sábado, 12 de outubro de 2019

Terceiro dia - Projeto 71

Postagem de hoje com trilha sonora
1) Metallica - The Unforgiven 
[enquanto tomava banho, ouvia Pink Floyd no YouTube - aí agora está rolando uma playlist aleatória... adivinha quem apareceu nos anúncios?! Aquela moça que não podemos pronunciar o nome, como sempre, "pulei o anúncio"]

2) Metallica - Enter Sandman [opa!!! Será que o YouTube sabe que estou triste/com raiva hoje?! Gosto de ouvir Metallica quando estou com raiva! Admito, eu ri agora!! Vamos ao que interessa...]

Hoje é o terceiro dia do Projeto 71. No primeiro dia simplesmente comecei, manhã nublada, cores vivas, muitos pássaros cantando, barulho da água e do vento, ar diferente, coração quase saindo pela boca... e, claro, teve uma crítica dela. 

Segundo dia - caminhei com raiva, muito estressada. Nisso a mente já vai trabalhando insanamente. Não sei se acontece com vocês, mas comigo é assim: estou lá de Boa! Nossa!! que paisagem bonita! [para geógrafos não há paisagem, lugar, região, território ou espaço  feios! Cada um tem sua particularidade! Aqui no Cerrado por exemplo, principalmente nessa época, há árvores secas, queimadas, e verdes [[3)Metallica - One!! Esse texto vai render]]... Se bem observado, poderemos encontrar numa árvore queimada um broto tímido.] Aí do nada: Ráh! Surge um pensamento "Se eu..."... É um caminho sem volta!! O meu "Se eu..." já tinha aparecido antes de eu sair do quarto... mas o empurrei de volta como se empurra a porta do guarda roupas cheio de roupas pra passar (o meu é assim na maioria da vezes). Só que durante a caminhada não apareceu somente um "Se eu...", eles resolveram fazer um rebelião! Aí eu pensava "não acredito que saí de casa para isso, preciso relaxar, não pensar em nada!" Quanto descontrole!! Em vão. Quanto mais eu tento não pensar mais eu penso! Tentar observar a respiração?! Se até me deu vontade de colocar fogo nos coqueiros, como eu poderia controlar a respiração?! "Apenas caminhe" e eu caminhei! Pronto, mais um dia! Meu corpo parecia uma cobaia para agulhas. Dor, tensão... deitei e tentei dormir. Claro, antes disso, destilei minha rabugice com algumas pessoas no Whatsapp.  Aos 37 anos me sinto aqueles velhos bastante mal humorados, que nada está bom, tem raiva do mundo tentando disfarçar que a culpa não é meramente deles... mas nessa parte de culpar alguém é diferente porque sou bem ciente de que a culpa é minha, caso contrário os " Se eu..." nem me fariam cócegas, quanto mais devastar minha mente e meu corpo. Sobrevivi ao segundo dia! 

4) Pearl Jam - Álbum Ten 

Chegando ao hoje: terceiro dia! Acordei cedo, mas a indisciplina me fez adormecer outra vez e perdi o horário... espreguiçar, alongar o corpo só fez com que as dores acordassem mais animadas. "Ah, eu não vou não!"... Aí veio o cara do "100 metros" na minha mente! Minha cara queimou de vergonha! Coloquei a roupa. Tomei meu café da manhã e fui. Cada passo, um milhão de agulhas, vontade de chorar, vontade de sentar na calçada e, pra completar, o sol estralando de calor! Em compensação o céu! Que céu azul lindo! As nuvens brancas espaçadas como se alguém as estivesse soprando. O vento amenizando o calor do sol. Os "Se eu..." pior que Olodum na chamada do Galvão Bueno - que desgraça! Francamente!! Gente, vocês não tem noção!! Eu poderia estender bem mais sobre isso, mas nem vale a pena! Aí como se do nada surgisse uma "luz", veio o pensamento concentre -se no barulho!"... agora faz todo sentido, esqueci da respiração - controlar minha respiração é muito estressante, não sei o por que. E comecei a prestar a atenção nos barulhinhos - folhas, vento, água, pássaros,  carros,  cães latindo, corte de chapa, pessoas, consegui amenizar os "Se eu..." e fazer todo o percurso. Aí veio uma experiência meio surreal. 

Anteontem, ele me disse sobre sentar numa  praça e observar o momento.  Fechar os olhos e sentir o sol no rosto e aquele vermelhão que aparece com os olhos fechados. Uma experiência meio surreal, fechei os olhos, vi o clarão vermelho.  Dei mais alguns passos de olhos fechados.  Me senti livre por alguns instantes!* 

As dores continuam, mas meus "100 metros" de hoje foram cumpridos na caminhada. Não teve terapia hoje, então aproveitei o horário da sessão  hoje para escrever este. 
Agora vou tirar um cochilo.  Meus olhos estão pesados.

*Quem me conhece sabe. Tem aquele exercício de "trabalho em grupo": confiar no outro. O exercício consiste em fechar os olhos e deixar o corpo cair para o outro segurar. Capaz!!! Isso nunca funcionou comigo.  Então, hoje, ao fechar os olhos, sozinha, num caminho plano, comecei a confiar um pouquinho em mim. Por isso me senti livre!

10:49, décimo segundo  dia do décimo mês de 2019.

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