domingo, 18 de janeiro de 2015

Primeira Marmita de 2015


Deveria iniciar este com aquela empolgação toda que a maioria das pessoas iniciam o ano. Só que não, não estou empolgada e tão pouco inspirada para escrever. Tenho poucos minutos para tal. Contudo, veio a necessidade de escrever... Vai entender, né?! 

Há exatos dois anos (era sexta-feira), estava numa das piores fases da minha vida - senão a pior. No momento não há como mensurar, e também não vem ao caso, mas enfim... E eu nem sequer tinha a noção do que estaria por vir quando entrei pelo portão e a vi sentada de cabeça baixa naquela cadeira, com os braços apoiados sobre as coxas. Eu conhecia aquele olhar triste, ela tentara disfarçar bem; conseguiu enganar ao filho, mas não a mim. A questionei e então a verdade saiu entre lágrimas e  o medo de ser recriminada - como todas as vezes anteriores tinha sido. E foi o início do fim... 

Sinto vontade de chorar, mas as lágrimas de hoje parece que já esgotaram. Pedi ao taxista que me levasse até ela - ele já tinha me levado lá outras duas ou três vezes desde o último dia 31. Não tive coragem para descer do carro. Fiquei olhando para o nada, e apenas falei o quão inútil era falar daquilo que começara a falar, na verdade agora não lembro a ordem dos fatos e das falas. Não gosto de chorar na frente dos outros, mas chorei, foi inevitável. Minutos antes até falei coisas nada a ver, como sobre quando fiquei um tempo sem ingerir refrigerantes, doces e sorvete e que eu tinha emagrecido. Falar sobre dieta num momento de vazio, de tristeza, seria um tanto quanto patético ou cômico - seria cômico, se eu conseguisse rir naquele momento. Eu mesma faria as piadinhas. Admito que eu queria voltar para casa e deitar e dormir e não acordar mais. Mas, porém, contudo, todavia, entretanto, tenho responsabilidades e segui o plano. 

O engraçado foi falarmos sobre separação quando chegamos ao destino final. Conversamos um pouco. Ele também passou por um momento de separação... Sei que todos passam por isso. Sei que há muitos momentos de separação, de rompimento, de ruptura, de afastamento, de perdas, mas o difícil é aceitar, é compreender... Neste momento, há um misto de egoísmo, culpa e raiva dentro de mim, minha mente está a mil. Não consigo mais escrever... 

19:58, décimo oitavo dia do primeiro mês de 2015.

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