terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Marmita derradeira... de 2014

2014 = 2 + 5 = 7 x2 = 14 = 2014  
Gosto de observar essas coisas que geralmente passam despercebidas. Por exemplo, a somatória do ano. Coisa boba e engraçada... devaneios de Ana.

Falando sério agora, falta praticamente 01 dia para 2014 acabar. E comecei a pensar no quão rápido ele foi se esvaindo. Talvez eu não tenha percebido, ou tenha deixado o tempo escorrer pelo ralo do chuveiro ou cair da cama nas manhãs ensolaradas das duas da tarde... talvez o tempo tenha voado durante as madrugadas em claro, enquanto folheava os livros que não li. Mas voou, foi embora, e independente da forma que tenha ido não vou me lamuriar, mesmo sabendo que eu poderia tê-lo aproveitado melhor, fiquei na cama o quanto precisei ficar, fiquei sob o chuveiro o tempo que foi necessário para afogar pensamentos inúteis e/ou destrutivos.

Mas um tempo que gostei de ter gastado foi o tempo de um percurso entre minha casa e o trabalho... de carona com meu irmão, de ônibus ou de táxi, conversas sérias, engraçadas, ouvindo conversas de terceiros ou no meu silêncio alheio ao movimento das ruas. Vi muitas paisagens que quis fotografar, vi cenas que registrei na mente, engraçadas, sérias e outras tristes, assim como as conversas que tive e ouvi. Conheci pessoas que fizeram com que eu me percebesse.

2014 foi um ano de superação (“lá vem a Ana com essa conversinha trálálá”... eu sei, esse papinho de superação é tenso! Mas foi um ano de superação sim, embora em não tenha participado de uma Corrida de Aventura ou de uma maratona ou de nenhum evento esportivo depois de uma lesão grave no tendão esquerdo do... enfim! )... Morar sozinha foi o meu maior desafio neste ano, RÁH – “sóquinão”! Desafio maior do que morar sozinha, foi o de trocar uma lâmpada... na verdade, troquei duas. A primeira nem foi tão tensa, pois estava ao alcance da minha mão e não sofri tanto. Contudo, a segunda, gente!, a lâmpada da cozinha. Aqui coube um ponto porque a observação é grande! Penso ser necessário dizer que a lâmpada estava queimada há +/- 03 meses. Primeiro: fiquei criando coragem para eu mesma trocar; Segundo: a coragem não criou, daí fiquei no intuito de chamar meu irmão para trocar, não chamei porque minha casa nunca está organizada para receber visitas; Terceiro: à noite, quando chegava em casa, e precisava fazer alguma coisa na cozinha, eu abria a porta da geladeira – ãh! Defensores da natureza e economizadores de energia não me critiquem! Vocês estão gastando energia neste exato momento em que leem este texto altamente desprovido de informações úteis ao desenvolvimento da humanidade, e não, não estou ofendendo ninguém, e sou eu quem pago a conta de energia lá de casa... 

E então, voltando ao vexame da lâmpada, um certo dia, na verdade, uma certa noite, criei coragem e decidi “amanhã, trocarei essa lâmpada!”, dito e feito! Francamente, cá entre nós, (risos), senti vergonha alheia de eu mesma!!! (“produção, pode isso?!” Pode!) Foi tão pateticamente cômico quanto quando eu comecei a tomar banho ainda calçada com meias há alguns anos... 

No dia seguinte, tirei os livros da mesa, empurrei a mesma à cozinha, puxei a cadeira, e a fiz de escada para ficar sobre a mesa. Até aí eu dizia para eu mesma “não olha para baixo, não precisa de nada para se segurar.” Aaahttáá! Pernas trêmulas, tive a brilhante ideia de segurar o teto! (risos) isso foi engraçado! Ok! Eu estava altamente segura, como se minhas mãos fossem pegajosas como as patas de uma lagartixa, francamente! Agora, desenroscar a lâmpada! E o medo daquilo estourar no meu rosto?! E o medo de eu cair da mesa? Não sei qual medo era pior! Depois de meia hora consegui desenroscar a bendita! E agachar para pegar a lâmpada nova? Eu teria que me desgrudar do teto! Peloamordequalquercoisa! Quanta agonia! Com muito custo, fui abaixando devagar, sem nem respirar para não perder o equilíbrio e esparramar no chão. Toquei a mesa, coloquei o pé na cadeira, desci! Ufa! Eis que a gênia da coragem e da esperteza aqui lembra de desligar o relógio – a chave da energia! (risos) SIM! Patético tanto sofrimento! 

(Admito que rio enquanto escrevo, foi vergonhoso!). Fui até o portão desliguei a chave e voltei, já rindo né?! Mesmo com a segurança de não tomar choque elétrico, tinha a sofrível subida na mesa. Mais meia hora depois, segurando o teto como uma faceira lagartixa (eu tenho medo e nojo desse bicho, esqueci de mencionar!), consegui rosquear a lâmpada nova no bocal. Ufa! Agora era a sofrível descida da mesa e testar para ver se tinha dado certo! Liguei a chave, voltei para dentro de casa, e a cozinha nunca ficou tão clara como naquele instante, a lâmpada não estourou. E eu tinha conseguido a luz! Sobrevivi! \o/ Morando sozinha há 11 meses, foi uma superação! E tem mais... uma das coisas que eu agradeço é o gás de cozinha que ainda não acabou. Será outra novela isso, mas enfim!

Ainda tenho coisas guardadas dentro de caixas que não abri. Talvez amanhã ou o ano que vem eu abra e guarde todas aquelas coisas. Tem os livros para organizar... enfim...

2014 foi bom, foi um ano de mudanças, em quase todos os aspectos, com destaque para o lado profissional. E estou aberta a outras mudanças que provavelmente acontecerão em 2015, sejam profissional, educacional e/ou mentalmente.

Um abraço forte da Ana para os ilustres visitantes da minha insana Marmita! Sucesso, saúde, paz, muitos risos, coragem e muita paciência para o ano que nascerá daqui a pouco!

22:15, trigésimo dia do décimo segundo mês de 2014.





sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Cecília e a chuva

174...170 Marmitas 


O calor lá fora está insuportável - ao menos para mim! Porque assim, as demais pessoas adoram calor, mas quando faz calor, elas reclamam absurdo! Francamente, eu não entendo! Eu não gosto de calor, sei que (na medida certa) é vital à nossa sobrevivência e tal, mas eu adoro frio, e quando faz frio de verdade eu não reclamo! A verdade é que as pessoas não contentam com nada e reclamam de tudo... e sim, eu reclamo dessas reclamações sim! 


Já não sei quantas garrafinhas de água tomei hoje. Há pouco estava pensando assim: estamos num clima quente, e está fazendo muito calor; é recomendável que bebamos muita água. Mas é um período de racionamento! Como faz?! Ééééééé, meus caros, phudeu mesmo!!! Não é engraçado, mas eu rio (ops, o rio secou!) porque fico pensando, a caatinga sofre com a seca, países africanos, países indianos, no Oriente Médio e entre outros lugares do mundo sofrem com a seca e sobrevivem, porque nós, aqui na região Sudeste do Brasil, não sobreviveríamos? Uai, porque nós não podemos parar indústrias, agricultura; não podemos ficar sem tomar banho... é! Meus pensamentos vão longe... Nos últimos dias assisti a algumas reportagens, algumas "pelas metades", sobre reservatórios que estão construindo agora. Por que já não foram construídos antes? Porque pensávamos que só o Norte e Nordeste poderiam sofrer com a seca! Irônico - e um tanto engraçado! 

O ditado é certo, "brasileiro deixa tudo para a última hora!" mesmo! E mais engraçado ainda é fazer reservatário depois que não tem chuva mais, mas faz-se na esperança de chover e conseguir armazenar. E eu pergunto como isso acontecerá? Se acontecer, é necessário nos prepararmos também para um dilúvio que está por vir! Não estou contra a chuva, pelo contrário, por mim que chova sete dias sem parar, ou o mês inteiro, ou o resto do ano, enfim... e haverá as reclamações típicas dos reclamões: "essa chuva não vai parar mais não?!" ... tem que rir ou não?! Ah! Se não estou equivocada, o Rio Grande do Sul também já sofreu com a seca. 

Quando assisto a certos filmes e eu digo que não duvido daquilo, algumas pessoas me criticam. Só que se continuarmos nesse ritmo, Eli passará da ficção à realidade. E de fato a humanidade, de modo geral, não apenas em áreas isoladas, entrará em Colapso. E sobreviverão os mais fortes! Murphy está ao lado de Darwin, neste momento?!

Por falar na falta de chuva, cito um trecho de Cecília Meireles que li no site Releituras:  
"Por enquanto, caem apenas algumas gôtas daqui e dali. Nem as borboletas ainda percebem. Os meninos esperam em vão pelas poças dágua onde pulariam contentes. Tudo é apenas calor e céu cinzento, um céu de pedra onde os sábios e avisados tantas coisas liam outrora:

"São Jerônimo, Santa Bárbara Virgem,

lá no céu está escrito, entre a cruz e a água benta:

Livrai-nos, Senhor, desta tormenta!”

Texto extraído do livro “Quadrante 2 - 4ª Edição (com Biografias)”, Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1963, págs. 48 e 49."

Lembro que, mesmo depois de adulta, eu via, ouvia, e ria da minha avó, da minha mãe, quando caíam aquelas chuvas "brabas" - como dizemos aqui em Minas; elas colocavam uns ramos "benzidos" no Domingo de Ramos - ritual da igreja católica que antecede a Semana Santa - para queimar e rezavam para "sãojerômo e santabarbavirge" (sim! "barbavirge", rs) pra amenizar a chuva, os raios e trovões. Espero que estes dias de chuvas "brabas" voltem logo!


Referências:
- O livro de Eli - filme com o Denzel Washington (ah! O filme é ruim?! Não estou analisando o filme, mas a ideia da falta de água).

- Cecília Meireles em Projeto Releituras:  http://www.releituras.com/cmeireles_chuvacomlembracas.asp



17:46, sétimo dia do décimo primeiro mês de 2014.

domingo, 2 de novembro de 2014

Dois anos de Marmita... 2

178... 175 Marmitas (quatro em uma!) - Parte 2

Referente ao post Hoje é dia do Livro!.

O livro que recebi não é o livro Foco, e sim um livro sobre vinhos. 

Foco - Daniel Goleman - comprei há alguns meses, já folheei algumas páginas, marquei outras, contudo entrou na pilha de livros. Não que ele não seja interessante! Claro que é! E a capa é azul, um azul agradável! 

O livro que recebi é o Vinhos, o essencial - José Ivan dos Santos. 

Pois é, há alguns meses o interesse pelo vinho ficou aguçado. Mais aguçado não só pelo gosto, por ser uma bebida agradabilíssima e que cabem muitos adjetivos, mas pelo fato de ter uma estreita ligação com a Geografia - disciplina esta que tenho grande afeição. 

Quero adquirir um pouquinho de conhecimento a respeito destas duas coisas: Vinho e Geografia! 

Estes são assuntos que necessitam de muito estudo e disciplina... necessitam de teoria e prática! Não há teoria sem prática, nem prática sem teoria. 

Então, acho que ficou esclarecido agora, né?! Depois colocarei as referências corretamente. 

18:15, segundo dia do décimo primeiro mês de 2014.




Dois anos de Marmita...

178 ... 175 Marmitas (quatro em uma!)

Hoje a Marmita completa dois anos... tinha pensado em preparar algo diferente para agradecer aos leitores desta, contudo imprevistos aconteceram. E então posteriormente acrescentarei as coisas que pensei em colocar aqui. Sim, tem muitas coisas, algumas agradáveis como sorvete de limão, outras amargas como jiló, outras sem graça como mingau de Maizena (leia-se amido de milho) ou cuscuz, mas são coisas que penso ser importantes para escrever. 

Dois anos intensos e de pouca escrita. Teve um tempo de bloqueio. Bloqueio em todos os sentidos. Teve um tempo de rascunhos, de esboços, mas que não saíram do papel sulfite... ou que foram parar no lixo... teve um tempo de produtividade e rendimento... 


Enfim, hoje, infelizmente, deixarei a Marmita um tanto rasa, estou sem "criatividade mental" para escrever algo decente e divertido; não quero escrever as lágrimas e o desespero da madrugada, nem escrever o desânimo que me abraçou ao longo do dia desde a hora em que saí da cama. Acordei e quis continuar de olhos fechados porque a sensação era de ter acordado à beira do precipício, e se eu tivesse virado para o lado, estaria lá no fundo do penhasco um corpo quebrado. Meu ânimo hoje está como o céu lá fora, nublado. É contraditório porque gosto de dias nublados, contudo hoje este "nublado" é carregado de tristeza..

Tenho dito que a vida é sádica; contudo, ao olhar para trás, percebo que ela pode não ser tão sádica assim, uma vez que eu sou responsável pelos meus atos, logo eu sou irresponsável e relapsa. Parei de reclamar do sadismo da vida. Francamente! Chega de lamúrias por hora (sim! Eu disse que não queria escrever algo e acabei por escrever, pois é!).

Mas, porém, contudo, todavia, entretanto, quero agradecer você por me acompanhar e pela paciência ao longo desses dois anos. Peço desculpa pelas vezes - quase que repetidas - que esteve aqui e não encontrou nada dentro da Marmita além de posts antigos. Obrigada! 

17:45, segundo dia do décimo primeiro mês de 2014.









quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Hoje é dia do Livro!

179 Marmitas

Foco - é o nome de um dos livros que está na fila de espera para eu ler. Pois é, hoje, 29 de outubro, é dia do livro! 

Uma das minhas vontades é ter uma biblioteca em casa, quem sabe até lá eu tenha um esboço de biblioteca, né?! Já tenho alguns títulos. Segunda-feira última recebi o último livro que comprei, foi quase um mês de espera! Estava esgotado na editora, mas foi emocionante recebê-lo! Estava em casa, de folga, e absolutamente desanimada, contudo ouvi palmas e saí no corredor. Meus trajes eram lamentáveis,: uma blusinha azul desbotada e uma calça de moletom preta, mas tinham tantos pelos da gata que a cor era duvidosa. Eu não sei como aquilo aconteceu! Talvez ela tenha vestido a calça numa noite fria, enfim... meu cabelo, sem comentários... estava tão alheia ao mundo que só reparei no meu estado quando o homem perguntou se eu era eu... mas já era tarde para voltar lá dentro e ficar um pouquinho decente, caminhei até o portão e confirmei. Ele pediu que eu assinasse o recibo, me entregou o livro, agradecemos um ao outro, ele saiu e eu voltei para dentro da casa. Eu ri com meu estado patético! Senti vergonha, só um pouquinho, mas senti! E então fui desembrulhar o pacote, eu já sabia do que se tratava, mas fiquei surpresa com a edição, é a nona! Novinha em folha! Me senti especial! Valeu a pena esperar! Livro fresquinho, deste ano - 2014! Cheiroso! Como todas as vezes, comecei a lê-lo aleatoriamente! Tem muita informação, e informações recentes... isso é bom também. 

Enfim, voltando ao dia do livro! Penso nos autores que marcaram o mundo ainda na época em que nem existia eletricidade, nem máquina de escrever, ... Dante, por exemplo! Gente! Dante escreveu fantasticamente A Divina Comédia antes do ano de 1.300. Tem noção disso? E os filósofos antes disso?? Outros autores "populares" ou não?? Magnífico! Simplesmente magnífico! E expresso aqui todo o meu respeito a todos os escritores, a todas as escritoras, de livros... meu respeito àqueles livros que foram queimados nas fogueiras da intolerância e do desespero! Será que se tivessem capas verdes ou azuis seriam queimados também? Seriam confiscados? Enfim! Agradeço por essa dádiva da humanidade - O LIVRO! Este que instiga, instruir, educa, diverte, entristece, enfurece, o livro que nos transporta para mundos fantásticos e acontecimentos tristes ao longo da história! 

A você, leitor, que também tem (ou não) apreço pelo livro, também agradeço sua atenção e tempo para esta leitura breve! 

15:56, vigésimo nono dia do décimo mês de 2014.

Crocodilo na Marmita?

180 Marmitas

Retornando à Marmita para novas emoções, muitos devaneios, "chorando as pitangas", "o leite derramado" e "a morte da bezerra". 


Estamos no meio de um reboliço político, reeleição que não agradou "nem gregos nem troianos" muito menos uma parcela significativa de brasileiros e brasileiras - parcela esta que foi minoria, ou quase minoria, no processo eleitoral (ok! quase minoria!); no meio também de uma crise de água - reservatórios praticamente sem reservas - e o povo lavando calçada, lavando carros; que mais está acontecendo no nosso Brasil? Francamente! Não sei!

"Ah! Mas como você está em plena era digital, num mundo digital, em que a informação estão tão ou mais rápida quanto Usain Bolt, e não sabe o que está acontecendo no Brasil e no mundo?"  Uai! Não sei! Ou será que sei?! Escândalos de uma política corrupta - escândalos que por mais que se digam o contrário estão vindo à tona com toda a força - não sou boa em história, mas tenho a impressão de que a corrupção está escancarada nas nossas fuças, e neste caso o ditado "chorar as pitangas" e "se correr o bicho pega, se ficar o bicho come", acaba no mesmo ponto: impunidade! Se bem que "pegar" e diferente de "comer", mas enfim... vamos brincar de "pique e pega"?! E o Enem??ANEM! Daqui alguns dias até para fazer exame admissional será necessário o número da inscrição do Enem. ¬¬ Francamente!! E não venha me dizer que sou contra a educação no nosso país! (Ãh... que educação?!) Sou contra, óbvio, a forma que a nossa educação é tratada! Eu não fiz a inscrição do Enem neste ano, só poderei fazer no ano que vem, consequentemente, na melhor das hipóteses reingressarei na universidade em 2.016... Isso é facilitar o ingresso à educação? Se eu não "prestar" o Enem, não ingresso no ensino superior, nem em cursos técnicos "respaldados" pelo governo... Mas tem as Olimpíadas... enfim... Putz! Estou meio desinformada!  Pois é, moçada! O Enem está chegando... vamos levar isso a sério, hein?! (tsc tsc)

E o povo que chegou para votar e já tinham votado no lugar dele?! Uai! "como assim?!"... Como assim pergunto eu!!! Fazer boletim de ocorrência? Primeiro tem que reclamar no TRE! Acataram a reclamação? Não! Aconteceu é que o povo quase foi preso por desacato " "a otoridade mássima" " , o povo teve que ir embora somente com o acalento de "são os deputados que  fazem a lei". Que??? Isso mesmo, uai! E quem "tá" errado? O povo que não sabe votar... mas cá entre nós, o povo nem votou! o.O 

O crocodilo lacrimejou... lacrimejou a morte da bezerra, ou melhor, a morte do bezerro que virou vitela para os restaurantes mais badalados do mundo; lacrimejou o leite derramado, porque é PHoda limpar o fogão depois; e também lacrimejou pelas pitangas que caíram no quintal. O crocodilo lacrimejou com um sarcasmo plácido esperando pela presa sedenta de água no reservatório praticamente desidratado. "Mas como isso é possível?" Uai! (uai, eu sei que estou usando uai demais, mas estou em Minas, e o fato de eu ser mineira e ser a autora deste texto "me" dá o direito de escrever quantos uais eu quiser, afinal, não estou participando de nenhum concurso "redacional", então esqueça minha quantidade de uais. Francamente! É que não coube nenhum trem aqui, aliás, optei por não colocar nenhum trem... onde é que eu estava mesmo?... ah é! Nas lágrimas do crocodilo!)... 

"Mas como isso é possível?" Uai! Em terras brasileiras, o que não é possível: o crocodilo, a vitela, o leite derramado no fogão, a pitanga no quintal, o povo não conseguir votar porque já votaram no seu lugar ou uma Ana colocar este texto insano dentro da Marmita??? 

O texto acima foi escrito ontem, 28 de Outubro de 2014. Contudo será postado agora, em 29 de outubro de 2014. 

15:15, vigésimo nono dia do décimo mês de 2014.

domingo, 28 de setembro de 2014

Texto de domingo



algumas semanas fiz o favor de publicar em uma determinada  rede social  o endereço desta Marmita. Tem um lado bom e um lado ruim... (claro! Estou tentando manter o otimismo! Mas isso não vem ao caso agora...) O lado ruim é que no momento estou, digamos que, impossibilitada de postar com certa frequência, para não dizer postar diariamente. Isso dá uma sensação de descaso para com meus leitores, mas não é descaso. Em breve darei um jeito nesta situação.
Pois bem! Tive a ideia de publicar mais de um texto num dia só, se eu conseguir escrevê-los, né?! Para isso tenho papel e caneta, posso juntar as ideias e depois transcrevê-las para o blog. Assim não fico tão em débito, e nem os leitores ficam tão “frustrados” por encontrarem a Marmita vazia.

Sobre o que escrever neste texto?! Francamente, não sei!
Ok! Farei como o Jack, irei por partes! Hoje é segunda-feira, vigésimo segundo dia do nono mês de 2014. São quase onze da noite, no momento ouço Luciano Ligabue e a música é Certe notti! Mas daqui a pouco mudarei, não é uma boa trilha sonora para escrever neste momento. O céu está levemente estrelado, há um vento manso, soprando um frescor frio, contudo é o prenúncio de que amanhã, terça-feira, será um dia quente.  A música embora seja bonita não está ajudando, talvez seja o volume, está mais alto do que meus pensamentos! Mudei para Tom Petty e baixei um pouco o volume. Playlist em modo aleatório... vou ao que importa agora.  Olho ao redor e vejo que tenho muitas pautas para escrever... o phoda é organizar essas pautas.
Hoje, mais cedo, enquanto lavava roupa pensei sobre minha escrita, sobre o que publicar e então pensei: Por que não?! Por que não falar da minha terapia em grupo. É que ontem, no meio de uma conversa foi sugerido que eu voltasse à terapia (individual). Então fiquei meio encucada com isso. Já fiz terapia, individual e em grupo, ambas são interessantes, mas não me pergunte quais eram as vertentes... eu não sei! “Como não sabe?” Sim! Eu não sei! Simples assim! Aliás, uma até que eu sei que é a Análise Transacional – não! Não é a análise de uma transa sensacional, não tem nada de sexy! Ok! Parei! E voltando às vertentes terapêuticas – não ligo muito em rótulos, eu vou mais é pela cara do (a) psicólogo (a). Geralmente, tive empatia por todos eles e aprendi um “cadim” de coisas, mas não foram tantos assim, apesar de que se for contar é um número maior do que de ex-namorados! Francamente! Sim! Sou sórdida!
Mas por que estou falando disso?! Ah sim! Então! Terapia em grupo é interessante. Tem cada história, cada surpresa, surpreende-se até consigo. As vezes eu ficava com vergonha de algumas coisas que eu falava, outras eu ria descompassadamente ouvindo  histórias alheias. Eu sei! Não é engraçado isso! Não eram histórias engraçadas, mas tenho esse pequeno probleminha de rir de desgraça alheia ou minha mesmo. É que minha imaginação é meio phoda, vai além do necessário, e eu ficava imaginando cenas, diálogos, para a situação e acabava por não me conter... Sério! Sou do tipo que ri em velório e que acha que há certas vantagens nas desgraças! Exemplo: se eu sou careca, não preciso gastar dinheiro com shampoo, condicionador, creme para pentear, creme antifrizz (aquele que “diz” que não deixa o cabelo ficar espetado! Pff... talvez eu ainda não tenha encontrado o certo, porque só usando o pote inteiro, mas enfim... aqueles fios rebeldes não dão trégua!); se sou careca não preciso me preocupar com o corte, se ficou bom ou não, simplesmente não vou gastar dinheiro, não terei caspas e não correrei o risco de ter a cabeça infestada por piolhos! Justo?! Sim! Não sei porque as pessoas tem pavor de ficarem carecas... Se cabelo ajudasse na auto estima a minha era lá na estratosfera! Mas enfim... deixa quieto! O que seriam dos donos de salões? Das fábricas de shampoos, cremes, e demais produtos capilares? Das atrizes que alugam suas madeixas para uma propaganda (meramente ilusória) de alguns segundos de um cabelo impecavelmente bonito? Sim, apesar do trabalho que dá, os cabelos movimentam a economia!

Voltando à terapia em grupo, meio que adotei essa tática para meus dias. Ao conversar com as pessoas, me sinto naquela sala cheia de almofadas grandes e coloridas; com aquele tapete grande com desenhos geometricamente estranhos, e aqueles quadrinhos, cuidadosamente, colocados numa parede branca sugerindo uma janela de fuga. E eu percebo que algumas coisas são parecidas comigo. A discussão que eu ouço do outro lado da linha; o dia cansativo; o trabalho maçante em alguns momentos; a decepção amorosa; a perda e saudade de alguém muito importante; a raiva por não alcançar um determinado objetivo; a vontade de não fazer nada; o gosto cinematográfico; o sono que é muito e as horas bem dormidas que são poucas; o dinheiro que não dá para todo o mês; aquela viagem que parece tão distante da realidade; a vontade de viver e o desejo de morrer; a gana de mandar tudo para o espaço, ligar o phoda-se! E no meio disso tudo, há um caos reinante, inexplicável, que dá forma ao que chamamos vida. Há alguém para lhe criticar, há alguém para lhe dar as costas, há alguém para duvidar da sua capacidade, há alguém para pisar nos seus dedos que estão agarrados à beira do precipício e esforçando ao máximo para não cair... mas também, porém, contudo, todavia, entretanto, há alguém para ouvir, há alguém para abraçar, há alguém para compartilhar, há alguém para se sentir à vontade, há alguém para rir ou chorar comigo, contigo, conosco. Pois é! A vida é isso, uma grande sala de terapia em grupo e nem ao menos nos damos conta disso. É necessário conviver com as diferenças, aceitar / entender / compreender que nem sempre o que é diferente é defeito, nem sempre o que é igual é qualidade. 

21:30, vigésimo oitavo dia do nono mês de 2014

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Setembro chegou!

Tenho reparado na alegria de algumas pessoas com a chegada deste mês. Dizem que é a Primavera... mas Primavera?!?! Convenhamos!! Acho que Alberto Caeiro não gostaria dessa nossa "primavera"... ainda estamos no inverno e faz um calor assaz danado de quente! [Sou suspeita para falar, talvez em alguma encarnação eu tenha sido um pinguim!]

E todas as vezes que alguém fala em Primavera lembro daquela musiquinha chata dos Hermanos-Los “priiimmaaveeera chegou...” 
ops... 

Primavera se foi e com ela meu amor
Quem me dera poder consertar tudo que eu fiz
O perfume que andava com o vento pelo ar
Primavera soprando pr'um caminho mais feliz”
 

Ok! Parei!

Então, eu não lembro o que eu achava sobre o mês de Setembro, só sei que eu conheço muitos aniversariantes neste mês... e que preciso programar os presentes... além disso é a reta final para o final de mais um ano. Agora começam as reportagens sobre as academias cheias... povão preparando o “corpinho” para o verão! Mas gente! Aqui é verão o ano inteiro! Enfim...


Que este mês de Setembro então seja de muita graça, muitas flores, pouco calor, muito perfume, e de boas realizações. [Boa!... os aniversariantes ganharão flores! Ai, francamente! Eu sou criativa demais! ¬¬]

13:18, segundo dia do nono mês de 2014. 

Abrindo a Marmita outra vez

Quase cinco meses depois, cá estou. Reler alguns textos aqui publicados mexeu comigo. Outros nem quis abrir. Em outro momento os releio, e com certeza encontrarei erros. Por hora não dá para corrigi-los.

Por que tanto tempo longe daqui? Não conseguia escrever, simples assim! Até tenho uns rascunhos manuais, contudo ainda precisam de mais atenção. Pois bem! Hoje decidi abrir a Marmita novamente.

Dormir pouco talvez seja fonte de inspiração – prestarei mais atenção nisso! É que de ontem para hoje, se dormi muito, dormi cerca de 90 minutos. A ansiedade, o mal estar e o calor fizeram companhia praticamente a noite inteira.

Mas, porém, contudo, todavia, entretanto, o que trouxe mais inspiração para retornar a este recinto foram duas conversas que tive ontem. A primeira, com uma sereia. [Sim! Eu converso com sereia! E você?! ... Ãh! Antes que pense que estou fazendo (ou “dando”) uma daquelas cantadas ridículas  – sabe, estilo aquilo de chamar uma mulher de “princesa”, “gata”, entre outras adjetivações assaz cômicas!?  – não! Não estou “cantando” ninguém. Apenas não julgo necessário revelar o nome da pessoa em questão. Enfim, e a outra que iniciou com coelhos olhando para o céu e correndo na grama verde – “e os de chocolates são gostosos”.

Essas duas conversas fizeram com que eu refletisse um pouco sobre o andamento da minha vida, sobre a forma que estou lidando com certas situações. Em uma falei sobre dor, vazio, assuntos delicados, difíceis; na outra, fui questionada sobre sonhos e sobre o sentido da vida. Pôxa! Aqui cabem muitos devaneios que podem render muitas linhas. Voltarei neste ponto.

Se não fossem a sereia e os coelhos, francamente, não estaria redigindo este agora. Claro que outras coisas também influenciaram – outras conversas que tive no início da semana passada e agora no início desta semana; a observação de determinadas situações – por exemplo, a ida ao supermercado no domingo: encontrei uma ex-colega de trabalho e ela disse meio que surpresa: “é você mesma?! Está diferente! Emagreceu!”, [francamente! Eu não sabia onde enfiar minha cara, se dentro do carrinho de compras dela ou se debaixo do monitor do caixa. Tinham muitas pessoas nas filas ao lado e na que eu estava também. É que o tom de voz dela é mais alto. Não sei de onde ela tirou isso, porque de mim não saiu nem uma grama sequer. Essa coisa de elogio, ai ai ai!] Respondi com um sem graça “que nada! É só a roupa mesmo que é diferente!”, e emendei um: “você que está diferente! Pintou o cabelo, ficou bonitona hein?! E como está indo lá no trabalho? Fiquei sabendo que mudou de setor, está gostando?” E a conversa fluiu, o foco saiu de mim e passou para ela. Mulher é tudo igual mesmo! Repara nos quilos, nos fios, nos panos, nos sapatos, enfim... e eu reparando no quanto estou estagnada diante de algumas coisas. Além da ida ao supermercado, ontem também saí de casa; passei muito mal durante a noite; então nessa somatória de eventos desconexos olhei outras coisas que antes não dava atenção. E, hoje de manhã, também, pensando muitas coisas... decidi que já era hora de voltar pra cá!


Enfim, este é só para abrir a tampa da Marmita. 

13:11, segundo dia do nono mês de 2014

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Dia cinza...

Uma chuvinha fina e fria... céu carregado de cinza...
Pensamento distante...
Presença ausente...

O friozinho matinal proporciona um certo conforto físico e mental. Gosto de frio. Um dia como o que amanheceu hoje é um dia que me deixa um pouco feliz. Contudo, muitas pessoas ficam irritadas.

A chuva ficou mais forte, parece coisa de criança, mas gosto de olhar a água escorrer pelo vidro das janelas fechadas - e embaçadas - do ônibus. É o desconforto que aponto. O povo dentro do ônibus tem medo de molhar com os respingos d'água... fecham, vedariam se pudessem, as janelas, e fica tudo embaçado. "Todo mundo" respirando o mesmo ar - gás carbônico coletivo (¬¬)... isso é o inconveniente da chuva matinal. Mas eu não ligo muito, porque escolho um banco próximo à janela, então dá para abrir o vidro e sentir o vento e os respingos d'água no rosto... e óbvio que também os olhares emburrados das pessoas.

Os telhados, o asfalto, os faróis dos carros, uma aparente calmaria disfarçada de cautela. A chuva é charmosa! O jeito que a água escorre, o barulho que ela faz... o cheiro é diferente. As cores ficam mais vivas... e as pessoas mais calmas, ou muito irritadas (risos)...

O que importa é que um dia cinza como hoje, mesmo que a tristeza esteja consumindo minhas forças... um dia cinza e chuvoso como hoje proporciona uma certa alegria e um risinho sorrateiro no canto da boca. 

"...chove chuva, chove sem parar..." \o/

Bom dia! 
11:12, vigésimo quarto dia do quarto mês de 2014

terça-feira, 22 de abril de 2014

Feriado prolongado...

Terça feira com cara de segunda! 
A expressão das pessoas nas ruas, dentro dos carros ou nos ônibus, também é a mesma... "cara de segunda-feira!"... também pudera...  Sexta-feira da Paixão, Dia do Índio, Sábado da (de?) Aleluia, Domingo de Páscoa, Enforcamento de Tiradentes, Dia da Terra (hoje!)... ufa! 
E pensar que o tal evento futebolístico que vai parar o Brasil mais uma vez está se aproximando... Avante Brasil! o/

Vi muitas pessoas empolgadas com esses últimos dias "festivos" (não que a Sexta-feira da Paixão seja um dia festivo, principalmente para os católicos fervorosos, mas enfim...).

Na maioria das vezes sinto que estou (sou) um tanto deslocada desse "universo de faz de conta". Hoje de manhã, enquanto arrumava para vir ao trabalho, liguei a "tv" e "de cara" a notícia de uma mãe em trabalho de parto no meio da rua, deitada no chão, e sendo amparada por policiais - que auxiliaram no parto - e populares, em frente a um hospital. E o "Brasil" da mídia, do marketing, das grandes corporações patrocinadoras da Copa do Mundo 2014 continua alegremente na contagem regressiva para a abertura dos trabalhos e jogos assaz rentáveis. Rentáveis para quem?! Pois é! Com certeza não é rentável para a criança que nasceu no meio da rua em frente a um hospital municipal. Com certeza não é rentável para os moradores do Complexo da Maré (Pôxa! Nem o Exército brasileiro está "dando conta" da "cambada" de traficantes e milícias!) e inúmeras outras favelas Brasil adentro... não é rentável à educação, à saúde, e à segurança públicas... Vi uma rua enfeitada com aquelas tirinhas verde e amarela e fiquei lembrando das manifestações que aconteceram ano passado... Por que nós aceitamos a ilusão de que é maravilhoso ser o Brasil Hexacampeão do mundo no futebol enquanto nossa educação pública, nossos serviços públicos de saúde, nossa segurança ainda estão lá na quinta ou quarta divisão (sendo otimista!)? 



Não foram uma nem duas pessoas que disseram para eu tirar carteira de habilitação e comprar uma moto ou carro para facilitar meu deslocamento diário. Discordei da ideia, é óbvio que é importante saber dirigir, vai que numa emergência eu precise dirigir algum veículo, mas enfim... contudo, vem as partes mais interessantes da coisa: infraestrutura e condição financeira. 
O governo tem incentivado a compra de carros/motos, as montadoras nem se fale. Claro! São eles que se beneficiarão. E aqueles planos de pagamentos mirabolantemente sedutores? É inegável, à primeira vista, o conforto de um carro - principalmente se ele for novo... não tiro essa razão, nem sou tão burra assim, mas como eu disse é à primeira vista.

Moro em uma cidade média, e o trânsito está ficando insuportável para mim (e olha que eu nem dirijo!): primeiro, muitos motoristas não tem educação, nem seguem as leis de trânsito; segundo, a frota de veículos aumentou muito (também pudera, é só olhar as condições "sedutoras" de pagamento, a pseudo ideia de status... e por aí vai...); terceiro, a malha viária dentro da cidade já está saturada - óbvio que em pontos estratégicos e horários de pico!Felizmente não dirijo! rs
É engraçado isso né?! Você pode comprar um carro, mas não tem uma infraestrutura decente para desfrutar dele! Muito benéfico, muitas vantagens, hein?!... isso porque eu nem mencionei impostos, taxas, manutenção e combustível (a bendita condição financeira que a me referi acima).

Andar de ônibus é estressante? É! Ficar parado num congestionamento é estressante? É! Tem que estar em estado de alerta mesmo parado num congestionamento? Tem!

Enfim... que texto é este?! Você deve estar se perguntando... (risos)... também fiz esse questionamento  enquanto redigia as linhas acima. É que uma coisa vai levando à outra e não tem jeito de não mencionar... entende por que eu disse "universo de faz de conta"?
Talvez sejam devaneios de uma mente ansiosa, talvez seja a leitura de olhos perplexos com a realidade sem maquiagem, não sei... mas é certo que muitos estão pouco ligando para isso, quem se importa?! A Copa vem aí, e parece que o "negócio" é torcer junto com o "Fudeco" e ver no que dá, afinal "brasileiros não desistem nunca", nem mesmo depois da "ressaca" desse feriado prolongado que acabou ontem.




\o/ 

13:39, vigésimo segundo dia do quarto mês de 2.014. 



sexta-feira, 14 de março de 2014

Ainda sobre o tempo...

Há um ano estava devastada com certas situações e, francamente, não tinha um momento em que não desejava cerrar os olhos. As coisas não tinham sentido, não tinham gosto nem cheiro. E o pensamento era "Pra quê continuar?"
Não sei como as pessoas lidam com a morte, não sei como lidam com as perdas, sejam materiais ou imateriais. O fato é que até hoje não sei como lidar. Aceitar?! Bem, aceitar não aceito! E talvez com essa postura eu esteja perdendo algo além do que já foi perdido... não tenho certeza. 

A incapacidade, a inércia, diante daquela situação trágica, ainda martela todos os dias. E por mais que pessoas digam o contrário, não concordo. 

Faz mais de um ano, um ano e 29 dias. E apesar do tempo, aqueles momentos, aquele dia, aquele jeito de segurar o prato no colo, aquela tarde, aquele olhar, a expressão ao sair da cama, o questionamento sobre eu estar bem, um breve devaneio, apesar do tempo, ainda estão vivos na memória como se tivessem acabado de acontecer. 

Assisti a filme uma vez que tinha uma fala assim "Hoje é um belo dia para morrer..." (tragicamente poético), mas aquele dia não era um "belo dia" para morrer... essa visão é estapafúrdia. O dia estava quente, o céu azul, carregado de nuvens brancas densas, não ventava, no ar pairava um cheiro adocicado, sim, um cheiro doce (estranho isso?! Sim! Eu também acho estranho!)... e então foi como se tudo parasse. A morte parece ser isso, tudo para. E tudo é silêncio, e aquela sensação de estar sem chão é nítida. E a paralisia mental e motora, o calor que se esvai, os olhos imóveis, cerrados, frios... e a culpa abraça com tanta força que falta ar... 

12:50, décimo quarto dia do terceiro mês de 2.014

terça-feira, 11 de março de 2014

Devaneios sobre o tempo...

Mais uma vez, depois de tanta ausência, cá estou. 

Dizem que o tempo resolve tudo, tenho escutado isso desde os idos do século XIX... não creio que seja bem assim, não é o tempo que resolve as coisas, somos nós. O tempo (ôôh sujeitinho relativo, francamente!) é só uma medida... e à medida que vai passando, esgotando, de maneira lenta ou absurdamente rápida, adquirimos experiências - querendo ou não - e estas nos conduzem às resoluções. 

Ok! É fato que se não fosse pelo tempo não teríamos experiências, e consequentemente não teríamos como solucionar nossos problemas e/ou pseudoproblemas. Mas o tempo não resolve tudo, pelo contrário, o tenho percebido como um carrasco! "Ah! Ana, mas você está sendo radical!" Estou?! Será?! 
O tempo envelhece, o tempo atrofia, e, dependendo da ferida, não cura. E se cicatriza, nesta cicatriz fica a lembrança do que aconteceu, a marca para lembrar o que era, o que foi, o que deixou de ser. Há a escolha de se habituar com tal situação, de aceitar, de ignorar, de revoltar... há quem se conforma, há quem aceita, há quem ignora, há quem se revolta... enfim, há um tempo que apodrece. Francamente! O tempo tem passado e não consigo aceitar certos acontecimentos; o tempo tem passado e necessito disfarçar certa revolta. 

Contudo, há no tempo uma parcela de coisas boas, e essas são o que nos ajuda a respirar melhor e a não desistir. Essas coisas boas transformam-se em saudade, em risos do nada (gosto disso, rir do nada!), e até em lágrimas indesejadas no meio de uma conversa. Outra coisa boa do tempo é que ele pode ser registrado de algumas formas - positivas, digamos assim - seja em fotografias, seja em poesias, através da arte em si. Isso é bom, e eu gosto dessa opção, embora já o tenha registrado de uma maneira não muito agradável. 

Enfim... Francamente! É notável que ficar um tempo sem escrever causa um certo incômodo... os pensamentos ficam confusos. Escrever é difícil, ainda mais quando se tenta traduzir alguns devaneios incompletos... 


10:45, décimo primeiro dia do terceiro mês de 2014