sábado, 15 de junho de 2013

Qual o valor da Marmita?

Muitas vezes precisamos nos adaptar. Penso que a maior parte do tempo das nossas vidas e (com acento agudo, putz! Ooohhh teclado que me irrita!)... retomando... penso que a maior parte do tempo das nossas vidas e designada para adaptacoes... [uma vez escrevi um texto sobre o camaleao, encontrando o texto publico aqui!]. Essas adaptacoes muitas vezes nao agradam as pessoas que estao por perto, e elas comecam a nos julgar, a dar palpites errados / equivocados, sem nem ao menos se inteirar do porque da bendita adaptacao. E ai, ou nos irritamos e reagimos, ou nos irritamos e "guardamos" essa interferencia em algum lugar e deixamos "la" em banho-maria, ou - simplesmente - nos adaptamos outra vez. De uma forma ou de outra, vai "dar merda" - para um dos envolvidos. 

Essa adaptacao, geralmente, alias, todas as vezes tem um custo, um valor que agrega ou desagrega, depende do ponto de vista! Em algumas situacoes o ponto de vista nao e muito bom! Enfim... nao tenho muito tempo para "filosofar" sobre o assunto no momento, e apenas um comentario para expressar de maneira suave e educada minha indignacao, alias, irritacao mesmo!, com um fato que aconteceu comigo e que, infelizmente, acabou envolvendo outras pessoas proximas a mim. [Lembrei de uma reportagem sobre qual era o significado das coisas para as criancas, para uma delas - uma menininha que nao sei a idade, talvez no maximo uns sete anos - "Paz e quando ninguem me irrita!"... (risos)... por essa acho que nem Socrates - o filosofo das interrogacoes - esperaria!] ... pois bem, partindo desse significado, nao estou em paz, tem algumas pessoas me irritando e muito! 

Qual e o valor de uma satisfacao? Por que nossa vida e medida por valores? ["Puta merda!", cheguei num ponto tenso... eu queria falar de valor num sentido mais amplo, mas nao dara tempo]

- Eu posso / e aceitavel gastar 4X com cuidados para saude (leia-se terapia, medico, remedios), mas nao posso / nao e aceitavel gastar 1X com algo que me proporcione bem estar (leia-se qualquer coisa que lhe proporcione bem estar ou que ajude alguem a sentir bem)?!?

- Eu posso ser considerada apta, responsavel, para cuidar quando precisam que eu cuide de alguem e / ou alguma coisa, mas quando eu preciso de cuidados sou considerada irresponsavel, inconsequente, vagabunda, sem vergonha e o "escambal a quatro"??

- So tenho valor se eu levar uma vida "quadradinha" dentro dos moldes "exigidos" / considerados "normais" pela / para a sociedade (leia-se, se eu levanto cedo, vou ao trabalho, de la para uma faculdade, e volto para casa outra vez, "cumpridora" de regras, horarios, que satisfazem algumas pessoas)??

- Se eu nao estiver em condicoes fisicas e/ou psicologicas para desempenhar "papeis" dentro dos moldes sociais ditos "normais para uma pessoa adulta" terei menos ou nenhum valor?? 

Francamente! FRANCAMENTE!!! Em certos momentos sinto asco por viver em sociedade, e que fique muito bem claro que esse asco vem depois de eu me torturar / questionar bastante para me adaptar a hipocrisia "social-familiar" em que todos nos estamos inseridos... eis a dadiva da adaptacao!!! Seria bom se eu fosse um camaleao, mas no momento nao me sinto com mais valor do que os milhoes de acaros que me cercam. O tempo esta acabando... e fato que voltarei a este e darei continuidade ao texto, escreverei com mais clareza, voltarei quando estiver em paz, ou melhor, quando ninguem estiver me irritando!

11:30, decimo quinto dia do sexto mes de 2013.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Na Marmita tambem tem dor...


Precisa aliviar a dor de algum modo, uma dor que nao tem como descrever. Pensando bem ... quem e que consegue descrever a dor que sente com precisao ne?! ... entao, de repente, quando percebe ja esta num "submundo", no qual voce pensa estar no controle, pensa que pode comecar e parar quando quiser... fato! Pode parar e comecar quando quiser, mas ate ter o absoluto controle algumas cicatrizes vao ficando pelo caminho... e a dor que pensa que esta aliviando, bem, ela so esta comecando, e um alivio temporario, um alivio imediato... que traz um sentimento de culpa maior do que o que estava sentindo antes e entao repete o processo como forma de amenizar a culpa... e mais cicatrizes... entao chega um dia em que aquele metodo nao e mais suficiente...  precisa de algo mais forte... e procura por outro metodo... e isso assusta... ate onde pode ir? Qual o limite? ... alguns meses naquilo e esse "novo" metodo passa a nao ser tao mais eficiente... e preciso ter mais... e como se o "punir-se" daquele modo nao e o suficiente e precisa ir em busca de outro... e entao encontra... marcas, manchas, cicatrizes, uma, duas, tres, varias...

E vem a pergunta: "ate quando isso? Quando vai parar?" Nao! Nao tem a resposta... talvez quando souber lidar de outro modo com a dor, com a raiva, com a culpa, e enquanto nao consegue parar o jeito e ir escondendo e encontrando desculpas esfarrapadas para "justificar" os "acidentes" domesticos...

Alem das cicatrizes, a automutilacao tambem faz com que se evite relacionamentos mais intimos, sente vergonha de si e de outra pessoa... por mais que queira, nao consegue justificar tal atitude... as vezes ajuda a respirar melhor, as vezes faz voltar para a realidade... ok! ... "voltar para a realidade"... e quando volta para a realidade percebe que perdeu o controle... e entao e necessario ir ao hospital... nao era essa a intencao, a intencao era apenas punir-se por algo, por alguma atitude... Sim... e contraditorio querer aliviar a dor sentindo dor... mas por um tempo isso e possivel... o que complica sao as consequencias, cicatrizes, pensamentos, vontades, mudar o metodo... 

As palavras acima foram escritas ha um tempo, num momento ruim, numa crise... ha outra crise agora, a vontade de recorrer ao "metodo" mais recente e tentadora. Reler essas palavras, compartilha-las, acho que e um modo de tentar ficar no controle, tentar ficar no controle de uma forma menos agressiva. 

Admiro, e muito, pessoas que conseguem lidar com as mais diversas situacoes de uma maneira digna, limpa, sem autopunicoes. Admiro as pessoas que nao desanimam diante das adversidades mais severas; minha admiracao se estende para aquelas pessoas que nao titubeiam diante dos fracassos que as atropelam pelo caminho. Cruzamos com essas pessoas o tempo todo, mas nao as identificamos. E sabe por que nao as identificamos? Por que as cicatrizes delas estao bem guardadas, estao guardadas la no fundo da mente, como um trofeu. Essas cicatrizes estao la, porque querendo ou nao, muitas adversidades, muitas crises, deixam cicatrizes. Algumas pessoas tem a dadiva de ve-las como uma forma de superacao, de amadurecimento e crescimento. 

Belezas naturais sao reflexos de crises e do tempo que deixam cicatrizes, e estas se transformam em verdadeiras obras de arte naturais e "espontaneas". Na geologia, uma sequencia de crises, aliadas ao tempo, geram paisagens magnificas - o Himalaia, a Cordilheira dos Andes, a Ilha de Galapagos, entre outras. Para nos, meros mortais, uma sequencia de crises abrem duas possibilidades: o fracasso ou o sucesso com muitas cicatrizes expostas ou nao. 

18:53, decimo segundo dia do sexto mes de 2013.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Abrindo a tampa...

Na Marmita de hoje*:
- agua
- 01 caneca de leite com cafe
- meia duzia de bolachas "rosquinhas mabel"
- 01 pao frances com requeijao
- 75mg de pamelor
- mais agua 
- 01 fatia de bolo
- outra caneca de leite com cafe 
- mais 75mg de pamelor
- muitos pensamentos


Incrivel como o tempo pode ser lento ou rapido! A falta de tempo, a lentidao do tempo. O tempo e relativo, mas a medida do tempo nao muda, fragmentado em segundos, minutos, horas, dias, semanas, meses, anos, decadas, seculos, milenios, eras... e o tempo continua passando, as vezes com um pouco de ironia, as vezes soberbo, as vezes timido, as vezes despercebido, as vezes ignorado, e todas as vezes passa invisivel! O tempo e relativo e invisivel! Como dar forma ao tempo? A forma do tempo so aparece atraves dos tempos... essa forma do tempo deixa marcas... 

Sinto meu tempo escorregando por entre meus dedos, nao consigo segura-lo. Mas a questao nao e "segura-lo" como se segura um objeto qualquer. Quando digo que escapa por entre meus dedos, digo que nao sei como aproveitar o tempo que resta na minha vida. Nao soube usar o tempo que tive no passado, nao sei como caminhar no tempo. Meu relogio esta parado, parece ter quebrado, o que sinto ter e apenas um cronometro que marca o tempo, mas nao diz quanto tempo ainda tenho. Lembrei de uma musica "do" Pink Floyd.... Time ... "... You fritter and waste the hours in an off hand way..." quanto tempo nos resta? Quanto tempo eu ainda tenho? Quanto tempo voce ainda tem? 
 Alem de Time, ainda lembrei de Sobre o Tempo "do" Pato Fu... "tempo, tempo, tempo mano velho... tempo amigo seja legal, conto contigo pela madrugada, so me derrube no final..."







*Francamente! A falta de caracteres neste post nao se refere a falta de atencao ou qualquer outra "desculpa esfarrapada". Acredite! O fato de eu nao dominar o teclado que estou utilizando me irrita, mas de acordo com o velho ditado "para bom entendedor meia palavra basta", logo a ausencia de acentos e cedilhas nao interferirao na leitura do texto. Bem, assim espero! 


22:26, decimo primeiro dia do sexto mes de 2013.