domingo, 4 de novembro de 2012

Marmitas diversas...

Só para variar, inicio mais um dia sem ter conseguido dormir. Só para variar, minha mente está em completa desordem. Só para variar, não sei o que ou como escrever. Mas preciso escrever, preciso organizar essa Marmita.


Quando isso acontece fico olhando o cursor piscar por algum tempo, geralmente passa de 10 minutos, e então não aguento e começo a escrever "Estou olhando o cursor piscar há mais de 10 minutos...". Óbvio, hoje não foi diferente.


Eu até sei sobre o que escrever, mas a não-organização das ideias soltas me impede de ir em frente.


Sei que há milhões e mais milhões de Marmitas por aí, algumas com muito, outras com pouco ou praticamente nada para preencher o interior das mesmas. E é essa diversidade  de Marmitas é que move o mundo, é ela que move a capacidade humana para algo construtivo e importante. É essa diversidade que nos traz algo que conhecemos como "esperança".


Encontramos "esperança" quando abrimos a tampa da nossa Marmita e alguém consegue enxergar alguma coisa que temos lá dentro.
Encontramos "esperança" quando compartilhamos nossas Marmitas sem medo de que algo seja pilhado, sem medo de perdermos algo com tal compartilhamento. 


As vezes sentimos tanta fome, fome de saúde, fome de esperança, fome de uma vida diferente, fome de afeto, fome de carinho, fome de reconhecimento, fome de atenção, que voltamos a tampar a Marmita por medo de ter que dividir aquele "pouquinho". 


E, de maneira inesperada, alguém senta ao lado e pergunta "O que tem na sua Marmita, hoje?". A primeira reação é arregalar os olhos, depois curvar-se sobre a Marmita e, em seguida, gaguejar... "na na na mimimminha nada, popopor que?". "Ah! Eu pensei que poderíamos fazer uma troca..." e aí os ombros ficam levemente relaxados. "Ah! Entendi!" e os ombros voltam a tensionar outra vez "mas por que me perguntou sobre o que tem na minha Marmita?" - é o início do diálogo interior e mais uma batalha de tormentos recomeça. Quanta dificuldade, gente! Por que tanta dificuldade?! Sim, é compreensível,  uma vez que temos nossa Marmita roubada, é difícil considerar que não seremos roubados outra vez.



Seria bom aprender a sentar à mesa, colocar as Marmitas sobre ela e abrir as tampas. É uma boa maneira de conhecer as diversidades das Marmitas e uma boa maneira de reencontrar o que há muito foi perdido, a "esperança".



Tentei colocar algo nutritivo na Marmita de hoje, mas só coube devaneios.

08:20, quarto dia do décimo primeiro mês de 2012.

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