domingo, 28 de setembro de 2014

Texto de domingo



algumas semanas fiz o favor de publicar em uma determinada  rede social  o endereço desta Marmita. Tem um lado bom e um lado ruim... (claro! Estou tentando manter o otimismo! Mas isso não vem ao caso agora...) O lado ruim é que no momento estou, digamos que, impossibilitada de postar com certa frequência, para não dizer postar diariamente. Isso dá uma sensação de descaso para com meus leitores, mas não é descaso. Em breve darei um jeito nesta situação.
Pois bem! Tive a ideia de publicar mais de um texto num dia só, se eu conseguir escrevê-los, né?! Para isso tenho papel e caneta, posso juntar as ideias e depois transcrevê-las para o blog. Assim não fico tão em débito, e nem os leitores ficam tão “frustrados” por encontrarem a Marmita vazia.

Sobre o que escrever neste texto?! Francamente, não sei!
Ok! Farei como o Jack, irei por partes! Hoje é segunda-feira, vigésimo segundo dia do nono mês de 2014. São quase onze da noite, no momento ouço Luciano Ligabue e a música é Certe notti! Mas daqui a pouco mudarei, não é uma boa trilha sonora para escrever neste momento. O céu está levemente estrelado, há um vento manso, soprando um frescor frio, contudo é o prenúncio de que amanhã, terça-feira, será um dia quente.  A música embora seja bonita não está ajudando, talvez seja o volume, está mais alto do que meus pensamentos! Mudei para Tom Petty e baixei um pouco o volume. Playlist em modo aleatório... vou ao que importa agora.  Olho ao redor e vejo que tenho muitas pautas para escrever... o phoda é organizar essas pautas.
Hoje, mais cedo, enquanto lavava roupa pensei sobre minha escrita, sobre o que publicar e então pensei: Por que não?! Por que não falar da minha terapia em grupo. É que ontem, no meio de uma conversa foi sugerido que eu voltasse à terapia (individual). Então fiquei meio encucada com isso. Já fiz terapia, individual e em grupo, ambas são interessantes, mas não me pergunte quais eram as vertentes... eu não sei! “Como não sabe?” Sim! Eu não sei! Simples assim! Aliás, uma até que eu sei que é a Análise Transacional – não! Não é a análise de uma transa sensacional, não tem nada de sexy! Ok! Parei! E voltando às vertentes terapêuticas – não ligo muito em rótulos, eu vou mais é pela cara do (a) psicólogo (a). Geralmente, tive empatia por todos eles e aprendi um “cadim” de coisas, mas não foram tantos assim, apesar de que se for contar é um número maior do que de ex-namorados! Francamente! Sim! Sou sórdida!
Mas por que estou falando disso?! Ah sim! Então! Terapia em grupo é interessante. Tem cada história, cada surpresa, surpreende-se até consigo. As vezes eu ficava com vergonha de algumas coisas que eu falava, outras eu ria descompassadamente ouvindo  histórias alheias. Eu sei! Não é engraçado isso! Não eram histórias engraçadas, mas tenho esse pequeno probleminha de rir de desgraça alheia ou minha mesmo. É que minha imaginação é meio phoda, vai além do necessário, e eu ficava imaginando cenas, diálogos, para a situação e acabava por não me conter... Sério! Sou do tipo que ri em velório e que acha que há certas vantagens nas desgraças! Exemplo: se eu sou careca, não preciso gastar dinheiro com shampoo, condicionador, creme para pentear, creme antifrizz (aquele que “diz” que não deixa o cabelo ficar espetado! Pff... talvez eu ainda não tenha encontrado o certo, porque só usando o pote inteiro, mas enfim... aqueles fios rebeldes não dão trégua!); se sou careca não preciso me preocupar com o corte, se ficou bom ou não, simplesmente não vou gastar dinheiro, não terei caspas e não correrei o risco de ter a cabeça infestada por piolhos! Justo?! Sim! Não sei porque as pessoas tem pavor de ficarem carecas... Se cabelo ajudasse na auto estima a minha era lá na estratosfera! Mas enfim... deixa quieto! O que seriam dos donos de salões? Das fábricas de shampoos, cremes, e demais produtos capilares? Das atrizes que alugam suas madeixas para uma propaganda (meramente ilusória) de alguns segundos de um cabelo impecavelmente bonito? Sim, apesar do trabalho que dá, os cabelos movimentam a economia!

Voltando à terapia em grupo, meio que adotei essa tática para meus dias. Ao conversar com as pessoas, me sinto naquela sala cheia de almofadas grandes e coloridas; com aquele tapete grande com desenhos geometricamente estranhos, e aqueles quadrinhos, cuidadosamente, colocados numa parede branca sugerindo uma janela de fuga. E eu percebo que algumas coisas são parecidas comigo. A discussão que eu ouço do outro lado da linha; o dia cansativo; o trabalho maçante em alguns momentos; a decepção amorosa; a perda e saudade de alguém muito importante; a raiva por não alcançar um determinado objetivo; a vontade de não fazer nada; o gosto cinematográfico; o sono que é muito e as horas bem dormidas que são poucas; o dinheiro que não dá para todo o mês; aquela viagem que parece tão distante da realidade; a vontade de viver e o desejo de morrer; a gana de mandar tudo para o espaço, ligar o phoda-se! E no meio disso tudo, há um caos reinante, inexplicável, que dá forma ao que chamamos vida. Há alguém para lhe criticar, há alguém para lhe dar as costas, há alguém para duvidar da sua capacidade, há alguém para pisar nos seus dedos que estão agarrados à beira do precipício e esforçando ao máximo para não cair... mas também, porém, contudo, todavia, entretanto, há alguém para ouvir, há alguém para abraçar, há alguém para compartilhar, há alguém para se sentir à vontade, há alguém para rir ou chorar comigo, contigo, conosco. Pois é! A vida é isso, uma grande sala de terapia em grupo e nem ao menos nos damos conta disso. É necessário conviver com as diferenças, aceitar / entender / compreender que nem sempre o que é diferente é defeito, nem sempre o que é igual é qualidade. 

21:30, vigésimo oitavo dia do nono mês de 2014

4 comentários:

  1. Muito bom!!!

    Cada passo constitui sua história de vida. Força e manda bala!!! :)

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  2. "A vida é uma grande terapia em grupo". Muito bom

    E ao mesmo tempo que nao conseguimos ser totalmente individuais,a coletividade é muito difícil pq é cada um vivendo sua vida. O individual dentro da coletividade e vice-versa.

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    1. Exato, Guêda! E o "adaptar-se" é um tanto complexo! Mas vamos nos virando né?! Cada um a seu tempo! Grata pela visita!

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