domingo, 23 de janeiro de 2022

Entre brancos e amarelos

Começo com um spoiler: o texto não será agradável para ler! Imagina escrever, pensa que é agradável? Não mesmo! A hipocrisia [gosto desta palavra] reina em cores ditas brancas e amarelas. Calma! Você já entenderá...

Estamos em janeiro... Janeiro branco... mês dedicado à saúde mental.  Setembro é a vez do amarelo, prevenção ao auto-extermínio.  E as lacunas entre esses meses? E as lacunas dentro desses meses? São cores escuras que ocultamos, seja por vergonha, seja por negligência, seja por ignorância, seja por descaso de algumas pessoas que estão responsáveis pela gestão  da saúde pública, seja pela ganância de alguns médicos psiquiatras [ok! Eles estudam muito para chegar a um diagnóstico, mas sejamos francos, alguns mal nos olham, mal pesquisam nossos sintomas, nossas dores. Então, não sei se justifica tal valor muitas vezes exorbitantes].  Ou você paga a consulta com meio salário mínimo ou ignora os sintomas... se consegue algum médico a preço "social", a medicação não fica por um preço justo e você precisará de no mínimo 30 dias para ver se fará o efeito desejado ou não... ou seja... a qual saúde mental temos direito?

Quão branco devemos ser? 

Falemos do Sistema Único de Saúde, eu, bem como em outros textos defendi e continuo defendendo o SUS. Contudo, defender o SUS é  uma coisa, defender todas as pessoas que atuam para que o sistema funcione, aí já é pedir demais! 

Toda empresa bem estruturada, funciona "redondinha" [falando a grosso modo], todos desempenham suas funções, tem uns malas?! Tem! Tem os cricris? Tem! Tem os puxa-sacos? Tem? E por aí vai... 

No SUS tem esses profissionais? Eu os classificaria de outro modo, 02 (dois) tipos de profissionais: os que gostam da profissão, trabalham pelo dinheiro e se doam aos pacientes dentro dos limites de hospitais, upas, ubs, e qualquer outra área hospitalar. Há as outras pessoas que eu não sei como e nem porque foram trabalhar na área hospitalar.  Esse segundo grupo é o que denigre a imagem do SUS. É deles que quero falar, deste segundo grupo... se você faz, parte dele, por favor, procure outro ramo de trabalho; faça outro concurso; não deixe que os (im)pacientes fiquem mais impacientes e raivosos ainda! Faça um favor à sua saúde mental... trabalhe em outro lugar. Se você é da parte burocrática, [ops!] administrativa, recepção, ou "relações públicas", principalmente! Peça transferência, peça demissão, arrume um atestado médico, mas não vá  trabalhar de mau humor...

Há campanhas nos meses de janeiro e setembro para cuidados da nossa saúde mental, contudo, ainda há muito preconceito, muito descaso, da parte dos profissionais de saúde.  Poucos são os que realmente gostam da ala psiquiatra, hoje, o correto é dizer área da saúde mental.  

É complicado procurarmos ajuda, porque se não estamos em crise, fica aparente que estamos bem. Se estamos em crise, precisamos aguardar horas pela boa vontade de alguns profissionais que nem se dão ao trabalho de nos ouvir.

Em contrapartida, há quem está sempre atento ao nosso redor, quem tira o saco da nossa cabeça, quem tira o lençol do nosso pescoço, alguém que segura nossa mão durante as crises, alguém que senta ao nosso lado para que possamos escrever por algum tempo; há profissionais que estão ao nosso lado para cuidar do nosso bem estar. 

Final do ano passado precisei ficar internada por quase 30 dias, de enfermaria à pronto socorro psiquiátrico e depois internação na área de saúde mental do Hospital das Clínicas! Uma experiência dolorosa em muitos sentidos que não sei mensurar agora. Contudo, momentos de reflexão sobre quem nos tornamos ao longo dos anos e como podemos nos perder dentro da nossa própria mente. 

Independente de cor, o que dói em nós, pacientes psiquiátricos, é a alma... E não sei qual a cor da minha. 

11:00, vigésimo terceiro dia do primeiro mês de 2022.

terça-feira, 4 de janeiro de 2022

Céu nublado, com chuvas trovoadas...

 Geralmente, essa é o fotografia de algum filme angustiante, próximo a um precipício ou cena de terror, alguém fugindo, alguém escondendo, e até mesmo pode ser contraditoriamente uma cena em um filme de romance, um filme talvez europeu... é o que está passando na minha cabeça agora, talvez seja a lembrança de alguma cena de uma adaptação de O morro dos ventos uivantes.  

Assim está minha mente hoje. Meio nublada, com chuvas e trovoadas... sinto cansaço, talvez por causa da gripe, ou da quantidade de remédio ou a agitação do final de semana... 

Estou "hospedada" na casa da minha cunhada há quase uma semana... não estou aqui por livre espontânea vontade, mas para assegurar que não farei nenhum loucura, nem tentar besteira que já tentei e que já disseram que tentei...

Muitas pessoas reapareceram na minha vida... fiquei surpresa com isso! Eu não esperava algo assim... isso traz um certo desconforto emocional... não sei o que dizer para elas... não sei o que dizer para alguém... não sei como dizer algo concreto que seja confiável... 

Algumas coisas são fatos: o céu está nublado, há ameaça de chuva e há trovoadas... estou cansada. 

17:29, quarto dia do primeiro mês de 2022.

sábado, 1 de janeiro de 2022

01012022=8

 Primeiro dia de mais um ano, expectativas de dias melhores para todos! 

Oito músicas: Creep; Sad but True; Comfortable Numb; Hey You; Present Tense; Paciência; Time; Goodbye Blue Sky.

18:30, primeiro dia de dois mil e vinte e dois.