ou dar uma Moeda da Coragem?! 


04:34, trigésimo dia do sétimo mês de 2013.





Aos leitores da Marmita...

Um agradecimento pelos comentários que fizeram. 

Sei que demoro a responder, por isso sinto-me na obrigação de pedir desculpas por tamanho relapso! É relapso, não é descaso! ... é uma falha que pretendo corrigir. Não prometo nada... não sou de fazer promessas... mas, porém, contudo, todavia, entretanto... ficarei mais atenta,  e como diria meu caro,  preciso "ficar mais ligeira"... 


Pessoas leitoras deste espaço - que nem está tão "cotidiano" assim - agradeço a disposição e atenção em ler meus devaneios, minhas frustrações, desabafos e afins. 


Se não tinham respostas, se não tinham postagens novas, saibam que minha "inspiração" para escrever, aliás, "inspiração" não é o termo correto... a verdade é que eu estava totalmente sem ânimo mesmo (... pois é! Não nego! Ainda falta ânimo!). E as ideias que eu tinha, as vezes as rascunhava em algum guardanapo ou até mesmo no bloco de notas, não achava tão dignas assim de serem postadas por aqui e, obviamente, em nenhum outro lugar, geralmente iam paravam no lixo.

Enfim, não serei tão relapsa... e, podem ter certeza, responderei aos comentários, mesmo aqueles de meses idos.

Abraço aos visitantes e leitores desta Marmita! 

03:17, trigésimo dia do sétimo mês de 2013

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Marmita Ativa

A Marmita está voltando aos trilhos do que é considerado "normal" e "valoroso" diante da sociedade. E voltei a carregar marmita!

Praticamente seis meses de ausência e a constatação é de que, independente do tempo, as pessoas mudam, são diferentes, mas há em comum a displicência, a falta de compromisso, a desconsideração, resumindo, o "não estou nem aí" continua. 

Uma pessoa me disse que apenas ela (no mundo) parecia ter consideração para com os demais. As vezes tenho esta sensação também. Só que para as demais pessoas, nós - pessoas com o pensamento parecido da que eu mencionei anteriormente, somos intolerantes, auto críticos e cobramos demais. Será que somos intolerantes mesmo?! 

Francamente! (in)felizmente as relações sociais são necessárias. Eu queria ter esse anestésico que "todo mundo" usa para levar a vida numa boa. Francamente! Seria bom eu ser menos "intolerante" mesmo! Talvez as coisas ficassem mais fáceis. 

Acordei com o telefonema de um amigo "Bom dia! Ainda estava dormindo? Acorda preguiça!! Vai ver o dia lindo que está lá fora! O céu está bonito, azul e sem nuvens, o sol está radiantemente quente, o tempo está seco, o que é uma combinação perfeita para deixar sua pele bem ressecada, esticada -uma plástica natural!" (risos) ... gosto desse tipo de sinceridade, e não daquela sinceridade que "tampa o sol com a peneira".

"Vamo embora" carregar marmita e seguir os dias.

12:59, décimo dia do sétimo mês de 2013.

sábado, 15 de junho de 2013

Qual o valor da Marmita?

Muitas vezes precisamos nos adaptar. Penso que a maior parte do tempo das nossas vidas e (com acento agudo, putz! Ooohhh teclado que me irrita!)... retomando... penso que a maior parte do tempo das nossas vidas e designada para adaptacoes... [uma vez escrevi um texto sobre o camaleao, encontrando o texto publico aqui!]. Essas adaptacoes muitas vezes nao agradam as pessoas que estao por perto, e elas comecam a nos julgar, a dar palpites errados / equivocados, sem nem ao menos se inteirar do porque da bendita adaptacao. E ai, ou nos irritamos e reagimos, ou nos irritamos e "guardamos" essa interferencia em algum lugar e deixamos "la" em banho-maria, ou - simplesmente - nos adaptamos outra vez. De uma forma ou de outra, vai "dar merda" - para um dos envolvidos. 

Essa adaptacao, geralmente, alias, todas as vezes tem um custo, um valor que agrega ou desagrega, depende do ponto de vista! Em algumas situacoes o ponto de vista nao e muito bom! Enfim... nao tenho muito tempo para "filosofar" sobre o assunto no momento, e apenas um comentario para expressar de maneira suave e educada minha indignacao, alias, irritacao mesmo!, com um fato que aconteceu comigo e que, infelizmente, acabou envolvendo outras pessoas proximas a mim. [Lembrei de uma reportagem sobre qual era o significado das coisas para as criancas, para uma delas - uma menininha que nao sei a idade, talvez no maximo uns sete anos - "Paz e quando ninguem me irrita!"... (risos)... por essa acho que nem Socrates - o filosofo das interrogacoes - esperaria!] ... pois bem, partindo desse significado, nao estou em paz, tem algumas pessoas me irritando e muito! 

Qual e o valor de uma satisfacao? Por que nossa vida e medida por valores? ["Puta merda!", cheguei num ponto tenso... eu queria falar de valor num sentido mais amplo, mas nao dara tempo]

- Eu posso / e aceitavel gastar 4X com cuidados para saude (leia-se terapia, medico, remedios), mas nao posso / nao e aceitavel gastar 1X com algo que me proporcione bem estar (leia-se qualquer coisa que lhe proporcione bem estar ou que ajude alguem a sentir bem)?!?

- Eu posso ser considerada apta, responsavel, para cuidar quando precisam que eu cuide de alguem e / ou alguma coisa, mas quando eu preciso de cuidados sou considerada irresponsavel, inconsequente, vagabunda, sem vergonha e o "escambal a quatro"??

- So tenho valor se eu levar uma vida "quadradinha" dentro dos moldes "exigidos" / considerados "normais" pela / para a sociedade (leia-se, se eu levanto cedo, vou ao trabalho, de la para uma faculdade, e volto para casa outra vez, "cumpridora" de regras, horarios, que satisfazem algumas pessoas)??

- Se eu nao estiver em condicoes fisicas e/ou psicologicas para desempenhar "papeis" dentro dos moldes sociais ditos "normais para uma pessoa adulta" terei menos ou nenhum valor?? 

Francamente! FRANCAMENTE!!! Em certos momentos sinto asco por viver em sociedade, e que fique muito bem claro que esse asco vem depois de eu me torturar / questionar bastante para me adaptar a hipocrisia "social-familiar" em que todos nos estamos inseridos... eis a dadiva da adaptacao!!! Seria bom se eu fosse um camaleao, mas no momento nao me sinto com mais valor do que os milhoes de acaros que me cercam. O tempo esta acabando... e fato que voltarei a este e darei continuidade ao texto, escreverei com mais clareza, voltarei quando estiver em paz, ou melhor, quando ninguem estiver me irritando!

11:30, decimo quinto dia do sexto mes de 2013.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Na Marmita tambem tem dor...


Precisa aliviar a dor de algum modo, uma dor que nao tem como descrever. Pensando bem ... quem e que consegue descrever a dor que sente com precisao ne?! ... entao, de repente, quando percebe ja esta num "submundo", no qual voce pensa estar no controle, pensa que pode comecar e parar quando quiser... fato! Pode parar e comecar quando quiser, mas ate ter o absoluto controle algumas cicatrizes vao ficando pelo caminho... e a dor que pensa que esta aliviando, bem, ela so esta comecando, e um alivio temporario, um alivio imediato... que traz um sentimento de culpa maior do que o que estava sentindo antes e entao repete o processo como forma de amenizar a culpa... e mais cicatrizes... entao chega um dia em que aquele metodo nao e mais suficiente...  precisa de algo mais forte... e procura por outro metodo... e isso assusta... ate onde pode ir? Qual o limite? ... alguns meses naquilo e esse "novo" metodo passa a nao ser tao mais eficiente... e preciso ter mais... e como se o "punir-se" daquele modo nao e o suficiente e precisa ir em busca de outro... e entao encontra... marcas, manchas, cicatrizes, uma, duas, tres, varias...

E vem a pergunta: "ate quando isso? Quando vai parar?" Nao! Nao tem a resposta... talvez quando souber lidar de outro modo com a dor, com a raiva, com a culpa, e enquanto nao consegue parar o jeito e ir escondendo e encontrando desculpas esfarrapadas para "justificar" os "acidentes" domesticos...

Alem das cicatrizes, a automutilacao tambem faz com que se evite relacionamentos mais intimos, sente vergonha de si e de outra pessoa... por mais que queira, nao consegue justificar tal atitude... as vezes ajuda a respirar melhor, as vezes faz voltar para a realidade... ok! ... "voltar para a realidade"... e quando volta para a realidade percebe que perdeu o controle... e entao e necessario ir ao hospital... nao era essa a intencao, a intencao era apenas punir-se por algo, por alguma atitude... Sim... e contraditorio querer aliviar a dor sentindo dor... mas por um tempo isso e possivel... o que complica sao as consequencias, cicatrizes, pensamentos, vontades, mudar o metodo... 

As palavras acima foram escritas ha um tempo, num momento ruim, numa crise... ha outra crise agora, a vontade de recorrer ao "metodo" mais recente e tentadora. Reler essas palavras, compartilha-las, acho que e um modo de tentar ficar no controle, tentar ficar no controle de uma forma menos agressiva. 

Admiro, e muito, pessoas que conseguem lidar com as mais diversas situacoes de uma maneira digna, limpa, sem autopunicoes. Admiro as pessoas que nao desanimam diante das adversidades mais severas; minha admiracao se estende para aquelas pessoas que nao titubeiam diante dos fracassos que as atropelam pelo caminho. Cruzamos com essas pessoas o tempo todo, mas nao as identificamos. E sabe por que nao as identificamos? Por que as cicatrizes delas estao bem guardadas, estao guardadas la no fundo da mente, como um trofeu. Essas cicatrizes estao la, porque querendo ou nao, muitas adversidades, muitas crises, deixam cicatrizes. Algumas pessoas tem a dadiva de ve-las como uma forma de superacao, de amadurecimento e crescimento. 

Belezas naturais sao reflexos de crises e do tempo que deixam cicatrizes, e estas se transformam em verdadeiras obras de arte naturais e "espontaneas". Na geologia, uma sequencia de crises, aliadas ao tempo, geram paisagens magnificas - o Himalaia, a Cordilheira dos Andes, a Ilha de Galapagos, entre outras. Para nos, meros mortais, uma sequencia de crises abrem duas possibilidades: o fracasso ou o sucesso com muitas cicatrizes expostas ou nao. 

18:53, decimo segundo dia do sexto mes de 2013.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Abrindo a tampa...

Na Marmita de hoje*:
- agua
- 01 caneca de leite com cafe
- meia duzia de bolachas "rosquinhas mabel"
- 01 pao frances com requeijao
- 75mg de pamelor
- mais agua 
- 01 fatia de bolo
- outra caneca de leite com cafe 
- mais 75mg de pamelor
- muitos pensamentos


Incrivel como o tempo pode ser lento ou rapido! A falta de tempo, a lentidao do tempo. O tempo e relativo, mas a medida do tempo nao muda, fragmentado em segundos, minutos, horas, dias, semanas, meses, anos, decadas, seculos, milenios, eras... e o tempo continua passando, as vezes com um pouco de ironia, as vezes soberbo, as vezes timido, as vezes despercebido, as vezes ignorado, e todas as vezes passa invisivel! O tempo e relativo e invisivel! Como dar forma ao tempo? A forma do tempo so aparece atraves dos tempos... essa forma do tempo deixa marcas... 

Sinto meu tempo escorregando por entre meus dedos, nao consigo segura-lo. Mas a questao nao e "segura-lo" como se segura um objeto qualquer. Quando digo que escapa por entre meus dedos, digo que nao sei como aproveitar o tempo que resta na minha vida. Nao soube usar o tempo que tive no passado, nao sei como caminhar no tempo. Meu relogio esta parado, parece ter quebrado, o que sinto ter e apenas um cronometro que marca o tempo, mas nao diz quanto tempo ainda tenho. Lembrei de uma musica "do" Pink Floyd.... Time ... "... You fritter and waste the hours in an off hand way..." quanto tempo nos resta? Quanto tempo eu ainda tenho? Quanto tempo voce ainda tem? 
 Alem de Time, ainda lembrei de Sobre o Tempo "do" Pato Fu... "tempo, tempo, tempo mano velho... tempo amigo seja legal, conto contigo pela madrugada, so me derrube no final..."







*Francamente! A falta de caracteres neste post nao se refere a falta de atencao ou qualquer outra "desculpa esfarrapada". Acredite! O fato de eu nao dominar o teclado que estou utilizando me irrita, mas de acordo com o velho ditado "para bom entendedor meia palavra basta", logo a ausencia de acentos e cedilhas nao interferirao na leitura do texto. Bem, assim espero! 


22:26, decimo primeiro dia do sexto mes de 2013.

terça-feira, 5 de março de 2013

...


...

PoltronA 39 ...

Voar para longe...  

saber Ouvir ...

1302 2013

...

... saudade...

02:13, quinto dia do terceiro mes de 2013.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O silêncio que dói, a dor que grita.

O silêncio dói, a dor grita, e parece que não há ninguém capaz de ouvir tamanho estrondo
Não há ninguém por perto e o silêncio tem um cheiro doce 
Esse cheiro doce paralisa os movimentos, rouba os pensamentos 
E tudo se esvai... 
Ausência, apatia, solidão, vontade de não estar... 
Lágrimas em vão
desespero em vão
loucura que silencia a dor e a dor que grita pela boca cerrada. 
... 


Não consigo escrever...  

20:27, décimo oitavo dia do segundo mês de 2013
 

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Quebrando... queimando...

"Craque" ... é este o barulho que faz?!

10... dez...

Seis ou sete... 6 ou 7 ...

não sei...

"faça algo por mim... cuide de você..."


Quebrando, queimando... queimando o silêncio
quebrando o silêncio
transformando ligações em fumaça
transbordando em pensamentos loucos
caindo em espiral num precipício em silêncio

afastando... fugindo... correndo...
desligando...

quebrando...
quebra
pedra
deslizando numa superfície louca
pesadelos constantes
acordados num giro
"craque" é este o barulho que faz
e a mente fica vazia
e a mente corre
e a mente mente
e a mente foge
e a mente cai
e a mente gira
e a mente mente
e a mente não descansa
e a mente não satisfaz
e a mente quer mais
e a mente degrada
e a mente corrompe
e a mente sufoca
e a mente paira
e a mente não para
e a mente não contente
e a mente desmaia
e a mente fica vazia
e a mente fica cheia de fumaça
e a mente sem ar cai
e a mente não descansa
e a mente foge
e a mente foge quebrando o que vê
e a mente foge queimando o que vê
e a mente foge correndo o que vê
e a mente abandona
e a mente não dorme...


05:41, décimo oitavo dia do primeiro mês de 2013

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Inverno tardio


O rodar da maçaneta permitiu acessar as flores de outono
perdidas entre diversas folhas da primavera
A lua de todas as estações escondeu atrás da mais sem graça estrela
Pássaros desiludidos não aqueciam mais sob o sol
Ao longe ouvia-se as sorumbáticas canções de ondas marinhas
E nada poderia impedir a admiração de tal espaço
Flores de outono e folhas perdidas
ou seriam as flores perdidas entre sol oculto e lua covarde?
E as mesmas letras que trouxeram cor aos dias
descoloriram aceleradamente as paisagens ilusórias
Um mergulho entre as tristes canções, entoadas ao longe,
permitiu a liberdade do inverno tardio. 

Ana F. - escrito em 06 de Outubro de 2004 



Reencontrando velhos versos... contraditoriamente, atuais...

04:44, décimo quinto dia do primeiro mês de 2013.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Prosa na marmita...

Eu disse que não conseguia falar, que as palavras não saiam e então respondeu:
"... consegue sim, estou ouvindo você..."

(pausa)

Perguntei:
- E aí?! Quais são os planos para hoje?
- Conquistar o mundo... (pausa)
- (risos) ['queria ter essa audácia', pensei] ... Isso é bom! [Seria bom se eu tivesse essa coragem!]
- Já viu Pink e Cérebro?!... 

E o assunto continuou por mais alguns instantes... meu silêncio não permitiu que continuássemos...

Escrevi mais um pouco e continuei pensando naquilo que ouvi...  "conquistar o mundo"... posso estar enganada, mas não se referia ao mundo como um todo... e mesmo que se referisse mesmo ao mundo como um todo, a audácia era a mesma! Uma vontade implícita de ir além dos limites, coragem, vontade, necessidade de ter coragem.

"Conquistar o mundo"... um mundo interno... ao menos foi neste mundo interno que pensei... na imensidão que há dentro de cada um de nós... tão vasta, tão densa...

Que coisa! Não consigo formular um pensamento coeso, as ideias estão bagunçadas... viu?! Não se conquista nada quando se está assim, misturada (o) com a bagunça. Não se conquista nem o domínio de um texto enfadonho e patético como este! Não era para ser um texto patético e enfadonho, mas é assim que me sinto no momento...

Minha audácia caiu no meio do caminho, ficou perdida lá atrás...

"Conquistar o mundo", ele tem conquistado pequenas vitórias diárias há mais de um mês, percebo isso. E de certo modo, mesmo com toda a dificuldade, ele mostra que é possível...

Você está conquistando o mundo... continue! Continue... e eu já, já, o alcanço... eu acho... 


Assistirei "Alguém para dividir os sonhos" outra vez. 


12:02, décimo quarto dia do primeiro mês de 2013.

Pensamentos frios e escuros

Choveu durante a noite, e no caminho de volta pra casa observava o movimento dos carros, da chuva, o vermelho dos carros destoava das cores da noite. A velocidade estava num ritmo que fazia meus pensamentos irem mais devagar, frações de segundos de paz, era um bom momento para ficar em paz... chuva... vi o rio, o movimento da água estava forte, não teria como escapar do fundo e mais tarde voltaria à tona... pensamentos frios e escuros como a noite... o asfalto molhado brilhava de uma maneira um tanto sedutora, convidativo... pensamentos frios e escuros como a noite...
... Segunda-feira... mais um dia, e praticamente metade de um mês já se foi... foi para onde?! Para onde foram todos esses anos que tenho me arrastado por essa coisa que chamam de vida?!
Dia após dia... noites, e mais noites, chuva, frio, calor... e eu aqui sem saber onde ficar ou como ficar... uma sensação de não caber em lugar algum... eu não caibo, é uma sensação estranha, não sei se sinto que sou pequena ou que sou grande, só sei que não caibo, que não pertenço, que não encaixo...

Abro os olhos, olho ao redor, coisas empilhadas, roupas amontoadas... um ar cinza... bagunça... fecho os olhos e os abro mais uma vez, continua tudo imóvel... e eu penso: "mais um dia para que?" , ligo o computador, olho o e-mail, penso nas coisas que tenho para fazer (e preciso) no trabalho, não quero ir ao trabalho.

Ouço uma música, ouço outra, e depois mais uma, mensagens, uma ligação, um pouco de afeto... os livros empilhados, palavras fechadas, palavras enclausuradas...

Quero escrever e não consigo, quero falar mas as palavras não saem. Elas ficam agarradas na minha mente como lodo que prolifera numa superfície úmida... pensamentos que me dão calafrios, vontades que tiram o desejo de respirar...
Eu não caibo aqui, não sei se sou pequena ou grande demais... mas não pertenço ao lugar onde estou. E não quero estar aqui... as palavras não querem sair da minha mente.

10:37, décimo quarto dia do primeiro mês de 2013. 

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Quando não se quer estar só...

Ontem, terça-feira, foi um dia difícil. Agora não está diferente. O sentimento de estar só é tão grande, tão intenso, que chega a causar vertigem...

Sufoca, angustia, dói... e o que eu faço com isso? Coloco dentro de uma marmita e tampo?! Não cabe numa marmita. Os pensamentos são tão ruins... tão dolorosos... e com quem falar quando quer falar mas as palavras não saem? Quem quererá ouvi-las?

... 

É tão ruim sentir-se assim, é devastador. Admito que aceitar essa doença não é para qualquer um, eu não consigo aceitá-la. E eu não sei como fazer para enfrentar. O cansaço é tão grande, tão grande, é absurdo, e é de uma imbecilidade tamanha querer que entenda isso, você não entende.

"Trabalhe, Ana, trabalhe, foque no trabalho..."
"Tem que sair para divertir, tem que distrair a mente..."
"Isso é falta do que fazer..."
... e tantas outras pérolas que no momento não vem à memória. 


Estar rodeada por pessoas e mesmo assim sentir-se só...

Quando estava a caminho do consultório do psiquiatra fiquei pensando "não queria estar sozinha agora", então eu percebi que era mais um momento de estar só... mesmo não querendo estar...  


... 



Keep Talking - Pink Floyd

02:08, nono dia do primeiro mês de 2013.




 

sábado, 5 de janeiro de 2013

Poema Branco


Branco Branca

O branco chão aproxima do teto branco
A parede branca aproxima da branca porta
Meus pés ao caírem abrem os braços e rodam
E tudo branco pára.
Branco tudo pára como meus olhos congelados
Não quero ouvir tua voz
Não quero ouvir teus passos
Afaste-se, deixe-me
Branco tudo se apaga.
É como se a morte brincasse comigo
Hoje branca ela veio e teu nome não ocultou: MORTE!
Consciência tenho de que todas as noites coloca-se a velar meus belos pesadelos brancos.
É como se a morte brincasse, seriamente, com meus belos pesadelos brancos.
Minhas asas não permitem ficar aqui.
07/01/2.005


Apesar de ter sido escrito há oito anos, esses versos não estão amarelados... ainda continuam brancos e a doer os olhos quando os leio. 

02:58, quinto dia do primeiro mês de 2013