quinta-feira, 9 de julho de 2015

Marmita Quente!!!


Pouco tenho lido... então, escrever não será fácil. Só que ainda ouço e vejo. Não tanto quanto deveria, mas estas duas funções vitais ainda funcionam. Sendo assim penso ser possível redigir algumas linhas desafiando minha postura passiva diante de alguns fatos...

Nesta mesma época, há (dois) anos [passados], o Brasil parava em determinada hora do dia – e da noite - para manifestações patrioticamente legítimas (dentro da defesa dos direitos de alguns cidadãos zeladores da moral e dos bons costumes!).  

E nas costas o peso verde-amarelo de uma bandeira (que todas as vezes me fazia errar a medida dos traços, mesmo tomando cuidado para o amarelo representante das nossas riquezas não invadir o verde das matas extensas). No rosto cores idênticas as carregadas nas costas, no peito, no coração, nas bocas, nos olhos, nos ouvidos, pés e mãos, para quem quisesse ler, ver e ouvir!

Emocionei! Admito! Emocionei sim com algumas imagens, com milhares de pessoas cantando, ao mesmo tempo, nosso belo hino nacional! Como não se emocionar?? E então muito de nós pensamos: Agora vai! "Avante Brasil! Mais de 90 milhões em ação!" ... 
[Posso rir?!]

Hoje, ao ir a um mercado perto do meu trabalho, atravessei a rua sem ir até a faixa de pedestres que fica poucos metros acima de onde eu estava. Olhei para a rua e não tinha nenhum carro. Estavam parados no semáforo lá embaixo. Atravessei a rua e lembrei de uma amiga de longa data: “A Ana é tão caxias que só atravessa a rua na faixa de pedestre!” Eu era assim mesmo! Hoje fiquei ligeiramente sem vergonha! Quando estou por conta – na maioria das vezes! Sim, na maioria das vezes! Caminho os metros acima e atravesso na faixa. Espero o sinal ficar verde para eu passar, contorno o prédio público e chego onde quero.  

E pós essa lembrança da Lê, veio o soco no estômago e uma risada! Eis a pauta para o blog! Qual é o tema da vez? Qual é a palavra da moda? Como diriam alguns mais letrados do que eu: o que está em voga? (tem umas palavras engraçadas, né?... outras feias, outras estranhas, mas enfim, pode ser pauta de outro texto!)... Vamos lá! Dicas:
- “sensação que a luz provoca no órgão de visão humana, e que depende, primordialmente, do comprimento de onda das radiações.”;
- “via pública de circulação urbana, total ou parcialmente ladeada de casas”;
- tem no pato, no pé, na pizza, no poço de petróleo e na Petrobrás também tem;
- é designada por um verbo;
- Ou, franca e simplesmente, o “ato de induzir a realizar ato(s) contrário(s) ao dever, à ética.”

Então, já sabe?! [Até a gata dorminhoca aqui de casa sabe essa!]

A culpa não é de quem votou na “atchilma”! A culpa é nossa! A culpa é nossa que corrompemos direta ou indireta, dia e noite, faça sol, chuva, ou frio! (Falando em frio! Que frio gostoso que está fazendo!!!!, mais de duas da manhã e meus pés geladinhos enquanto escrevo!) tsc... voltando ao texto...

Ouço quase que “direto e reto”, há mais de três meses, que estamos em crise! É! É a crise! “é a crise!” “A culpa é da ‘atchilma’!” e então vejo adesivos: “a culpa não é minha, eu votei no ‘Alécio’!”... “ÔÔh amiguiinhooo! Amiguiinhaaa!” Sem querer estragar sua ilusão mas já estragando! Lamento, mas a culpa é sua sim! A culpa também é minha! A culpa é nossa, “fiótindicruzcredo”!!!

Vem! Segura minha mão e vamos! Deixa eu te contar! Sabe por que a culpa é nossa? Quem é que para em frente a uma garagem, (MESMO QUANDO TEM A INFORMAÇÃO EM LETRAS ENORMES E AMARELAS FORMANDO A PALAVRA GARAGEM) e ainda tem coragem de perguntar: “pode parar aqui que não sai carro né?!” (cara de pau em extinção, desmatamento em alta!)

Quem é que joga lixo no chão, mesmo com uma lixeira há pouco menos de 100 metros, ou para fora do carro ou da janela do ônibus? Quem é que fura fila? Quem é que quer levar vantagem em tudo? Quem é que não divide o pão ou pensa: ninguém está vendo mesmo!”. “Ah tem o outro vai fazer mesmo!” ?; Quem é que não dá seta e ainda acha ruim do outro buzinar raivosamente depois de quase bater o carro?? – e quem bate na traseira está errado! (Pode isso produção?!). “ÔH véi! Será que dá pra quebrá essa pra mim? Valeu hein, véi?!”; Quem é que diz em tom de superioridade arrogantemente estúpida (e clássica!): “você sabe com quem está falando?!”; “pro senhor tomá um café, senhor!”?? Quem é que vai pelo acostamento para fugir do engarrafamento? Quem é que come mais com os olhos do que com a barriga? Quem é que atravessa a rua fora da faixa (além desta hipócrita pessoa que redigi este)? Quem fura o sinal? Quem sonega imposto? Quem dá um jeitinho brasileiro? Quem se cala diante de uma inverdade? Quem fecha a porta, quem finge que não vê outra pessoa ser agredida seja física ou psicologicamente? Quem tem vergonha de fazer o que é certo? Quem acha que é bonito fazer errado? Quem é que não lê as regras e pede pra falar com o gerente? “A regra é clara!”, enfim... Quem é que estava gritando há dois anos no meio da rua carregando um cartaz padrão fifa? (Até a FIFA caiu né?!) Cadê? Cadê o povo que, um ano antes da tão esperada world cup 2014 e do fudequinho tatu, gritava, berrava, cantava, caminhava, carregando bandeiras e frases de efeito? Pois é! Exemplos tem “a rodo!” do quanto corrompemos, do quanto somos corrompidos, e do quanto permitimos que haja corrupção! E aí, agora vem encher a boca pra falar da corrupção!?! Vai à merda!!!!!! Memória de ervilha! Memória de lentilha!

Somos um país forjado pela corrupção, pela exploração, pela falta de educação, pela falta de conhecimento histórico, geográfico, biológico, além de conhecimento cultural! Somos analfabetos, ignorantes, cegos e surdos por medo de descobrirmos o quanto somos cúmplices da “tchilma e sua renca de seguidores”! O sociólogo foi tão bom que um “analfabeto cachaceiro” conseguiu assumir seu lugar!!! ... E agora, companheiro?! A culpa é do povo que não sabe votar? Pateticamente cômico!

A culpa é do povo que para o país para chorar a morte de um cantor após um acidente de carro, que chora uma semana de gols da Alemanha, mas que não chora a morte de pessoas em porta de hospitais ou pela ausência deles, que não chora a morte da educação pública, que não chora a fome dos esquecidos sertão adentro, que não chora o abandono e o descaso para com doentes psiquiátricos em instituições insalubres, que não chora a seca no interior do Nordeste e norte de Minas, mas chora a seca do volume morto do Sudeste! A culpa é do povo que vai pra rua para lutar contra o aumento abusivo da passagem do transporte coletivo e alcançado o objetivo volta para sua vidinha confortável de “feicibuqui e insta” – reschtegue “a vida segue”, reschtegue “não me importo com você”. A culpa é nossa por calar o não e dizer o sim só para não desagradar “excelências” ou para fazer “média” com meia dúzia de formadores de opinião!

A culpa é nossa! “A gente não sabemos escolher presidente, a gente nem sabemos escovar os dente!”

Na Argentina tem panelaço! E eu na minha mediocridade vou começar pela Marmita, porque “o gigante acordou, deu aquela espreguiçadinha básica, apertou o botão soneca e voltou a dormir outra vez, só mais cinco minutinhos!”

Observação: desculpe-me pelos erros gramaticais e verbais! Mas nem dará tempo para revisar mais um dos devaneios da Ana na Marmita! Ah! Se a Vigilância passar por aqui, phudeu!

03:39, nono dia do sétimo mês de 2015.



domingo, 12 de abril de 2015

Nuvens de Domingo

*Nota final: o texto está grande! Não quis dividi-lo! Só para evitar reclamações de que não foram avisados!

Manhã de domingo, o céu está bem azul... um azul quase “Windows”, há nuvens espaçadas, e outras densas – elas tem nomes, não são indigentes! Acontece que eu detestava as aulas de climatologia – talvez pela didática do professor, ou pela minha deficiente capacidade de compreensão da disciplina... “Ah! Mas nome de nuvens aprendemos na quinta série!!” (para quem estudou antes da década passada e desta agora! E você sabe que agora mudou o “nome” das fases escolares, né?! Enfim, até hoje não compreendi a lógica disso! Preciso estudar mais! Fato!) Então, todo mundo aprende os nomes das nuvens ainda nos primeiros anos escolares, e, lógico que consequentemente, com todas as pessoas (com) quem converso sobre nuvens passo vergonha! Já procurei na memória a lembrança dessa aula, todavia só lembro da professora de História da 6ª e 7ª série que parecia a Mafalda! Gente! Eu não lembro e não sei! E não sou obrigada a saber!

Ano passado, enquanto lia um livro, descobri que há tipo um quadrinho (desses didáticos para crianças) que tem os desenhos e os nomes das nuvens! Caros leitores, atentem-se para o fato de que acabo de deixar nas linhas anteriores uma sugestão de presente para esta pessoa assaz ignorante no quesito nuvens! É o “cumulus” do absurdo né?! Eu sei!

Momento devaneio: eu queria morar numa Cumulus quando era criança ou num iglu! Criança é phoda! Quem disse que eu não sonhava alto hein?! Vê se pode, morando no interior de “Mingerais” e desejando morar numa nuvem ou num iglu?! Capaz hein?! (Risos)...

... (pausa para pesquisa rapidinha no Sr. Google)...  

Pessoas leitoras, as nuvens espaçadas são as Cirrus! Para mim, são as nuvens de domingo! Elas deixam o céu bonito!

Por que “cargas d’água” escrevo sobre nuvens nesta manhã? Porque acordei “cedim” com a intenção de ir direto ao trabalho; contudo, depois do banho, caminhei até à padaria, tomei café da manhã (eu sem café da manhã não sou ninguém!); e quando o táxi chegou pedi (ao taxista) que me levasse até à minha avó. Ele já sabe o caminho, só confirmou se era certeza de que eu queria ir, porque todas as vezes que vou saio arrasada, e, francamente, cá entre nós, talvez seja uma das piores “corridas” que ele faz! Ver uma passageira em prantos deve ser bem incômodo. As vezes tomo consciência de coisas bem depois que elas acontecem, me falta inteligência emocional para lidar com e perceber certas situações. E depois do vexame feito só resta tomar consciência mesmo e evitar a repetição!!! Fechando o parêntese e voltando ao aglomerado de partículas de água ou gelo suspensas no ar, neste percurso todo, comecei a ponderar algumas coisas. 

Já reparou que as nuvens “caminham”? – um projeto de geógrafa falando que nuvens caminham??? (risos)... então, o texto é meu né?! Como são aglomerados suspensos, eles se deslocam no ar, mudam a forma, se dissipam ou se tornam mais aglomerados, e eu dando essa volta toda de quase 23 laudas (!!!) para dizer que minha vida tem sido como nuvens. Convenhamos, talvez a de muitas pessoas seja assim também! Hora de um jeito, hora de outro, formas e tamanhos diferentes, faz parte! Minha vida profissional que o diga! Estou numa fase de surpreendentes descobertas e aprendizado! E todos os dias uma coisa, mesmo que mínima, faz a diferença e me surpreende.  

Hoje, quando estava saindo do cemitério, veio um misto de raiva, de tristeza, de contentamento estranhamente confortável. Eu queria chorar e não conseguia, esse misto parou na minha garganta, parecia que estava fora de mim, muitas lembranças misturadas dentro da minha cabeça! E eis que surgiu a interrogação: “Por que isso tudo?” e ela persiste até agora. Ainda não sei a resposta, uma porque ainda estou com isso parado na garganta, outra porque não consigo raciocinar a respeito no momento. Então, agora pego tudo isso e coloco dentro daquele iglu que eu queria morar e coloco fogo! Parece justo?! Sim! É justo, muito justo! Uma hora isso sai da garganta, de uma forma ou de outra.

Nessa semana que acabou ontem, recebi desagradáveis notícias referente a 03 acidentes envolvendo pessoas que conheço, 02 estão internadas e já passaram por algumas cirurgias e é provável que passarão por outras. E, hoje, quando eu estava lá com minha avó, pensava sobre como tudo é rapidamente inesperado, e o quanto tenho negligenciado o meu tempo, o quanto não aproveito a presença das pessoas que gosto, o quanto não tenho expressado minha satisfação por estar junto a alguém. Ouço que estou trabalhando demais. O que acontece é que estou aproveitando mal o meu tempo e quando percebo ele já se dissipou. Há semanas que quero escrever e não “me permito” escrever porque acho que vai tomar tempo... e na verdade, gasto um tempinho mesmo (já tem quase 01 hora que comecei a escrever este!).

Coincidência ou não (se é que existem coincidências), olha como as coisas são, visita, nuvens, mudanças, e um texto com uma imagem! O que isso tem em comum? No percurso de sair de casa até estar aqui redigindo este texto, uma coisa foi levando à outra. As reflexões no caminho e quando vou dar uma olhada num site que visito cotidianamente, eis que me deparo com Dinheiro e felicidade: por que investir em experiências e não em coisas” e a imagem que segue é a de uma pessoa no ar, literalmente! Automaticamente, lembrei dos saltos de paraquedas que quero fazer ainda neste ano! 

“Ana, fala logo o que quer dizer!” 

Meus caros, a vida não vai parar, quer queira ou não! Porém, assim como nuvens ela não deixará de existir, apenas se transforma(rá)! Então é hora de aproveitar o tempo com coisas úteis, reprogramar o cérebro, colocar as lembranças ruins dentro do iglu e colocar fogo! E agir e reagir! “Nóh! Então você acabou de descobrir o mundo, fanfarrona?!”; “escreveu toda essa ladainha para dizer o que todo mundo está careca de saber?!” ... então! Muita gente sabe disso! Muita gente age assim! Aproveitando o máximo da vida, dos momentos, da presença de pessoas queridas, muita gente mesmo! Contudo, há outras que ficam em cima do muro, olhando para as coisas que lhe fizeram mal, mas com vontade de pular para outro lado que não conhecem. Tem vontade de passar a vivenciar novos momentos, novas experiências, mas pensam que não conseguem descer do muro, francamente, são bem medrosinhas!

Então, se você ainda continua a ler esta “ladainha”, eu não descobri o mundo e nem sou careca ainda, mas, porém, contudo, todavia, entretanto, escrevo como forma de auxiliar, visualizar melhor minhas reflexões acerca de alguns problemas e/ou situações. Escrevo como forma de libertar-me de fantasmas que só tem feito com que eu sabote coisas boas, escrevo como forma de encontrar uma escada para descer do muro e ficar no lado desconhecido, com os pés no chão, e um pouco distante das nuvens! Escrevo toda essa ladainha para sorrir enquanto digito e ouço uma seleção de músicas interpretadas pelo Emmerson Nogueira. Escrevo para ter a experiência de escrever! Escrevo para ter a experiência de ler o que escrevo! E se eu gostar ou não, experienciei! (Putz! Conjuguei certo?). Algumas pessoas que conheço, se lerem este texto dirá que estou muito crítica em relação ao meu ser! Mas se não formos críticos como serão nossas experiências? Como avalia-las? Usei muito a palavra “não”, para quem avalia isso o uso constante desta palavra “despositiva” é sinal de negativismo! (risos) Vejo de outra forma! De forma realista e otimista! Neste momento, sinto-me bem!

Referências:
- Dinheiro e felicidade: por que investir em experiências e não em coisas. Redação, www.administradores.com, 10 de abril de 2015 – Disponível em: http://www.administradores.com.br/noticias/economia-e-financas/dinheiro-e-felicidade-por-que-investir-em-experiencias-e-nao-em-coisas/100116/ acesso em 12/04/2015

- As Nuvens. Disponível em: http://geofisica.fc.ul.pt/informacoes/curiosidades/nuvens.htm acesso em 12/04/2015

- O lado bom da vida. Matthew Quick – (o livro está lá em casa, então a referência ficará de modo informal, e outra, eu nem lembro as formas corretas da ABNT!)

- Google. Disponível em: www.google.com.br acesso em 12/04/2015

- Playlist Emmerson Nogueira

(Parêntese que não coube ali em cima, aliás caberia, mas ficaria estranho! Eu tenho medo de subir em escada! Se para subir é complicado, para descer é mais ainda! Aí é que está! É urgente começar a me desafiar! Alguém tem uma escada aí?!)

*Agradeço a paciência e leitura, se chegou até aqui!

12:08, décimo segundo dia do quarto mês de 2015.


sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

1302

Dois anos hoje... dois anos e praticamente duas horas e mais cinco minutos... 

- Dona Maria, está dormindo?
- (um assobio baixo)... Tô aqui, dormindo nada, tô mexendo aqui numas coisas... 

... desde o último dia do ano passado, a primeira vez que fui até o lugar em que colocaram você, todas as vezes eu quero falar, e falar, e falar, e falar, e falar mais um pouco, só que não sai nada... hoje, nem chorar eu consegui, quero contar tantas coisas, quero perguntar tantas coisas, quero ouvir suas histórias - aquelas que você me contava mais de uma vez... e todas as vezes eu tinha algo diferente para perguntar...quero ouvir você, quero abraçar, abraçar forte... mexer no seu cabelo, lembra? Você gostava quando eu fazia isso... sentir seu cheiro... mas eu não posso, né?! Eu não posso mais... sabe, sinto muita raiva de mim, você também deve sentir raiva de mim e eu te dou toda a razão e mais um pouco por isso... 

Aonde quer que você esteja... eu não sei se está em algum lugar ou se são apenas seus ossos que estão lá... não sei, francamente, no que acreditar ou o que imaginar... mas é fato que aqui, ou lá na sua casa, você não está...o que eu faço? O que eu faço? Ninguém aguenta mais ouvir minha história, e todas as vezes que quero falar, não consigo... 

Procuro seu sorriso na minha memória... e só me vem os seus olhos cerrados... procuro seu cheiro na minha memória e só vem um cheiro doce no ar, aquele cheiro doce daquele dia... será que estou esquecendo de você? Não! Eu não quero esquecer de você! Sinto saudade, e lembro de todas as vezes que eu não fui passar o final de semana contigo... sabe, eu quero continuar escrevendo, mas lembrei que tenho um compromisso daqui a alguns minutos... queria aquele café doce que só você sabia fazer, e aí enquanto você o fazia eu poderia ficar com minhas mãos sobre a mesa balançando o copo de água, e eu ficaria contando como foi o meu dia... eu ía te contar também do meu irmão, ainda continua molecão daquele jeito, mas tem me apoiado muito... eu estive com minha mãe hoje, almoçamos juntas... fiquei mais em silêncio, depois dormi no sofá como fazia lá na sua casa - a diferença é que na casa da minha mãe não tem um quintal cheio de pássaros cantarolantes... eu queria falar sobre você, mas acho que eles... ela e o restante da família não querem falar sobre você, isso dói... é estranho! Ou talvez seja minha falta de coragem... é... talvez seja minha falta de coragem mesmo... tenho que ir agora pois comecei a chorar, isso não é bom... sinto saudade... muita saudade... Vó, um abraço bem forte e um cafuné nos seus cabelos lindamente grisalhos... aonde quer que esteja... espero que esteja bem e em paz! 

18:25, décimo terceiro dia do segundo mês de 2015


quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Quando separar as Marmitas é necessário

... seguindo com o texto anterior... 

Separações são inevitáveis; sejam biológicas, geográficas, sociais, profissionais e / ou emocionais. Acontecem de forma natural - praticamente imperceptível a curto e médio prazo, inconsciente, sem permissão, sem intenção, ou geralmente com muita pressa e estupidez... Outras separações são resultados de desgastes, muitas vezes também de estupidez, da falta de diálogo, de gostos e desgostos... entre outras situações que não vem ao caso agora. 

Acontece que muitas dessas separações, quando acontecem, tornam-se muito doloridas, e então as reações são as mais diversas, e penso que a pior delas é a não aceitação [benditas regras ortográficas!!! Não lembro a regra agora!] ... a não aceitação traz desconforto para uma das partes, ou para ambas, dependendo da situação. Contudo chega uma hora em que não dá mais... alguém disse ou cantou em algum lugar que quando alguém quer partir que deixe partir ... partir em paz, sem chantagem, partir consciente de que é livre para ir... E então quem fica, fica com o luto, com a tristeza, com  raiva, com a culpa, ou até mesmo com o alívio... sim, alívio! Há quem fique aliviado (a), feliz, liberto (a) ... e é isso... separar... se parar... se par ar ... se p a r a r... s e p  a  r  a  r ... e aceitar quando não aguentar mais esperar...  

Farão dois anos no mês próximo... e eu não estou aguentando mais esperar... eu não aguento mais sentir tanta dor aqui dentro... comecei pelas coisas mais fáceis e pelas menos difíceis... há pouco rompi também com uma situação um tanto constrangedora para mim... estou bem?! Não, não estou! Agora está aquela sensação forte de incapacidade... ou de abandono... não sei... mas é hora de olhar para o outro lado e dizer tchau! enquanto o vento vai soprando lento e quente... uma vez eu disse adeus sem dizer a palavra adeus, virei as costas e saí andando sem olhar para traz depois de uma discussão... francamente?! Doeu, doeu muito... e lembrar daquele momento ainda dói. Mas foi necessário... e nós seguimos cada um para um lado... não tenho mais notícias... e hoje é aniversário dele... 

Enfim... retomando... se há mais de 4 bilhões de anos não tivesse ocorrido uma explosão que separou muita coisa; se a Pangeia não tivesse se fragmentado; se Eva não tivesse separado Adão do Paraíso (sim... estava indo tudo muito sério, eu precisava quebrar o clima... risos) ... eu não estaria aqui agora ... e lhes pouparia desta leitura assaz enfadonha... "Faltam-me adjetivos!" e demais classes gramaticais... 

E então hoje comecei o processo de separação de uns quilos em excesso. Em breve escrevo como foi o início desta nova façanha... até mais! 

23:05, vigésimo primeiro dia do primeiro mês de 2015.



domingo, 18 de janeiro de 2015

Primeira Marmita de 2015


Deveria iniciar este com aquela empolgação toda que a maioria das pessoas iniciam o ano. Só que não, não estou empolgada e tão pouco inspirada para escrever. Tenho poucos minutos para tal. Contudo, veio a necessidade de escrever... Vai entender, né?! 

Há exatos dois anos (era sexta-feira), estava numa das piores fases da minha vida - senão a pior. No momento não há como mensurar, e também não vem ao caso, mas enfim... E eu nem sequer tinha a noção do que estaria por vir quando entrei pelo portão e a vi sentada de cabeça baixa naquela cadeira, com os braços apoiados sobre as coxas. Eu conhecia aquele olhar triste, ela tentara disfarçar bem; conseguiu enganar ao filho, mas não a mim. A questionei e então a verdade saiu entre lágrimas e  o medo de ser recriminada - como todas as vezes anteriores tinha sido. E foi o início do fim... 

Sinto vontade de chorar, mas as lágrimas de hoje parece que já esgotaram. Pedi ao taxista que me levasse até ela - ele já tinha me levado lá outras duas ou três vezes desde o último dia 31. Não tive coragem para descer do carro. Fiquei olhando para o nada, e apenas falei o quão inútil era falar daquilo que começara a falar, na verdade agora não lembro a ordem dos fatos e das falas. Não gosto de chorar na frente dos outros, mas chorei, foi inevitável. Minutos antes até falei coisas nada a ver, como sobre quando fiquei um tempo sem ingerir refrigerantes, doces e sorvete e que eu tinha emagrecido. Falar sobre dieta num momento de vazio, de tristeza, seria um tanto quanto patético ou cômico - seria cômico, se eu conseguisse rir naquele momento. Eu mesma faria as piadinhas. Admito que eu queria voltar para casa e deitar e dormir e não acordar mais. Mas, porém, contudo, todavia, entretanto, tenho responsabilidades e segui o plano. 

O engraçado foi falarmos sobre separação quando chegamos ao destino final. Conversamos um pouco. Ele também passou por um momento de separação... Sei que todos passam por isso. Sei que há muitos momentos de separação, de rompimento, de ruptura, de afastamento, de perdas, mas o difícil é aceitar, é compreender... Neste momento, há um misto de egoísmo, culpa e raiva dentro de mim, minha mente está a mil. Não consigo mais escrever... 

19:58, décimo oitavo dia do primeiro mês de 2015.