domingo, 22 de setembro de 2019

Domingos

Há um tempo gostava das manhãs de domingo. O céu parecia mais azul, as nuvens brancas ficavam espaçadas como se utilizassem enormes pincéis para tal.
Um vento discretamente suave deixava tudo mais calmo. Pessoas serenas. Uma pausa na semana agitada.
Almoço na casa da vó, frango de molho, milho verde, feijão refogado com alho e caldim mais grosso [um sabor característico do almoço na casa da vovó], arroz soltim com rapa amarelinha e crocante, macarronada com azeitonas e queijo ralado por cima, salada de tomatim azedo e cheiro verde, suco de laranja ou limão China.
Aquele falatório, aquela comilança e depois os doces... Ah! Os doces! Goiaba, ou casca de laranja ou mamão ou tudo ao mesmo tempo, vez em quando um doce de banana bem vermelhim. E aquele queijo?! Claro, queijo ou requeijão morenim... delícias de domingos na casa da vovó!
Os cochilos entre as conversas de barriga cheia, pássaros cantando no quintal, calor da tarde e as nuvens já se amontoado mais brancas como enormes tufos de algodão.

Pão de queijo ou biscoito frito, café quente na Duralex marron caramelo, chá de canela ou alfavaca. Risadas em torno da mesa, mais uma garrafa de café, visitas inesperadas no portão... E o domingo de comilança na casa da vovó, quantos cheiros e sabores. Saudades, lágrimas, alegria por poder lembrar, vovó de canto no portão, vovó na horta mostrando qual planta era qual. Cada uma tinha uma história, uma serventia.

Vovó fechou os olhos, os domingos também.

15:20, vigésimo segundo dia do nono mês de 2019.

Nenhum comentário:

Postar um comentário