quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Quando separar as Marmitas é necessário

... seguindo com o texto anterior... 

Separações são inevitáveis; sejam biológicas, geográficas, sociais, profissionais e / ou emocionais. Acontecem de forma natural - praticamente imperceptível a curto e médio prazo, inconsciente, sem permissão, sem intenção, ou geralmente com muita pressa e estupidez... Outras separações são resultados de desgastes, muitas vezes também de estupidez, da falta de diálogo, de gostos e desgostos... entre outras situações que não vem ao caso agora. 

Acontece que muitas dessas separações, quando acontecem, tornam-se muito doloridas, e então as reações são as mais diversas, e penso que a pior delas é a não aceitação [benditas regras ortográficas!!! Não lembro a regra agora!] ... a não aceitação traz desconforto para uma das partes, ou para ambas, dependendo da situação. Contudo chega uma hora em que não dá mais... alguém disse ou cantou em algum lugar que quando alguém quer partir que deixe partir ... partir em paz, sem chantagem, partir consciente de que é livre para ir... E então quem fica, fica com o luto, com a tristeza, com  raiva, com a culpa, ou até mesmo com o alívio... sim, alívio! Há quem fique aliviado (a), feliz, liberto (a) ... e é isso... separar... se parar... se par ar ... se p a r a r... s e p  a  r  a  r ... e aceitar quando não aguentar mais esperar...  

Farão dois anos no mês próximo... e eu não estou aguentando mais esperar... eu não aguento mais sentir tanta dor aqui dentro... comecei pelas coisas mais fáceis e pelas menos difíceis... há pouco rompi também com uma situação um tanto constrangedora para mim... estou bem?! Não, não estou! Agora está aquela sensação forte de incapacidade... ou de abandono... não sei... mas é hora de olhar para o outro lado e dizer tchau! enquanto o vento vai soprando lento e quente... uma vez eu disse adeus sem dizer a palavra adeus, virei as costas e saí andando sem olhar para traz depois de uma discussão... francamente?! Doeu, doeu muito... e lembrar daquele momento ainda dói. Mas foi necessário... e nós seguimos cada um para um lado... não tenho mais notícias... e hoje é aniversário dele... 

Enfim... retomando... se há mais de 4 bilhões de anos não tivesse ocorrido uma explosão que separou muita coisa; se a Pangeia não tivesse se fragmentado; se Eva não tivesse separado Adão do Paraíso (sim... estava indo tudo muito sério, eu precisava quebrar o clima... risos) ... eu não estaria aqui agora ... e lhes pouparia desta leitura assaz enfadonha... "Faltam-me adjetivos!" e demais classes gramaticais... 

E então hoje comecei o processo de separação de uns quilos em excesso. Em breve escrevo como foi o início desta nova façanha... até mais! 

23:05, vigésimo primeiro dia do primeiro mês de 2015.



domingo, 18 de janeiro de 2015

Primeira Marmita de 2015


Deveria iniciar este com aquela empolgação toda que a maioria das pessoas iniciam o ano. Só que não, não estou empolgada e tão pouco inspirada para escrever. Tenho poucos minutos para tal. Contudo, veio a necessidade de escrever... Vai entender, né?! 

Há exatos dois anos (era sexta-feira), estava numa das piores fases da minha vida - senão a pior. No momento não há como mensurar, e também não vem ao caso, mas enfim... E eu nem sequer tinha a noção do que estaria por vir quando entrei pelo portão e a vi sentada de cabeça baixa naquela cadeira, com os braços apoiados sobre as coxas. Eu conhecia aquele olhar triste, ela tentara disfarçar bem; conseguiu enganar ao filho, mas não a mim. A questionei e então a verdade saiu entre lágrimas e  o medo de ser recriminada - como todas as vezes anteriores tinha sido. E foi o início do fim... 

Sinto vontade de chorar, mas as lágrimas de hoje parece que já esgotaram. Pedi ao taxista que me levasse até ela - ele já tinha me levado lá outras duas ou três vezes desde o último dia 31. Não tive coragem para descer do carro. Fiquei olhando para o nada, e apenas falei o quão inútil era falar daquilo que começara a falar, na verdade agora não lembro a ordem dos fatos e das falas. Não gosto de chorar na frente dos outros, mas chorei, foi inevitável. Minutos antes até falei coisas nada a ver, como sobre quando fiquei um tempo sem ingerir refrigerantes, doces e sorvete e que eu tinha emagrecido. Falar sobre dieta num momento de vazio, de tristeza, seria um tanto quanto patético ou cômico - seria cômico, se eu conseguisse rir naquele momento. Eu mesma faria as piadinhas. Admito que eu queria voltar para casa e deitar e dormir e não acordar mais. Mas, porém, contudo, todavia, entretanto, tenho responsabilidades e segui o plano. 

O engraçado foi falarmos sobre separação quando chegamos ao destino final. Conversamos um pouco. Ele também passou por um momento de separação... Sei que todos passam por isso. Sei que há muitos momentos de separação, de rompimento, de ruptura, de afastamento, de perdas, mas o difícil é aceitar, é compreender... Neste momento, há um misto de egoísmo, culpa e raiva dentro de mim, minha mente está a mil. Não consigo mais escrever... 

19:58, décimo oitavo dia do primeiro mês de 2015.