Há algumas semanas fiz o favor de
publicar em uma determinada rede social o endereço desta Marmita. Tem um lado bom e um
lado ruim... (claro! Estou tentando manter o otimismo! Mas isso não vem ao caso
agora...) O lado ruim é que no momento estou, digamos que, impossibilitada de
postar com certa frequência, para não dizer postar diariamente. Isso dá uma
sensação de descaso para com meus leitores, mas não é descaso. Em breve darei
um jeito nesta situação.
Pois bem! Tive a ideia de publicar
mais de um texto num dia só, se eu conseguir escrevê-los, né?! Para isso tenho
papel e caneta, posso juntar as ideias e depois transcrevê-las para o blog.
Assim não fico tão em débito, e nem os leitores ficam tão “frustrados” por
encontrarem a Marmita vazia.
Sobre o que escrever neste
texto?! Francamente, não sei!
Ok! Farei como o Jack, irei por
partes! Hoje é segunda-feira, vigésimo segundo dia do nono mês de 2014. São
quase onze da noite, no momento ouço Luciano Ligabue e a música é Certe notti! Mas
daqui a pouco mudarei, não é uma boa trilha sonora para escrever neste momento.
O céu está levemente estrelado, há um vento manso, soprando um frescor frio,
contudo é o prenúncio de que amanhã, terça-feira, será um dia quente. A música embora seja bonita não está ajudando,
talvez seja o volume, está mais alto do que meus pensamentos! Mudei para Tom
Petty e baixei um pouco o volume. Playlist em modo aleatório... vou ao que
importa agora. Olho ao redor e vejo que
tenho muitas pautas para escrever... o phoda é organizar essas pautas.
Hoje, mais cedo, enquanto lavava
roupa pensei sobre minha escrita, sobre o que publicar e então pensei: Por que
não?! Por que não falar da minha terapia em grupo. É que ontem, no meio de uma
conversa foi sugerido que eu voltasse à terapia (individual). Então fiquei meio
encucada com isso. Já fiz terapia, individual e em grupo, ambas são
interessantes, mas não me pergunte quais eram as vertentes... eu não sei! “Como
não sabe?” Sim! Eu não sei! Simples assim! Aliás, uma até que eu sei que é a
Análise Transacional – não! Não é a análise de uma transa sensacional, não tem
nada de sexy! Ok! Parei! E voltando às vertentes terapêuticas – não ligo muito
em rótulos, eu vou mais é pela cara do (a) psicólogo (a). Geralmente, tive
empatia por todos eles e aprendi um “cadim” de coisas, mas não foram tantos
assim, apesar de que se for contar é um número maior do que de ex-namorados!
Francamente! Sim! Sou sórdida!
Mas por que estou falando disso?!
Ah sim! Então! Terapia em grupo é interessante. Tem cada história, cada
surpresa, surpreende-se até consigo. As vezes eu ficava com vergonha de algumas
coisas que eu falava, outras eu ria descompassadamente ouvindo histórias alheias. Eu sei! Não é engraçado
isso! Não eram histórias engraçadas, mas tenho esse pequeno probleminha de rir
de desgraça alheia ou minha mesmo. É que minha imaginação é meio phoda, vai
além do necessário, e eu ficava imaginando cenas, diálogos, para a situação e
acabava por não me conter... Sério! Sou do tipo que ri em velório e que acha
que há certas vantagens nas desgraças! Exemplo: se eu sou careca, não preciso
gastar dinheiro com shampoo, condicionador, creme para pentear, creme antifrizz
(aquele que “diz” que não deixa o cabelo ficar espetado! Pff... talvez eu ainda
não tenha encontrado o certo, porque só usando o pote inteiro, mas enfim...
aqueles fios rebeldes não dão trégua!); se sou careca não preciso me preocupar
com o corte, se ficou bom ou não, simplesmente não vou gastar dinheiro, não
terei caspas e não correrei o risco de ter a cabeça infestada por piolhos! Justo?!
Sim! Não sei porque as pessoas tem pavor de ficarem carecas... Se cabelo
ajudasse na auto estima a minha era lá na estratosfera! Mas enfim... deixa
quieto! O que seriam dos donos de salões? Das fábricas de shampoos, cremes, e
demais produtos capilares? Das atrizes que alugam suas madeixas para uma propaganda
(meramente ilusória) de alguns segundos de um cabelo impecavelmente bonito?
Sim, apesar do trabalho que dá, os cabelos movimentam a economia!
Voltando à terapia em grupo, meio
que adotei essa tática para meus dias. Ao conversar com as pessoas, me sinto
naquela sala cheia de almofadas grandes e coloridas; com aquele tapete grande
com desenhos geometricamente estranhos, e aqueles quadrinhos, cuidadosamente,
colocados numa parede branca sugerindo uma janela de fuga. E eu percebo que
algumas coisas são parecidas comigo. A discussão que eu ouço do outro lado da
linha; o dia cansativo; o trabalho maçante em alguns momentos; a decepção
amorosa; a perda e saudade de alguém muito importante; a raiva por não alcançar
um determinado objetivo; a vontade de não fazer nada; o gosto cinematográfico;
o sono que é muito e as horas bem dormidas que são poucas; o dinheiro que não
dá para todo o mês; aquela viagem que parece tão distante da realidade; a
vontade de viver e o desejo de morrer; a gana de mandar tudo para o espaço,
ligar o phoda-se! E no meio disso tudo, há um caos reinante, inexplicável, que
dá forma ao que chamamos vida. Há alguém para lhe criticar, há alguém para lhe
dar as costas, há alguém para duvidar da sua capacidade, há alguém para pisar
nos seus dedos que estão agarrados à beira do precipício e esforçando ao máximo
para não cair... mas também, porém, contudo, todavia, entretanto, há alguém
para ouvir, há alguém para abraçar, há alguém para compartilhar, há alguém para
se sentir à vontade, há alguém para rir ou chorar comigo, contigo, conosco.
Pois é! A vida é isso, uma grande sala de terapia em grupo e nem ao menos nos
damos conta disso. É necessário conviver com as diferenças, aceitar / entender
/ compreender que nem sempre o que é diferente é defeito, nem sempre o que é
igual é qualidade.
21:30, vigésimo oitavo dia do nono mês de 2014