sábado, 10 de novembro de 2012

Livros, pudim de açúcar e ...

Pois é... mais uma sexta-feira que chega ao fim. Apesar de muitas coisas na minha mente, há um pensamento um tímido - "Ana! Que bom! Hoje seu lado bom venceu!" E olha, vou dizer uma coisa, essa vitória não foi fácil! Controlar a vontade não é fácil... mas tinha gente em casa e não tinha como fazer, respirei fundo, fiquei sentada um pouco na cama, pensando, pensando, e pensando mais um pouco, eu precisava sair e definitivamente não tinha outra opção, já sou bem gradinha para ficar nessa "birra". Fui ao banheiro, lavei o rosto e olhei no espelho, pensei no blog, há praticamente três dias que não escrevo! "Ana! Francamente, esperava menos de você! Quase nada né?!"... peguei a bolsa e saí, "vou ao centro", disse à ela. Estava "chuviscando", respirei fundo outra vez e dei um passo para fora, fechei o portão e segui pela calçada. Subi a rua, olhei para trás, que vontade de voltar correndo, mas não poderia fazer isso, "Ana, você é uma mulher ou um saco de batatas?!" Sinceramente?! Optaria pelo saco de batatas naquele momento, ao menos eu desceria a rua de uma forma beeeem mais rápida! Eis que pensei: "concentre-se! Hoje você pode ter material para publicar!"  ãh! E não deu outra! Felizmente o ônibus chegou rápido e eu não desisti de ir. Não precisei nem sair do perímetro do bairro para começar a armazenar informações, digo, situações para escrever sobre.


(lembra de quando o cursor fica piscando por mais de dez minutos? Pois é! O cursor estava piscando desde de ontem, cheguei até ali, "situações para escrever sobre" e não dei conta mais de escrever, travei!! Fiz muitas outras coisas e nada de dar conta de escrever, as palavras simplesmente não saíam... voltei agora - início da noite de sábado -  para terminar este texto)


O trânsito aqui não é caótico, não há motivos para ser, o problema são os motoristas, eles pensam que a rua é só deles, cada qual em seu carro ou moto, pensam que estão sozinho na rua e pronto! Pensam que podem fazer o que bem entende! Sinceramente?! Ainda bem que eu não sei dirigir! 

Alguns pontos de ônibus depois:
- Ele vai virar ali na avenida? (gritou uma passageira em tom de voz áspera)
- Acho que não! (respondeu a cobradora, tranquila)
- Você acha ou tem certeza? (perguntou a passageira, irritada)
- Se a feira já tiver ali, não vai virar. Vai subir direto. Se a feira não tiver, vai virar. (respondeu a cobradora, séria)
- Ôh desgraça! Já começaram a montar essa porcaria, devia ter descido... (o ônibus continuou subindo a rua, enquanto a mulher "elogiava" a vida!)
(confesso que dei a primeira risada do dia, mas foi uma risadinha interna, sarcástica, "pois é! Leis de Murphy! Deveria ter descido mesmo!" pensei!)
E o silêncio dentro do ônibus foi quebrado outra vez pela voz áspera, irritada, esganiçada da mulher...
- Motorista! Aqui não tem um ponto de ônibus não?! Eu dei sinal!
- O ponto é ali em cima... (respondeu uma senhorinha, rindo)
- O ponto é aqui... (respondeu o motorista, também irritado, parando o ônibus)
- "Vô falá" esse povo não tem educação não! (continuou reclamando a mulher ao descer do ônibus)
 - Hoje não "tô pá" pobre! (disse a cobradora com uma voz engraçada e continuou) ... será que ela não queria que deixasse ela na casa dela não?! Tem gente que acha que estamos por conta mesmo, né?!
(eu ri outra vez, ao ver a expressão de indignação dela...)
- A vida é assim mesmo, minha filha! (respondeu a senhorinha com um sorrisinho calmo)


(Penso que a Marmita daquela mulher estava bem azeda!)



Continuamos o percurso, fiquei olhando pela janela o céu cinza, carregado de nuvens, que cobria aquela tarde triste...
Cheguei ao centro, olhei para o céu outra vez, e o mesmo parecia que iria desabar... as pessoas andavam apressadas. A angústia voltou a me dominar, a vontade de voltar para casa aumentou, comecei a apertar as mãos enquanto tentava caminhar rápido também, entrei numa rua sem movimento, para meu alívio... tinha movimento, mas só de carros, e como eu estava na calçada não tinha problema... fiz o que tinha que fazer, e voltei ao centro "nervoso", ainda faltava alguns minutos para ir ao consultório do psicólogo, ele tinha marcado comigo às 16:30.



A chuva desabou e tive que comprar um guarda chuva ali mesmo, de um vendedor ambulante que gritava "Aqui é dez, lá é quinze! Olha a chuva! Aqui é dez, lá é quinze!" (a voz dele era engraçada, com um sotaque que eu não consegui identificar... essas situações me fazem perceber a vida de outra forma, depois volto a falar sobre isso)... entrei numa lanchonete, eu tinha que fazer alguma coisa para controlar aquela angústia... comer naquele momento era uma opção, pedi um pastel e um suco de limão. Preciso de fazer uma observação aqui, fazer justiça para aquele suco de limão: QUE SUCO DE LIMÃO!! É simplesmente o MELHOR suco de limão que eu já tomei... todas as vezes que posso, passo por lá para tomar aquele suco! Pensei na livraria e nos livros que eu queria, a chuva parou depois de uns dez minutos... então caminhei até lá com meu novo guarda chuva de dez reais (que durará até a semana que vem, mas enfim...).


Cheguei à livraria, que alívio! Estar entre livros definitivamente é uma das coisas que me acalma... são tantas palavras... tantos pensamentos transcritos em páginas e mais páginas, nas mais diversas formas... estar entre livros, para mim, é o mesmo que estar entre várias pessoas falando todas juntas e no mesmo instante (numa condição física impossível, impensável) mergulhada num silêncio absoluto! É uma contradição que existe na minha mente.


As vezes eu me supero e penso "não, você não fez isso!"... mas, sim, eu fiz! E me sinto uma completa e grande idiota! Eu quero (e preciso) comprar uma gramática. Pois bem, era para eu comprar a gramática e outros dois livros. Quem disse que eu lembrava o nome da gramática ou o nome do autor?! Como é que numa livraria com não sei quantas centenas de livros eu vou encontrar um livro sem saber o nome do autor ou do título, só sabendo como é a capa do livro?! A gramática ficou para a semana que vem, mas comprei  outros dois livros... depois comento sobre eles... estou cansada e não consigo terminar este, já faz quase duas horas que recomecei, o texto está grande, massante... e eu ainda nem contei das pessoas que eu encontrei e nem contei do pudim de açúcar. Estes ficarão para o próximo post.


20:53, décimo dia do décimo primeiro mês de 2012.

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